Uma Só Melodia E Dois Corações

Uma Só Melodia E Dois Corações

Neve e melodia

Toda história de amor no meu ver deveria começar em um lindo dia ensolarado, com o céu azul, mas a minha história de amor começou em uma noite gélida de inverno, na cidade de Roma.

A noite estava fria e quase ninguém estava na rua, terminei o meu turno, no coffe Sião, onde trabalho para pagar minha faculdade e ajudar minha família. Como o último cliente demorou para sair, tive que caminhar com a neve caindo até a estação de ônibus. A noite parecia triste e silenciosa. Meu coração batia acelerado por estar caminhando sozinha, ouvi um barulho de passo atrás de mim, isso paralisou minha alma, apertei o passo e um barulho de lata caindo , dei um grito e corri sem destino. Fui parar em uma rua com poucas casas, e deserta, mas um som me chamou atenção, era uma linda melodia sendo dedilhada em um violão. Aquela melodia confortou meu coração, estava hipnotizada, segui aquela melodia até uma esquina.

Lá estava um rapaz alto, cabelo liso, negros um pouco comprido, caido sobre os olhos com seu violão na mão. Ele não parecia sentir a neve caindo sobre ele, só importava tocar naquela noite triste. Tentei o máximo possível não fazer barulho e fiquei ali parada ouvindo. De repente, ele levantou a cabeça, pude ver sua pele branca e aqueles olhos verdes que pareciam estrelas brilhantes no céu. Ele sorriu e disse:

- Te acordei com minha cantoria?

Respondi - Não, estava passando, ouvi sua melodia e quando me vi estava aqui.

Com um sorriso lindo ele disse:

- Que bom que gostou, me chamo Tino e você?

- Me chamo Maitê.

- Prazer em conhecer Maitê. Mora por aqui?

- Não, perdi o ônibus, estou indo para casa.

- Posso te acompanhar até sua casa?

- Porquê faria isso?

- Uma menina linda como você não pode andar sozinha essa hora da noite.

- E quem me garante que não é um serial killer?

- Vamos lá, aqui está deserto, não tem ninguém na rua e poucas casas, poderia te sequestrar agora se eu quisesse.

- Você tem razão. Moro longe, precisamos pegar um ônibus.

- Te disse que te acompanharia em casa, se não tiver medo tenho uma scooter, poderia chegar mais rápido.

- Não tenho medo, aceito sua oferta.

- Vou pegar os capacetes.

Ele entrou em uma casa com seu violão, e veio rapidamente com dous capacetes e uma jaqueta de couro.

- Coloque essa jaqueta, não queremos que fique resfriada.

- Obrigada Tino. Ainda não entendi porque está ajudando uma desconhecida?

- Porque a desconhecida foi hipnotizada pela minha música. Então é um pouco responsabilidade minha.

Sorriu

- Olhando por esse lado sim. Então vamos.

Eu coloquei a jaqueta dele, tinha um cheiro suave, amadeirado, subi na garupa e ele me levou para casa.

- Tino obrigada, você salvou minha prova amanhã.

- Como assim?

- Se não tivesse me trazido, teria chegado ainda mais tarde e não conseguiria estudar para avaliação de amanhã.

- Tino você faz faculdade, onde?

- Na universidade Sapienza, curso direito, estou no último ano

- Caramba, direito?

- Porque a surpresa?

- Por nada, você seria a nora perfeita para meu pai.

Risada

- Preciso entrar antes que meu pai venha me buscar. Não sei nem como te agradecer. Obrigada.

Tirei a jaqueta dele e devolvi, ele muntou na scooter e foi embora. Passei a noite estudando com a melodia na minha cabeça.

Quase perdi a hora de ir para faculdade.

- Maitê quem era o rapaz que lhe trouxe ontem?

- Ninguém mãe, só um amigo que me deu uma carona porque sai tarde do trabalho.

- Se alimente direito, e se agasalhe esse inverno está de matar.

- Cadê o papa mãe?

- Saiu com as galinhas, quebrou o encanamento em uma botique e o chefe dele mandou ele ir antes de abrir.

- E a senhora porque já está nesta máquina de costura?

