Capítulo 16

Dois anos depois, Evelyn se acostumou à companhia dos duques, especialmente à duquesa. Quando não estava com ela, dedicava-se ao treinamento. Desde que entrou na mansão Smirnov, mostrou interesse no projeto da rainha e da duquesa de criar uma divisão especial de mulheres. Então, ela se ofereceu para ser a primeira a receber lições dos instrutores. Se ela demonstrasse que uma mulher pode lidar com o treinamento rigoroso, o Rei as ajudaria a aprovar a criação da divisão feminina ou, como a rainha costuma chamar, o Esquadrão Ophelia, em homenagem à mãe de Evelyn. Durante o treinamento, o duque notou seu talento e designou um instrutor para ela, um dos seus cavaleiros veteranos. Quanto a Jerry, tudo o que ela soube foi que ele perdeu suas propriedades. Na última vez que foi aos Smirnov pedir um empréstimo, foi negado, não apenas por ser filho de Martha, mas também por ofender Evelyn durante o funeral.

Evelyn também conseguiu se destacar no círculo social, a duquesa sempre a levava consigo para seus eventos. Finalmente, o dia da formatura de Caesar havia chegado e os duques iriam ao evento. E lá estava Evelyn no carruagem, pois a esposa de Caesar não poderia faltar. Foi uma longa viagem, mas eles chegaram bem no dia da cerimônia, que aconteceria no grande salão da academia.

"Hoje conheceremos a esposa do Lord Caesar", zombou um dos rapazes.

"Pobre coitado, já está amarrado antes mesmo de casar. Assim ele não conseguirá sair conosco para comemorar."

"Com ou sem esposa, ele deve vir com a gente. Uma boa diversão não se nega a ninguém."

- Agradeço a vocês\, mas não é apenas minha esposa\, meus pais estão vindo e querem que eu jante com eles.

Os rapazes tentaram convencê-lo a ir com eles, mas a cerimônia já estava começando e os pais estavam chegando. Até que os duques foram anunciados e os rapazes viraram a cabeça para ver a albina que vinha com eles. Seu rosto sério, porém com belos olhos azuis profundos e a pele branca como porcelana.

"Cara, essa é sua esposa?"

César concorda com a pergunta.

"Mas, para sua sorte, é uma beleza."

"Eu também gostaria de ter uma mulher como essa."

César parece irritado com eles, então eles ficam em silêncio. As famílias presentes se aproximam dos duques para cumprimentá-los, enquanto Caesar aproveita a oportunidade para pegar Evelyn pela mão.

- Foi bom ver você\, espero que tenha sido bom.

— Senhor, um prazer cumprimentá-lo e parabéns por sua formatura.—

Evelyn afasta sua mão e faz uma reverência para cumprimentar Caesar.

— Lamento interromper o encontro de vocês, mas deixe-me abraçar você, meu filho.— a duquesa estende os braços.

— Mãe, obrigado por vir.— ele abraça sua mãe.

Depois disso, ele cumprimenta seu pai, a quem também abraça, embora o emocionante encontro tenha sido interrompido porque a cerimônia começou, sendo os reis que saem para cumprimentar e fazer um discurso, sendo Caesar e Ethan os mais destacados. No entanto, Ethan se aproximou de Caesar para informá-lo de que, ao retornar ao reino, gostaria de vê-lo no palácio para discutir alguns assuntos importantes.

Devido à longa viagem e à hora tardia, ficaram em uma mansão no campo emprestada por um dos sócios do duque. Durante o jantar, os duques estavam muito animados conversando com seu filho, mas Caesar observava Evelyn de vez em quando, ela tinha se tornado mais bonita, mas ainda mantinha aquela expressão serena e séria, além de não falar muito, então será um pouco difícil lidar com o casamento, especialmente quando chegar a hora de consumá-lo, em algum momento eles terão que fazê-lo para ter filhos, mas ele não quer fazer isso se Evelyn não concordar. Depois do jantar, os duques se retiram para deixá-los sozinhos, pois há dois anos não tiveram tempo suficiente para se conhecer. Caesar propõe que eles passem pelo jardim.

