...{Sonho}...
— Eu sempre te amei!— Diz ele, ao descer da sua bicicleta rapidamente, atrás dela, na praça.
— Chega de ficar atrás de mim! Isso tudo estar a cansar-me...— Fala para ele, num tom evelado, já não preocupada com algumas pessoas ao redor.
— Eu quem estou a cansar aqui, de entender o motivo de nos levar até essa situação.— Diz a estar ofegante.
— Qual situação, essa que você está a fazer eu passar? A seguir os meus passos, por onde eu vou.— Enquanto fala para ele, as pessoas perto se retiram da praça.
— Não! E sim você ter terminado comigo, com aquela mesma desculpa que precisava esfriar a cabeça, para me tratar da maneira que eu nunca a trataria, sequer houve motivos, apenas óbvias desculpas, para tentar cobrir o seu segredo.— E então, as nuvens trazem a chuva forte.
— Eu não escondia nada de você, quem andou a fazer a sua cabeça, com mentiras sobre mim? Eu fiz certo em terminar com você, e agora está a querer-me colocar como culpada?— Expressa visivelmente, as várias emoções no seu olhar.
— Fez muito certo em trocar-me por outro, e ficar de romance enquanto ainda éramos um casal! Você não era assim... É isso que a falsa ilusão de traição, coloca na sua cabeça? Que é melhor trocar um por outro melhor a vista!?— Começa a perder o controle emocional, enquanto procura acalmar o coração acelerado.
— O que você está a dizer?... Onde tirou isso? — Quase não responde, surpresa e sem saber o que fazer.
— Por que fez isso comigo.— As lágrimas descem pelo seu rosto, acompanhadas pelas gotas da chuva.
— Eu não fiz nada...— Ambos estão ensopados.
— Por que fez isso com nós dois?— Sozinhos na chuva, no final de tarde.
— Eu não fiz nada!— Grita a chorar também.
— Conheço muito bem... E sei que ainda há amor entre nós...— Dá alguns passos na direção dela.
— Não há mais nada, entendeu?... Acabou... Me deixa em paz...— Recua para trás, a evitar contato dele, ainda a chorar.
— Esse é o preço de amar você?... É dessa forma que tudo o que construímos juntos, termina?...
— Eu... não amo mais você...— Quase não consegue dizer.
Ao ouvir essas palavras, ele vai até a sua bicicleta jogada, sem conseguir dizer mais uma palavra, sai do local rapidamente, quase sem rumo, e ela fica ainda no local, a sofrer de igual maneira. Ele segue pela estrada, até chegar na praia próxima, na parte que fica o grande rochedo, a decidir por um fim, na sua vida, ao pular daquela altura até o chão da praia, a perecer pelo impacto da queda. Na parte onde ele caiu, estava um relógio de bolso, que no momento em que ele toca, um forte brilho aparece, e ele desperta próximo ao seu corpo morto, com aquele relógio intacto…
...— • • • —...
Tez acorda novamente no meio da noite, na sua cama, nos primeiros minutos sem entender, mas logo começa a lembrar do acontecido. Após ela testemunhar a mãe de keffery, a ser assassinada por alguém, o som dos carros da polícia foram a última coisa que ela ouviu, antes de desmaiar, tez ainda lembra de ter acordado com alexandra a levá-la para o seu quarto, numa conversa com alguém. Tez se levanta da cama, a pensar sobre, quando se depara com dois objetos na pequena estante, que a faz ficar alerta no cômodo.
Uma carta selada com o mesmo símbolo que tinha na sua barriga, junto a uma esfera brilhosa, eram os objetos que estavam diante dos seus olhos, sem vestígios que alguém colocou, apenas uma pequena luz vermelha da câmera, instalada no seu quarto, saberia mostrar de quem seria. Ao pegar a carta, o medo fluía pelo seu corpo, como o fictício ao tornar-se real, e parte daquele longo e cansativo mistério, estava prestes a resolver se.
O silêncio na casa, anunciava as altas horas, tez sabia que não podia fazer nada, por enquanto, a não ter escolha senão voltar a dormir, e pela manhã resolver todo esse assunto, por mais que seja algo enlouquecedor, e ainda misterioso, um passo de cada vez, existiam problemas maiores. O sono pareceu ser rápido, mas não era o que o relógio dizia, tez dormiu bastante, que acabou por ficar sozinha na casa, pois, alexandra tinha que sair cedo, junto de keffery para o enterro.
