Escolhas

Alguns dias havia se passado e eu ainda não teria tempo de sair de casa,  todos parecia estar em seus mundos e ainda queria ter uma conversa com meu pai, minha irmã não saia do quarto então não podia pedir sua opinião de como aborta meu pai, as coisas estava se adiando e tinha dias que não via o músico, será que ele aparecerá na cabana ?

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AOS OLHOS DE HUANG JING

Meu amor por ela crescia e desabrochava como botões de rosas, cada dia o tempo me mostrava que era possível amar. Faria tudo para lhe ter em meus braços, mesmo que isso tenha que fazer eu me virar contra meu pai, ele nunca me perdoaria por minha escolha, mas eu jamais me casaria sem amor, meu reino poderia sobreviver, mas eu não, meu novo motivo para continuar era aquela linda dama que havia conhecido, graças a minha música arranjei a mais bela dama, e graças a ela estou provando dos mais belos amores.

Ela não era interesseira, parecia capaz e forte, posso estar errado de não dizer quem eu sou, mas tenho medo de perde-la no momento que dizer.

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Assim que saia do meu quarto comprimentava todos com boa fé, nada poderia me trazer a baixo, só de lembrar dela meu humor se levantava, antes eu só tinha a música. As pessoas dizia que minha mãe tocava a guzheng como ninguém, ela teria vários dotes, mas nada superava sua música, acho que erdei isso dela, sempre tive bons ouvidos e então na primeira vez que ouvi aprendi a tocar, e no meu aniversário de 10 anos meu pai me deu a guzheng que pertencia a minha mãe.

Passei para meu escritório pessoal e havia uma pilha de pergaminhos, eu teria que aprender varias leis, e prescrever novas, teria que olhar os pedidos dos súditos e assinar as que achava que traria boas novas ao reino, desde que chegava perto do meu casamento meu pai aumentou minhas tarefas, eu teria que aprender mais e mais para receber o trono era o que ele dizia.

Mas sentia que iria o desapontar, seria a primeira vez que bateria contra o desejo de meu pai, me sentiria pior ainda por ele sempre deixa claro que esse era o último pedido da minha mãe, mas eu sei, que se ela estivesse viva ela aceitaria minha escolha. Meu pai sempre foi carrancudo, e não voltava atrás de suas escolhas, ele era um bom Imperador, mas não um bom pai, ele ainda viverá muito, então por que me da seu trono?

Ele faria muito melhor.

Fui até os aposentos de meu pai, esperei até ele me receber. Assim que entrei seu olhar não era dos melhores mas não poderia deixar para depois.

Então me ajoelhei a sua frente.

   -Antes de ser Imperador você é um pai, então eu lhe peço, volte atrás sobre o casamento.

Ouvi um estrondo vindo dos céus, meu pai estava furioso, não ousei levantar a cabeça, ele se levantou e parou ao meu lado.

   -Espero que não estejas sério sobre suas palavras, desde novo foi criado sabendo de nossa aliança, você não pode desfazer assim, que vergonha seria para nos recusar tal pedido, como acha que a moça se sentira? Humilhada por ser rejeitada.

    -Meu pai, eu não posso me casar, ela se sentira muito pior se casar comigo sem amor.

   -Quando vocês nasceu o bruxo disse que vocês estariam ligados, que juntos vocês gorvenaria todo o céu, que deuses nenhum seria mais forte se ambos estivessem juntos, acha mesmo que pode recusar tal destino? Ira trazer irá ao povo, todos espera por isso.

   -Então case com ela o senhor, o senhor tem poder, pode ter a mulher que quiser, e então eu serei livre e o senhor terá uma bela Imperatriz  ao seu lado.

   -VOCÊ ... - ouve outro estrondo no céu - como ousas falar assim comigo? GUARDAS, O LEVE DAQUI, E O TRANQUE EM SEU QUARTO E NÃO O DEIXE SAIR.

Não ousei mais falar, teria outra oportunidade, mas enquanto meu pai estivesse assim nada mudaria.

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O tempo foi passando, e riscava no tampo da mesa sinais de quantos dias não via minha amada, meu pai estava sendo injusto, eu queria que ele fosse meu pai pelo menos uma vez e me fizesse feliz.

Toda vez que a comida chegava eu rejeitava como um jeito de me rebelar, mas parecia não fazer efeitos sobre meu pai, e eu estava ficando fraco.

   -Você tem que comer.

