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A Pediatra E O Pai Solteiro

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Emocional

Aguardamos mais alguns minutos e a recepcionista voltou...

Recepcionista – Desculpe senhora, mas a dra. Emanuelly não está de plantão... O pediatra de plantão hoje é o dr. Bryan!

Glória – Tudo bem... ele vai demorar muito pra nos atender?

Recepcionista – Não... já podem entrar!

Henry – OK... obrigado!

Ela nos mostra qual é o consultório e seguimos pra lá... um homem se levanta e sorri pra nós.

Dr. Bryan – Boa noite, sentem-se!

Henry – Boa noite, obrigado... meu nome é Henry e sou pai da Malu. Essa é minha mãe, Glória!

Dr. Bryan – Muito prazer... o que trás essa mocinha aqui?

Henry – Ela está queimando de febre...

Glória – Começou do nada, ela estava dormindo e percebi que estava um pouco quente... dei esse remédio aqui pra ela e nada...

Ela entrega o remédio pro médico, que balança a cabeça...

Dr. Bryan – Esse medicamento já foi proibido... não sei como ainda tem médico que receita ele.

Henry – Então minha filha está correndo algum risco?

Dr. Bryan – Nada que não podemos combater agora, vou pedir um exame de sangue e coloca-la no soro, ok?

Henry – Tudo bem!

Dr. Bryan – Ah, estou vendo aqui que ela é paciente da dra. Emanuelly, né?

Glória – Sim!

Dr. Bryan – Ótimo... vou deixar tudo no prontuário dela pra doutora ver na próxima consulta.

Henry – Eu agradeço!

Dr. Bryan – Nada, a enfermeira vai levar ela pra um quarto onde vai receber o soro e fazer a coleta do sangue.

Confirmo e ele chama a enfermeira que nos leva pra um quarto... Graças a Deus, o plano de saúde cobre tudo e não vou me preocupar com isso. Desde quando ela nasceu, fiz questão de pagar um bom plano pra ela... minha mãe sempre disse que crianças ficam doentes constantemente.

Entramos no quarto e a enfermeira colocou Malu na maca. Colheu seu sangue e colocou o soro...

Enfermeira – Deve demorar mais ou menos uma hora para acabar... é o tempo do exame ficar pronto e então o médico vem falar com vocês.

Mesmo sabendo de todo procedimento por ser bombeiro... confirmo e agradeço!

Ela sai e minha mãe senta na poltrona ao lado da maca que Malu está...

Glória – OH, minha pequena... vovó não gosta de te ver assim!

Henry – Agora ela vai ficar bem!

Glória – Por que você não atendia o telefone?

Henry – Desculpa, não vi!

Glória – O que aconteceu?

Henry – Nada... o telefone estava no silencioso e não vi a ligação!

Glória – Não foi só isso, né? Kk

Henry – Não, mas não quero falar nisso!

Ela balança a cabeça e faz uma cara de quem vai me perturbar pra saber a verdade... reviro os olhos e volto observar a Malu.

Depois de uma hora, o soro já tenha terminado e o médico entra com o exame dela...

Dr. Bryan – Oi... como ela está?

Henry – Dormindo, a febre passou!

Dr. Bryan – Isso é bom... o exame dela está normal, tem alguma chance dessa febre ser emocional?

Henry – Não... ela é uma criança ativa e alegre, vive sorrindo e pulando.

Dr. Bryan – A mãe dela... por que não está aqui?

Fico sério e minha mãe respira fundo...

Dr. Bryan – Olha, me desculpe se estou me intrometendo..., mas a febre da Malu não tem nenhuma razão física. Poderia dizer que é uma virose, mas nem pra isso tenho base.

Henry – Tudo bem doutor... é que a mulher que gerou ela, não faz parte das nossas vidas!

Dr. Bryan – Entendi... então pode ser esse o motivo.

Henry – Mas ela não conviveu com ela pra sentir falta!

Dr. Bryan – Mesmo assim... querendo ou não, as crianças criam um vínculo com a mãe durante a gravidez e quando por qualquer que seja o motivo essa mãe não permanece com ela, essa criança pode ou não senti a falta disso, desse vínculo. Por isso, como pediatra eu aconselho a vocês ficarem de olho nisso!

Henry – Entendi... Obrigado!

Dr. Bryan – Nada... vou mantê-la aqui essa noite apenas pra observação, pela manhã eu a libero!

Henry – Ok..., mas uma vez, muito obrigado!

Ele sorri e sai...

Glória – O que vai fazer?

Henry – Agora mesmo que não posso deixá-la... não tem jeito, vou pedir demissão!

Ela apenas respira fundo e acaricia a cabeça da Malu... depois de alguns minutos ela adormece, ainda tentei convencê-la a ir pra casa, mas ela é muito agarrada a essa neta dela. Foi uma longa noite, as horas pareciam não passar... cada segundo contado, aumentava ainda mais minha agonia em saber que talvez Malu esteja sofrendo por aquela desgraçada.

Sabia que chegaria o dia que você sentiria falta de uma mãe, filha..., mas tão cedo assim?

Ela dorme feito um anjo... fico tão aliviado por a febre ter baixado, eu devia estar com ela e não... não...

O rosto dela vem em minha cabeça e respiro fundo... Não consigo me arrepender dos momentos que tive com você!!

Pela manhã fui despertado por meu telefone que tocava sem parar... olho e vejo que é meu capitão.

Ligação on

Henry – Senhor!

Capitão – Precisamos de você aqui... um incêndio em um prédio no centro, em quanto tempo chega aqui?

Henry – Senhor, estou no hospital com Malu!

Capitão – Como ela está?

Henry – Agora bem, mais...

Capitão – Deixe-a com sua mãe... temos muitos feridos aqui, Henry. Estou te esperando, venha o mais rápido possível

Ligação off