Ninguém esperava uma perda repentina, mas todos tinham tudo preparado, caso acontecesse, e alexandra não queria esperar as investigações, ou outras coisas que seriam exigidas, apenas queria que tudo fosse feito rapidamente. Por isso ela ficou metade da noite em claro, para decidir o cemitério que a sua irmã iria ficar, essa forma de agir, diante de uma situação abaladora, era mais que o resultado das perdas anteriores. Keffery estava pronto para ir naquela manhã, e esperava ela no carro, quando alexandra entra, avisa à ele:
Alexandra — A tez não vem...— Olha para ele, que está no banco da frente.
Keffery — Ela sabia que hoje seria o enterro?— Pergunta muito tristonho, a olhar para fora.
Alexandra — Não... mas preferi deixá-la a dormir, tudo o que aconteceu, a deixou de certa forma abalada.
Keffery — Você não disse para ela...— Diz num tom insatisfeito.
Alexandra — Keffery... nós estamos a sofrer, não é hora é nem momento adequado, para discutir.— Diz a ser compreensível, visto a tamanha dor que ele sente.
Keffery — Sabe quando você está num momento mau, que se torna o pior dia da sua vida, e você quer que a pessoa que mais ama, esteja ao seu lado?— Pergunta para ela, a tentar segurar o choro.
Alexandra — Sim, meu amor... Eu sei.— Responde, após um suspiro silencioso, junto a um aperto no coração, ao ouvir essas palavras.
Keffery — A pessoa que você mais ama, era a mamãe... E você queria estar aqui com ela.— Olha para ela, que permanece a olhar para a frente, para ele não ver ela chorar, ainda sem sair do lugar, com o carro.
Alexandra — Todos nós queríamos...— Falou para ele, apenas o que conseguiu dizer.
Keffery — A pessoa que eu mais amo, não vai voltar comigo para a casa... nem o meu irmão, que não teve tempo de nascer, mas ainda tem você e a tez, mas ela não está aqui... e eu queria muito que ela estivesse aqui, no pior dia da minha vida... mas ela não está...— Silenciosas lágrimas percorrem no rosto de keffery, enquanto falar quase a sussurrar, as poucas palavras que disse, naquele fúnebre dia.
Sem conseguir dizer mais nada, alexandra coloca a chave no carro e começa a dirigir, na direção do cemitério mais próximo, onde todos os demais iriam se encontrar. Após se arrumar, e tomar o seu café matinal, tez vai até à sala de estar, não demora muito para a campainha tocar, que a faz atender, eram os instaladores das câmeras, que no dia anterior, não puderam terminar o serviço, o que não era um problema, por mais que estivesse sozinha na casa, pois, o reparo seria nas câmeras de fora, que davam na rua e as casas vizinhas.
Um serviço básico que não durou mais que trinta minutos, após terminar e antes de irem, um deles chama tez para explicar como funcionaria, todas as câmeras estavam conectadas ao "notebook" O que logo a fez lembrar, do ocorrido dessa noite, então, novamente sozinha ela pega o "notebook" e começa a verificar as gravações da madrugada, qualquer coisa que julgasse suspeita, ou que levasse a explicação daquela carta e a esfera.
Para o desprazer dela, nada foi encontrado nos horários de madrugada, apenas algo que chamou a sua atenção, quando parou desanimada por não ter visto nada, era exatamente nas horas. Ela então pegou a sua caderneta, e prestou atenção nos segundos e minutos, entre as duas e as três horas da madrugada, os horários que o símbolo na sua barriga, começam a brilhar. Rapidamente, tez chega num resultado, que nem mesmo ela entendeu, mas que deveria fazer sentido, e seria ideal para entender melhor, tudo o que está a acontecer, ao guardar a caderneta no seu quarto.
Tez percebeu que entre os horários das duas e das três horas, os segundos que sempre foram sessenta, para completar um minuto, mudaram para cinquenta segundos, ou seja, dez segundos foram retirados durante esse período. Algo que era impossível, até mesmo, a ser um defeito na câmera, pois estavam mais que novas, e ainda receberam revisão naquela manhã. Os segundos retirados do tempo, quando acumulados, davam tempo suficiente para alguém entrar sem ser visto pelas câmeras, muito menos deixar rastos ou sinais que esteve no local, isso a espantou de tal forma, que resolveu deixar tudo isso de lado.
Algumas horas após descobrir, alexandra chega no horário do almoço, que para a surpresa de tez, estava sozinha, e num silêncio total, a ir até ela, ao avistá-la na sala, séria e com discreta tristeza. Tez queria saber onde estava keffery, de certa forma ela sentia a sua falta, e queria conversar com ele, mas parecia que o que alexandra trazia, ao se sentar na frente dela, eram sérias notícias...
***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***
Atualizado até capítulo 23
Comments