- Tenho que terminar esses consertos na bainha das calças, a cliente vem buscar cedo. Hiago passou a noite adiantado.

- E Tere? foi ver o trabalho no restaurante?

- Ela disse que restaurante não é lugar para ela, vai trabalhar em uma botique. Essa menina não sei não.

- Vocês a mimam demais, na idade dela trabalhava fazendo faxina para pagar meus estudos e ajudar em casa. Beijos mãe estou indo, se não chego atrasada.

- Boa prova minha filha.

- Obrigada mãe.

Cheguei a faculdade e fui correndo para minha sala fazer a prova, tive sorte, tudo que tinha estudado caiu. Porém demorei pois estava revisando minhas respostas.

- Maitê?

- Oi Pri.

- O que achou da prova?

- Estava tranquila, acho que me sai bem.

- Claro que sim, você é a primeira da sala, não sei como consegue, é barista o dia todo e um pedaço da noite.

- Tenho que estudar e ter notas boas se quero dar um futuro melhor a minha família e a mim.

- Pri vamos ao baile hoje no coliseu?

- Não posso, vou trabalhar até tarde.

- Claro que pode amanhã é sabado e você não trabalha de manhã.

- Fiquei de ajudar minha mãe na faxina da casa.

- Você vai acabar morrendo de tanto trabalhar, não tira um dia para se divertir.

- Fica pra próxima. Tenho que ir, Jajá pego no trabalho.

- Ta bom tchau.

- Passe no café mais tarde se quiser conversar.

- Vou ver com o pessoal.

Sai rapidamente, pois se eu quisesse almoçar antes de entrar no trabalho, precisava ir depressa. Sai da faculdade e ouvi alguém chamando meu nome, olhei para trás e vi um lindo rapaz com a pele pálida, olhos verdes sorrindo para mim.

- Maitê

- Tino, o que faz aqui?

- Também estudo aqui.

- Sério?

- Sim, troquei o curso de direito por música e instrumento.

- Nossa, são cursos opostos

- Pois é, minha paixão sempre foi música. Está indo pra onde?

- Trabalho, na verdade vou ao parque próximo ao meu trabalho almoçar antes de começar a trabalhar.

- Posso te acompanhar?

- Claro, vamos. Porque começou direito?

- Meu pai me obrigou, era para eu ter me formado dois anos atrás. Ele acha que ainda estou aqui fazendo doutorado.

- Seu pai não sabe que trancou o curso?

- Não, se souber me mata, ele espera que me tirne advogado volte para Milão e assuma as empresas dele.

- E você não quer isso.

- Não, quero ter o direito de escolher minha própria vida. Quero ser o melhor músico que o mundo já viu.

- E sua mãe, sabe?

- Minha mãe faleceu quando eu tinha três anos, ontem fez vinte anos que ela faleceu.

- Por isso você estava tocando aquela melodia triste?

- Era a música preferida dela.

- Sinto muito por sua perda.

- Obrigado. Onde vamos almoçar? Não vejo nenhum restaurante por aqui.

- Posso dividir meu almoço com você, trago de casa, minha mãe sempre coloca muita comida, dá para nós dois.

- Se não se incomodar de dividir comigo.

- Claro que não.

- E você porque escolheu direito?

- Quero ser delegada, sempre foi meu sonho.

- Uau delegada Maitê.

risadas

- Está gostando da comida?

- Muito gostosa, a melhor que já comi.

- Não exagera, é uma comida simples, porém feita com muito amor.

- Sua mãe é uma cozinheira de mão cheia.

- É sim, e uma mulher incrível.

- Imagino, a filha dela é incrível.

- Nossa tenho que correr, já estou atrasada para o trabalho, me interti perdi a hora.

- Ei espera, posso te levar pra casa depois do trabalho?

Fingi que não ouvi, corri para coffe, o meu patrão é rabugento e odeia atrasos, e não podia perder esse emprego.

Baixar agora

Gostou dessa história? Baixe o APP para manter seu histórico de leitura
Baixar agora

Benefícios

Novos usuários que baixam o APP podem ler 10 capítulos gratuitamente

Receber
NovelToon
Um passo para um novo mundo!
Para mais, baixe o APP de MangaToon!