Beijo roubado

Devido ao inverno, a cafeteria estava com muito movimento, foi um dia cansativo, me lembro de não parar um segundo, meus pés estavam doendo, o último cliente saiu, coloquei meu casaco para ir pra casa. Me despedi do pessoal e sai, ainda estava nevando, coloquei uma touca e luvas e fui em direção ao ponto de ônibus. Parado ali encolhido sobre a scooter estava ele, coberto de neve como se tivesse ali a horas.

- Você denovo?

- Quis garantir que não perderia o ônibus.

- Você está me perseguindo? É um stalker?

- Quase isso, na verdade queria te agradecer pelo almoço, e te convidar para jantar comigo.

- Adoraria, mas está tarde, não encontraremos quase nada aberto.

- Conheço um lugar, é simples mas é bem gostoso .

- Está bem, vou ligar para meus pais e avisar que chegarei um pouco, mas tarde.

- Liguei para minha mãe, e subi na garupa da scooter, fomos até o Vaticano, parou próximo a uma praça, entramos em uma pequena garagem onde havia no máximo três mesas, e algumas pessoas comendo pizza em pé.

- Você não vai se arrepender, a pizza aqui é divina, escolha a de sua preferência.

- Obrigada.

O local era simples, mas de fato era a melhor pizza que já havia comido na vida. O sabor da massa derretia em minha boca.

- Boa né?

- Maravilhosa, conhece faz tempo aqui?

- Oi Tino, como vai? Hoje vai tocar pra gente?

- Não trouxe meu violão.

- Isso não é problema, arrumo um agora mesmo.

- Estou acompanhado...

- Toca, quero ouvir você tocar.

- Está bem, já que insiste...

Ele segurou o violão, e Dedilhou os dedos sobre as cordas, tocou e cantou uma linda canção, todos os clientes da pizzaria aplaudiram.

- Você toca e canta muito bem.

- Obrigado, um dia serei reconhecido internacionalmente.

- Talento você tem.

- Está com frio?

- Um pouco

- Tome meu casaco.

- E você sentirá frio.

- Não se você me abraçar.

- E quem disse que vou te abraçar?

- Eu.

sorrindo

- Tem uma sujerinha no seu rosto, posso tirar?

- Claro.

Ele fingiu limpar minha bochecha e me beijou, tomei um susto, apesar de ter dezenove anos, nunca havia beijado ninguém, sempre foquei em trabalhar, ajudar minha família e estudar. O empurrei imediatamente.

- Desculpe, Maitê, não sei o que deu em mim.

- Pode me levar para casa?

- Claro.

Fomos o caminho todo em silêncio, no portão de casa, desci da Scooter.

- Maitê, perdão, prometo que não irá acontecer novamente.

- Tudo bem, preciso entrar. Obrigada e boa noite

- Boa noite

- Tino, não que eu não tenha gostado, só me assustei, foi meu primeiro beijo.

Entrei correndo pra dentro de casa, e fiquei olhando pela janela. Ele pulou gritando, ela gostou, ela gostou, o achei tanto fofo.

Dali por diante ele sempre me esperava no trabalho, passamos todo o tempo livre juntos e nos fins de semana que estava de folga íamos ao cinema, pizzaria, consertos, livraria. Estávamos cada dia mais apaixonados, ele se tornou meu melhor amigo, minha melhor companhia e o melhor namorado do mundo.

- Tino, você tem melodias próprias?

- Na verdade, estou trabalhando em uma melodia para uma música que compus.

- Você compos quero ouvir.

- Ainda não está pronta, assim que ficar te mostro.

- Que mistério, me mostra vai.

- Não, deixa de ser curiosa, só quando estiver pronta.

- Ah, esqueci de te falar, meus pais querem te conhecer, e te chamar para almoçar lá em casa domingo.

- Claro que eu aceito. A comida de sua mãe é divina.

- Só aceita por causa da comida, é?

- Claro comida de graça

Risada

- Vou dizer isso à minha mãe.

- Não diga não, só estou brincando.

- Sei

risada

- Adoro ficar sentando com você nesta praça

- Amo ouvir você tocar, me acalma, sinto uma paz no meu coração.

- Está com frio?

- Estou

- Vem cá que eu te esquento.

- Tino, como você está cara?

- Oi Lui quanto tempo. Voltou pra Roma?

- Não, só vim a trabalho, estou advogando para uma empresa e tive um cliente aqui hoje. E essa moça bonita quem é?

- Desculpe, está é Maitê, minha namorada, Maite esse é Lui, meu amigo de infância.

- Muito prazer Lui

- O prazer é todo meu, em conhecer uma largatchia tão bela.

- Menos ai cara, é minha namorada.

- Só estou sendo gentil. E seu pai tem o visto? Já falou para ele da namorada?

- Maitê está com frio, vou levá- lá pra casa, foi um prazer te encontrar.

- Foi um prazer Maitê, cuide deste cara aqui.

- Pode deixar vou cuidar.

Saímos do parque e fomos caminhando. até a porta da minha casa.

- Você ficou estranho, calado depois de encontrar seu amigo.

- Nada não, só não gostei da forma que ele falou com você.

- Meu amor, eu realmente sou bela, olha essa pele clara, esses olhos azuis da cor do mar, e essas sinuetas.

- Realmente tem razão é bela demais, só que é só minha, não quero outro barbado te olhando.

- Não se preocupe, sou só sua.

- Agora entre, está frio, não quero que adoece.

- É só você me dar uns beijinhos e me abraçar que o frio passa.

- Então vem ca danadinha.

- Maitê, está na hora de entrar.

- Estou indo pai.

- Boa noite senhor.

- Melhor eu entrar.

- Também acho, ele não gostou de nos ver se beijando aqui.

- Boa noite namorado lindo, até amanhã.

- Boa noite minha bela namorada até amanhã e sonhe comigo.

- E você gatinho sonhe comigo.

Ele se foi e eu entrei

- Maitê não quero vocês dois com aquele incherimento na porta de casa.

- Sim Papa.

- Maitê deveria arrumar um partido melhor, e não um músico, música não dá dinheiro, e pelas calças jeans e ALL star esse aí não tem nem família rica e nem senso de moda.

- Tere se mete com sua vida.

- Isso mesmo Tere.

- O que é Hiago? Só acho que ele não tem nada para oferecer pra ela.

- Tere eu me mato de trabalhar, estudar você acha mesmo que preciso que alguém me sustente? Quero eu mesma ser provedora da minha vida, e você deveria estar estudando para ser da sua.

- Meninas já chega.

- Foi ela que começou mãe.

- Disse já chega.

- Boa noite, vou para meu quarto.

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