   -O que? Como você entrou aqui? - Não tinha forças para levantar da cama, mas ela estava aqui, e isso me deixava feliz.

   -Venha, vamos comer.

Ela trouxe a vasilha de sopa com ela e se sentou sobre a cama, ela trouxe a colher sobre minha boca mas meu desejo de toca-la era imenso.

Levei a mão até seu rosto e então ela sumiu bem na minha frente, então percebi, estava delirando.

Não tinha forças mas me agarrava pelo menos aquilo, pelo menos delirando eu podia ver seu rosto, uma lágrima escorreu pela minha bochecha.

   -Que tolo eu sou, achar que estaria aqui.

No dia seguinte o Imperador veio me ver.

   -Eu sei o que é certo para você, e esse casamento vai acontecer.

Assim que ele saiu fui até a porta, tentei empurra-la mesmo sabendo que estava trancada, mas para minha surpresa ela estava aberta, acho que os soldados se descuidou com a presença do Imperador, olhei para todos os lados e sai, nos corredores ouvia passos e vozes e me escondia até atras dos jarros, não poderia ser pego, não agora que tive uma chance.

Ao passar pela cozinha alguns cozinheiros me notou, então com o silêncio de todos Mahou olhou para trás e me notou, ela é uma cozinheira que está conosco a anos.

   -Por favor, finja que não me viu, me deixe só dessa vez. - estava quase me ajoelhando.

   -Não irei, mas antes de sair coma alguma coisa, você parece fraco.

Eu não sabia como agradecer, mesmo antes ela sempre me apoiou e quando eu precisava fugir do meu pai ela me escondia na cozinha, mesmo agora ela ainda me ajuda.

   -Eu conheci uma pessoa.

   -seu pai sabe?

Ela cortava legumes e me olhava de canto de olho, eu sabia que ela não aprovaria, mas também não deixaria de me apoiar.

   -Acho que sim, por isso eu estava trancado no meu quarto.

   -haha sim sim, seu pai sempre foi assim, mas meu filho, você estás noivo, o que acha que vai ser? Seu pai nunca irá te apoiar e não acho que quero me opor dessa vez.

   -Essa é algo que nem eu posso me ajudar, mas tenho que fazer aceita-lo, eu a amo.

   -Sabe meu filho, eu sei o quanto o amor é importante, mas amor não vai ajudar o reino, você sabe o que é melhor para o povo, e seu pai fará qualquer coisa para que esse casamento vá a frente.

   -Você não entende.

Sai pela portas dos fundo sem olhar pra trás, sabia o que ela achava, mas mesmo assim eu iria atrás da minha felicidade.

Estava escurecendo e o caminho pela floresta estava tão escuro, a neblina pairava sobre meus olhos mas andei tanto por aquele caminho que o faria de olhos fechados, eu sabia que estava chegando perto pois sentir o cheiro das flores.

Ao chegar na cabana abri a porta e me deitei, la eu podia ver as estrelas sobre a janela, o vento batia fazendo as folhas da árvore dançar sobre o piso, aquela calmaria era o que eu desejava,  e não reclamaria de viver todos os meus dias assim com a minha amada.

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AOS OLHOS DE LIU YI

Bati a porta do quarto da minha irmã e não se ouvia nenhuma resposta, ela havia se trancado e não deixara ninguém entrar, a comida que as damas lhe deixara essa tarde ainda estava do lado de fora intocável.

Preferiri não a chamar, quando ela quisesse conversar ela me chamaria.

Fui até a biblioteca e lá estava meu pai lendo mais um de seus livros de tamanho tão grande que se fosse eu nas primeira páginas queimaria todos os meus fios cerebrais, e acabei rindo imaginando a cena.

Meu pai me olhou e sorriu comigo.

   -Não sei o que deixo minha filhinha tão feliz, mas só de ver seu sorriso me deixo alegre também, venha e sente-se aqui.

Puxei a cadeira ao seu lado e me sentei, suspirei só de ver aquelas palavras difíceis saindo do papel.

   -O senhor pode descansar agora, e continua lendo esses livros ao invés de fazer uma viagem.

   -Sabedoria nunca é demais, e como sairei sem minha filha ter se casado, viagem demora anos e anos.

Bufei com sua declaração.

   -Pai, o senhor amou muito a mamãe?

Meu pai fechou o livro e cruzou os braços sobre o corpo, então fitei o seu rosto pensativo.

