Capítulo 15 - Romua e Tumua

[Realidade 132 ‐ Meses antes dos eventos da realidade unificada.]

Após saírem do portal, as gêmeas se encontram na frente de uma porta, onde tinha uma escada que descia até um esconderijo, no meio da noite preenchida com forte chuva, ambas estavam de capas que as cobriam, daquele tempo chuvoso. Elas ficam alguns segundos paradas, pensativas ao abrir aquela porta, e entrarem, isso porque era o lugar onde moravam com a tereza (R-132), até o dia em que ela teve que as deixar sozinhas, e isso era sentido, mas tinham que continuar.

Tumua percebe que romua não havia destravado a porta, como tinha combinado, antes mesmo de entrar no portal, então, ela olha nos olhos da sua irmã, conhecendo muito bem quem ela era, e fala para ela, a pôr as mãos do rosto dela:

Tumua — Ei, precisamos entregar logo, esses papéis para ela, não temos muito tempo, vamos! — Após dizer, segue até a porta e destrava.

Romua — Você também não sente a falta dela?... Eu sei que o desiré nos deu essa missão, para entregar a carta que servirá de base para as pesquisas dela, mas foi exatamente isso, que fez ela nos deixar, para garantir a nossa segurança. — Diz com a carta na mão, dentro de um protetor.

Tumua — Eu sei... mas não podemos interferir no passado, isso já está sendo feito por ela, apenas temos que ajudá-la. Era isso que ela queria que fizéssemos, se ainda estivesse aqui. — Revira e segura na mão dela, ao aproximar-se.

Romua — Mas sabe o quanto sofremos com a saída repentina dela... Todas as dores, todos os sofrimentos... todos os medos que sentimos, e a sensação de não saber para onde ir, ou o que iria acontecer... Essa pode ser a nossa chance, de manter ela conosco... — Logo é interrompida.

Tumua — Isso não mudaria quase nada, só iria atrasar as pesquisas, e de qualquer forma, ela teria que nos deixar... — Afirma para ela.

Romua — Pelo menos, teríamos mais tempo para aproveitar com ela... — Tenta justificar.

Tumua — Irmã, olhe nos meus olhos, e diga-me com toda a sinceridade... Se nós não deixarmos esses cartas com ela, isso o que você disse, irá acontecer, vamos ficar mais tempo com ela... Porém, isso vai mudar tudo o que já sentimos?... Todos os medos?... Todas as dores?... — Segura levemente nos ombros dela.

Romua — Não... poderemos deixar de existir... — Responde num tom baixo e triste.

Tumua — Nunca esqueça o que eu vou dizer, não podemos mudar o passado, muito menos, mudar o destino da morte, e por mais que seja possível, ela sempre vai existir, nem que seja nos nossos pensamentos... — Olha para a entrada. — A porta está aberta, ainda me lembro da senha. — Então, ambas descem a escada até o esconderijo, por um pequeno corredor estreito.

Ela lembram que naquela noite, já estavam nas suas camas dormindo, e tereza ainda estava na sua escrivaninha, fazendo anotações sob a única luz fraca do abajur, muito cansada. Então, para não a espantar, e fazê-la pensar ser um intruso, tumua bateu na porta mais reforçada, devagar, o suficiente para tereza ouvir, e manter-se esperta a ir na direção da entrada, saber quem era, por sorte, naquele período ainda, existiam pessoas que paravam ali, para pedir abrigo das chuvas.

Pensando dessa forma, tereza (R-132) abre a porta, e se depara com a cena, duas pessoas na sua frente, que aparentavam serem adolescentes perdidas, com capas que cobriam os seus corpos e rosto, a impedindo se tentar reconhecê-las. Romua estava com a cabeça baixa, e segurava o choro ao ouvir a voz da tereza, tumua mantinha a postura, enquanto também chorava por dentro, e na hora de explicar algo, uma percebeu que a outra não iria dizer nada, então logo é oferecido para ela, os papéis protegidos, o que fez tereza não entender, mas mesmo assim, falou com elas:

Tereza — Vocês vêm que qual lugar? Aparentam serem muito jovens, para andarem por aí, uma hora dessas, existem muito perigos lá fora...— Verifica aquele objeto entregue.

[Romua — Era o que ela sempre dizia... — Pensa.]

Tereza — Sabiam disso? — Olha para as duas, que parecem estátuas sem reação, na frente dela.

