_ Me diga então... O que você enxerga em meus olhos?!
Sísifo apenas encarava o espirito avermelhado que, apesar de sua aparência macabra, se afastava lentamente daquele que estava à sua frente.
_ Anda logo! O que meus olhos te mostram?
A voz de Sísifo soava forte, deixando claro sua agressividade imprevisível. Ele não se movia, mas, a névoa q o cercava se aproximava lentamente daquele ser na sua frente.
_ Como isso é possível? Você sabe que o garoto já está morto, né? E a culpa é sua! Sim, isso mesmo, a culpa é toda sua, Caçador imprestável.
Antes que a boca dele se fechasse, Sísifo se moveu tão rápido quanto um piscar de olhos, seguindo o caminho que a névoa fazia, ficando mais uma vez cara a cara com aquele ser.
_ Você consegue ver, certo? Aquelas memórias que ele possui... Das outras vidas.
_ Não!
_ Não minta para mim! – Com um ágil movimento de seu braço, Sísifo arrancou um daqueles braços feito de sangue, usando a densa névoa como uma espécie de lâmina afiada. O braço começou a se regenerar quase instantaneamente, mas, a dor causada pelo golpe, fez com que o espirito soltasse um longo grito agonia – Eu estou me segurando para não te matar da forma mais dolorosa possível, então, por favor, não me irrite mais ainda!
_ Você não vai me matar!
_ Por que você acha isso?
_ Você sabe que a única chance de ele talvez voltar, são as memórias que eu tomei junto com os pedaços da alma dele! Então você não vai me matar, ou, ele se perderá para sempre!
_ Você tem razão...
_ Viu! Então some daq...
Sísifo agarrou o pescoço do espirito com sua mão esquerda, e, de uma forma bruta, o prensou contra a parede de escuridão que estava logo atrás dele, o erguendo do chão.
_ Eu não posso te matar ainda, mas, isso não me impede de te torturar um pouquinho!
_ Você não faria isso comigo! Me solta!
A nevoa que cobria a mão de Sísifo parecia acido ao entrar em contato com aquele corpo de sangue, derretendo aquela carne viscosa, na mesma velocidade que ela se curava.
_ Me solta! Ou eu destruo todos os fragmentos da alma dele que estão comigo!
_ Sabe aquelas memórias que eu mencionei? Se você as olhar com atenção, vai conseguir ver quantas vezes eu já matei esse garoto em vidas passadas, e, posso te garantir que foi uma pior que a outra! Você quer mesmo me ameaçar?
_ Já disse que não consigo ver nada disso!
_ Vai mesmo continuar mentindo? ME FALA LOGO, O QUE VOCÊ VÊ EM MEUS OLHOS?
_ A morte!
_ Tem algo a mais?
_ Fogo... Dor... Destruição... Desespero... Sangue...
_ Sabia essas são apenas um terço de tudo o que eu tive de ver no submundo? Infelizmente, enquanto eu era um prisioneiro de Hades, eu tive que passar por coisas que você sequer imagina!
_ Por favor, não me manda pra lá! Foi muito difícil conseguir ficar aqui nesse lugar depois que eu morri! Você não sabe quantas almas eu tive que consumir para evitar o caminho do inferno!
_ Olha a merda das minhas memórias que estão junto desse corpo! Eu tive que fazer coisa bem pior para cumprir a minha função como o caçador da Morte. Sinceramente, você é só mais uma alma inútil para mim!
_ Por quê? Por que você fez tudo isso?
_ Eu tenho um objetivo. E, ninguém vai me impedir de cumpri-lo! Somente a Morte pode me entender, mesmo que tenha sido ela que me deu essa sentença amaldiçoada.
_ Sentença? Mas, eu pensei que você fosse servo de Thanatos!
_ Bem, talvez seja só uma consequência ou condição, mas, depois de tantos séculos, a imortalidade se tornou uma tortura!
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Atualizado até capítulo 21
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