   -Sabe, os anos que tive com sua mãe foi os melhores da minha vida, e toda vez que eu te olho eu me lembro dela, até quando ouço sua voz eu lembro da sua mãe quando mais nova, ela também era travessa na sua idade.

   -Essa é a primeira vez que ouço o senhor falar assim dela.

   -Bom, você nunca perguntou também, só vivia por ai correndo, acho que se ela estivesse viva ainda esse Reino estaria uma baderna.

Os cantos de sua boca tremia, não sei se ele iria rir ou chorar lembrando da mamãe.

   -Quando eu conheci sua mãe ela estava radiante em seu vestido todo colorido e rosas enfeitando seus cabelos longos, naquele dia estava tendo um baile e todos queria dançar com ela, era desrespeitoso uma mulher chegar primeiro no homem então todas as mulheres ficavam em um canto do salão conversando e sorrindo e dançava entre elas, era como se fosse um campo de batalha, os homens ficavam do outro canto  as olhando e engolindo a seco quem seria o primeiro a ir até lá e tirar uma pra dançar. Quando alguém tentava todas se virava esperando pra ver quem era a sortuda, e quando tirava uma de lá as outras sorriam mas com uma pontada de inveja, porque achava que seria ela a próxima.

Eu ria só de ouvir, acho que dessa forma ninguém ia acabar dançando.

   -Sua mãe era a mais belas de todas, os rapazes queria a tirar pra dançar, mas se fosse assim ela teria dançado todas as músicas com um rapaz diferente, mas todos tinham medo de chegar até ela, então naquele dia eu tomei coragem e a chamei pra dançar, todas me olhava e senti que meu coração ia parar ali mesmo, ela me deu seu cartão de música para eu assinar o meu nome indicando que aquela dança seria só nossa, do outro lado os rapazes me olhava como se os tivesse traido por ter chegado nela primeiro. Dançamos a música inteira sem conversar nada, não sabia o que falar primeiro, quando me dei conta a música já havia terminado, então quando ela ia saindo peguei seu cartão novamente e reservei as outras próximas músicas, não a deixaria dançar com mais ninguém. Ela tinha um sorriso travesso em seu rosto e dançamos a próxima música, todos os olhos estava sobre nos, quando terminou mais uma música ela falou comigo.

   -"Podemos tomar algo, preciso de fôlego."

   -Fomos até a mesa de bebidas e peguei uma taça para ela e entreguei em sua mão e nossos dedos se tocou de leve. Começamos a conversa sobre coisas normais, mas que pra mim cada palavra era importante, nunca pensei que poderia conversar com ela, assim o baile estava chegando ao fim, e assim teriamos que nos despedir, mas com a promessa de nos vermos novamente, todas as vezes eu desejava que tivesse outro baile, e assim eu poderia dançar com ela novamente. Até que então pedi aos meus pais que nos deixasse forma uma aliança, e como era benéfico a eles também por ela ser de uma família importante assim foi feito. Todos sabia que nosso amor não era formado por benefícios e sim porque desde o primeiro momento a gente não pode mais ficar um longe do outro.

Ouvir aquilo do meu pai me encheu de esperanças, assim como ele amou eu sei que ele iria querer isso para suas filhas também.

Decidi que não podia mais adiar, aproveitaria que meu pai está melancólico para entrar no assunto.

   -Pai, assim como o senhor amou minha mãe, o senhor ficaria feliz com suas filhas sendo amada também, certo?!

-Sua felicidade é a minha também.

   -Então me deixe anular o casamento.

Meu pai se ajeitou na cadeira e se virou para me olhar, seu olhar era complacente, mas dizia muitas coisas.

   -Filha, eu gostaria de fazer isso se eu soubesse que você não seria feliz, mas você vivera acima de todos, e se não fosse um desejo de sua mãe antes de morrer eu não seria contra seu desejo, mas eu garanto filha que não sera infeliz, eu sou seu pai, mesmo um dia o príncipe se case com você e venha a ser Imperador,  eu sempre estarei ao seu lado, se vocês brigar mesmo ele estando certo eu irei fica ao seu lado, porque você é minha menininha, mas não podemos desfazer esse casamento, e está tão em cima da data.

Nessa hora não suportei, senti as lágrimas rolando o meu rosto, acho que a felicidade nunca estará ao meu alcance, e meu amor será do tipo que se conta em livros e com um final triste.

Me levantei e sai, não podia ouvir mais nada, porque sei que meu pai dessa vez não iria me ajudar.

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