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A Pediatra E O Pai Solteiro

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É ele... é ela!

Emanuelly narrando

Mulher – Por que eu não me separei de você? Por que não te denunciei? Meu filho estaria vivo agora!

Emanuelly – Do que a senhora está falando?

Homem – Não se meta na nossa vida, vadia!

Policial – Cale a boca... pode falar senhora!

Mulher – Ele me bate... já quebrou duas costelas do meu filho. Sempre que expulsava ele de casa, ele ameaçava a mim, e meu filho. Eu voltava atrás temendo por meu filho... agora ele está morto... você conseguiu o que queria, seu desgraçado!

Emanuelly – Por que o caíque estava sozinho em casa?

Mulher – Ele me obrigava a deixar ele sozinho... dizia que era pra ele aprender a se virar!

Policial – Isso é verdade?

Homem – Claro que não... ela está mentindo!

Mulher – Olhem pra essas marcas e vejam se estou mentindo...

Ela levanta a blusa e vejo varias marcar em suas costa e barriga...

Policial – Vamos pra delegacia... a senhora vai ter que nos acompanhar.

Mulher – Tudo bem... obrigada por cuidar do meu menino. Achei que esse traste seria um pai pra ele, mas acabei levando meu próprio filho pra morte.

Emanuelly – Eu sinto muito!

Mulher – Eu devia ter sido mais forte... Minha covardia, custou a vida do meu filho.

O policial algema o homem e o leva pra viatura... como não poderiam ir na mesma viatura, o policial espera a outra chegar pra levar a mulher. Infelizmente agora essa mãe vai levar pra toda vida esse peso no coração. Parece uma coisa de outro mundo, porém, muitas mulheres vivem essa realidade. Não dá nem pra julgar... em casos assim, o medo do agressor e tamanho que inibe a mulher de denunciar... Mesmo que isso possa salvar sua vida!

Volto pra minha rotina mesmo com o coração dilacerado... tem crianças que precisam de mim!

Henry narrando

Trouxe minha estrelinha no parque... ela ama isso aqui. Quem sempre traz ela é minha mãe... as mulheres daqui são bem descaradas e vivem me chamando pra sair, como detesto esse tipo de mulher e também como não estou procurando uma mãe pra Malu... deixo que minha me venha com ela.

Mulher – Oi, quanto tempo!

Henry – Oi, não acho...

Mulher – Ainda não pensou no que te falei?

Henry – O que?

Mulher – Não me diga que esqueceu?

Henry – Eu não me lembro de nada, isso quer dizer que não estava prestando a atenção, e se não estava prestando a atenção, você deveria reconsiderar se quer mesmo continuar dando em cima de um homem que claramente não está afim de você!

Mulher – Nossa, você é grosso!

Henry – Sou realista... já cansei de falar pra você me deixar em paz. Quem sabe agora você não me escuta.

Vejo minha enfezadinha se aproximando e abro um sorriso... ela para na frente da mulher e cruza os braços.

Mulher – Oi, Maluzinha... como você está?

Malu não responde e olha pra mim, levanto uma sobrancelha pra ela pois ela sabe que não pode ser mal educada com ninguém

Malu – Bem...agola pode sai de peto do meu papai, po favo?

Tento segurar o riso e a mulher me olha com raiva antes de sair...

Henry – Agora ela aprende, né filha? Sou só da minha estrelinha!

Pego ela no colo e faço cosquinha nela que solta gargalhadas...

Depois de uma tarde divertida no parque, voltamos pra casa e vou adiantar algumas coisas do trabalho antes de preparar o jantar...

Duas semanas depois

Emanuelly narrando

Hoje o dia está cheio... tenho consultas o dia todo. Ultimamente, estou sem tempo pra nada... até tive vontade de voltar aquela boate, quem sabe encontraria aquele homem de novo? Mas eu nunca faria isso kkk, não sou mulher de ficar correndo atrás de homem, mesmo que seja aquele deus grego. Aquela noite ainda está em minha mente, chego até arrepiar kk... Ainda pensei em ficar com o Bryan pra ver se parava de pensar no bendito que tirou minha paz, mas não consegui... Bryan e eu, estamos bem amigos e não vou estragar isso.

Depois de fazer toda minha rotina matinal, sai de casa e vim pro hospital... tomei café com Bryan, depois passei as visitas e fui para minha sala começar as consultas. Minha secretária avisa que a avó de Malu ligou e pediu pra remarcar pra parte da tarde, pois o filho quer estar presente...

Emanuelly – Tem vaga na parte da tarde?

Secretária – Tem apenas uma, no último horário.

Emanuelly – Tá, pode encaixar eles...

Entro e início os atendimentos... como previsto, um dia cheio, parei apenas pra almoçar e depois voltei novamente.

No ultimo horário, escuto batidas na porta e falo pra entrarem ainda olhando pro computador, onde estava fechando a ficha do paciente anterior... O som da porta abrindo e um aroma conhecido, fazem meu coração acelerar levemente.

Malu – Oi, tia!

Escuto a voz dela e abro um sorriso, quando olho pra ela que corre pra mim, e pula no meu colo, sinto o coração aquecer...

Glória – Malu, não faça isso!

Emanuelly – Ahhh, deixa ela... como você está?

Malu – Xim, papai também veio!

Emanuelly – Ah é?

Quando levanto os olhos, ele estava parado na porta me olhando estático. O coração parece saltar dentro do peito... é ele!!

Henry narrando

Mal pude acreditar que era ela... a pediatra da Malu, é ela!

A mulher que não sai da minha cabeça, que roubou meus pensamentos e toda minha paz... nessas duas semanas, voltei na boate tentando te encontrar, mas não lhe encontrei. Não tive coragem de bater na sua porta..., mas por diversas vezes tentei. O coração bate tão forte, parece que voltei a ser um adolescente. Paro na porta e não consigo me mexer, as pernas não me obedecem... Ver o jeito que ela sorri pra Malu, é de aquecer o coração. Quando ela olha pra mim, é como se tudo tivesse parado... o tempo, o vento, como se o mundo parasse de girar, como se as batidas do meu coração fossem a único som que se pudesse ouvir... qual foi o feitiço você lançou sobre mim, moça bonita?

Glória – Filho?

Ela me tira dos meus pensamentos e olho pra ela ainda fora do ar...

Henry – Sim!

Glória – Não vai entrar?

Henry – Sim, claro!

Entro e fecho a porta...

Glória – Esse é meu filho, Henry... essa a doutora Emanuelly, filho!

Emanuelly... então é esse seu nome? Minha moça bonita se chama Emanuelly!

Dra. Emanuelly – Boa tarde... muito prazer!

Ela estende a mão pra mim, e eu fico confuso... será que ela não me reconheceu?

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