Tumua — Sim... — Responde rapidamente, para ela não perceber a similaridade das vozes. — Nos somos... refugiadas... — Evita contato visual.

Tereza — Então vocês duas são meninas, ficou difícil de reconhecer, cobertas dessa forma. — Percebe o conteúdo da carta, e quase fica sem reação. — Ah!... Obrigado pela correspondência, meninas. Disseram que são refugiadas, isso me lembra as minhas duas filhas, que eu adotei há pouco mais de um ano, elas não lindas... — Olha atentamente para das duas. — Vocês têm aonde fica? Está tarde da noite, e a chuva parece não passar tão cedo. Eu tenho espaço para abrigar.

Tumua — Temos... sim... — Segura no braço de romua, ao ver ela dar um passo a frente.

Tereza — Está bem, se cuidem meninas. — Sente um sentimento familiar, mas logo ignora, e volta ao seu trabalho, após elas irem embora.

Do corredor até a escada, elas iam devagar e tristes, pois, nem ao menos podiam olhar nos olhos de tereza, ver o seu rosto, pois, não tinham que manter-se discretas, e mesmo com os seus óculos cibernéticos, elas iriam ser facilmente reconhecidas, não somente, por tereza ser uma dominadora, mas também por conhecer tão bem, aquelas que ela dizia serem as suas belas filhas. Ao saírem do esconderijo, romua tira o capuz da capa, chorando baixo com a mão da boca, e fica parada alguns passos a frente, e tumua chega perto e a abraça por trás, descansado a cabeça no ombro dela, que segura o seu desespero:

Tumua — Eu sei o quanto dói... É difícil segurar o choro, sabendo que seremos sempre, o amor da vida dela... — O seu abraço é correspondido, ao abraçarem de frente, um abraço apertado.

Romua — Eu só queria dizer o quanto amo ela... pela última vez..., e ouvir um eu te amo dela, de volta... — Fala com a voz embargada, com os seus longos cabelos brancos, ensopados pela leve chuva, levada pelo vento frio do horizonte.

Tumua — Ela já provou nos amar, nos resgatando da aldeia dos albinos... graças a ela, nos ainda temos os nossos braços... — Transmite conforto e tranquilidade, para a sua irmã.

Romua — É verdade... — Diz com um sorriso, e nesse momento, o seu cabelo começa a brilhar intensamente, transformando a sua capa, num tom claro e brilhante, em meio aquele lugar.

[Futuro — Realidade unificada]

Logo ao sair do portal, tereza (R-132) aparece no seu esconderijo, novamente, e dessa vez, tenta resgatar as gêmeas, que ela havia deixado ali, mas para a sua surpresa, tudo estava espalhado, pelo local, além de várias coisas destruídas. Ela até procura por todo o lugar, chamando o nome delas, porém, ninguém respondia, não estavam mais ali, e não demorou muito tempo, para um objeto no chão, utilizado para detectar vibrações, disparassem, acionando vários soldados, que esperavam pelo retorno dela, a encurralando.

Todo aquele exército de soldados, estavam pelo comando daquele que tereza esperava encontrar, o dark do futuro, já adulto e com o seu plano totalmente concluído, agora que ele conseguiu encontrá-la, após anos de perseguição. No olhar dele podia-se ver a satisfação, ao vê-la ser presa com algemas e imobilizada, nos olhos cansados dela, era nítido estar preparada, para o seu fim, nas mãos do seu inimigo, e muito aliviada, por conseguir cumprir a sua missão. As naves aguardavam do lado de fora, para levá-la para a praça central, onde seria julgada perante todos.

Em silêncio ela manteve-se, mesmo que fosse humilhada pelos soldados, e pelas pessoas da cidade central, todas tinham algum em comum, tiaras que davam a volta pela cabeça, conectada do crânio até o cérebro, não para controlá-las, mas para garantir, que permaneceriam fiéis a ele. Tereza (R-132) nunca se curvou para o dark, e pelas grandes ruas da cidade, até chegar à praça do império, onde será julgadas, as milhares de pessoas reuniram-se no caminho, somente para expressar o seu ódio, nenhuma delas sofriam, e até mais que isso, eram felizes e tratadas iguais, apenas a seguir as ordens, e reconhecerem a soberania de dark, que naquela altura, era o rei.

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