— Agora que me formei, nos mudaremos para uma mansão ao norte do ducado.—

— Eu sei, sua mãe me levou para conhecer, é linda e fica perto do rio.—

— É verdade, meus avós viveram lá e eu fiquei várias vezes. Será uma grande mudança, você já deve estar acostumada a viver com meus pais.—

— Estarei bem, embora vá sentir falta da convivência com a duquesa.—

— Lady Evelyn, como eu disse antes, talvez não haja amor nesse casamento, mas espero que possamos nos dar bem. Talvez sentimentos surjam mais tarde, nós não sabemos, mas serei um marido fiel e te darei o lugar que você merece como minha esposa.—

Caesar segura a mão de Evelyn e dá um beijo no dorso dela.

— Obrigada, vou me esforçar para ser uma boa esposa e ajudá-lo no que precisar.—

Pelo menos até chegar o momento, pois o destino de Caesar é outra mulher e ela tem outro objetivo. Ao retornar ao ducado, Caesar conversa com seus pais sobre a mudança, o duque informa que a mansão ao norte está pronta para ser habitada e até entrega uma lista de pessoas que ele pode entrevistar para trabalhar lá, já que apenas duas criadas e um mordomo estavam lá, devido à mansão ter ficado desabitada.

— Agora, com vocês dois, a casa precisará de mais empregados. Todos na lista são confiáveis, faça as entrevistas e decida.—

— Obrigado, pai, confio em você. Esposa, o que você acha?—

Os duques sorriem ao verem que Caesar pediu a opinião de Evelyn.

— Assim como você, confio no pai. Da minha parte, só espero que Lily me acompanhe.—

— Sim, ela irá, não se preocupe com isso. Então, quando chegarmos, faremos as entrevistas para contratar.—

— De acordo. Aliás, não tinha uma reunião hoje com Sua Alteza o príncipe? — pergunta Evelyn.

Caesar se levanta rapidamente, era verdade, ele tinha esquecido desse detalhe.

— Certo, obrigado por me lembrar. Vejo vocês mais tarde.—

Caesar deixa rapidamente um beijo na testa de Evelyn e se despede de seus pais para sair, Evelyn fica em silêncio diante desse gesto, enquanto os duques ficam felizes com isso, já que é algo que eles estão acostumados a ver, seu pai costuma se despedir assim da duquesa quando precisa sair apressado. Evelyn também já notou isso, mas acha estranho que Caesar tenha feito o mesmo.

— Tenho certeza que vocês se darão bem. — a duquesa mostra um sorriso amável.

— Espero que sim. — pelo menos por enquanto.

Não demorará muito para que Evelyn saiba que, poucos meses depois de se mudar para a mansão do norte, a guerra contra Ceoli será iniciada. Ceoli é um reino localizado dentro do mesmo país que tem adquirido territórios devido ao seu poderoso exército. O rei desse reino ambiciona construir um império e para isso precisa conquistar todos os reinos do país de Lukon. Ao longo dos anos, Lukon deixou de ser um império e se dividiu em quatro reinos: Ceoli, Klen, Miltre e Unit.

Klen é o reino onde Evelyn vive, enquanto Ceoli será o reino que iniciará a guerra, uma guerra que obviamente perderá. Evelyn se retirou para seu quarto. Enquanto estava na varanda aproveitando a brisa noturna, ela nota Caesar e seus guardas chegando. A reunião no palácio demorou e ela sabe que isso se deve à tensão entre Ceoli e Klen. Ao entrar no quarto e se preparar para apagar a lâmpada, ela ouve alguém batendo na porta e a abre, revelando que era Caesar quem batia.

— O que está acontecendo? Está tudo bem? —

— Estou bem, obrigada por perguntar. Ainda estou acordada e quis passar para lhe cumprimentar. Espero que descanse. —

Caesar faz uma reverência e Evelyn retribui.

— Você também descanse. —

Caesar se retira e entra no quarto em frente. Evelyn fecha as portas e deixa escapar um breve suspiro. Diferente do Caesar descrito no livro, esse que ela conhece é diferente, pois parece tentar ter uma boa relação com ela.

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