Em um cemitério na zona leste, ajoelhada em frente a uma lápide, estava Manuela, seguida por duas garotinhas de nove e doze anos, os seus gêmeos e um homem jovem alto e bonito, que a ajudava a limpar o túmulo, pixando as ervas daninhas e colocando os novos vasos de flores, que a família trouxe.
"E aí amiga! Então hoje eu vim ti visitar, sinto saudades das suas loucuras e de você ao meu lado."
"Também quero ti contar nega, mais sobre as nossas filhas, Juliana e Andréia"
"Elas moram comigo, desde o dia em que você partiu."
"A Juju já tem doze anos, e é quase da minha altura e já está na sétima série. Ela adora pintar, fotografar e dançar, e se parece exatamente como você."
"Já a Déia está com nove anos, é bastante extrovertida e tem muitos amigos. Ela está na quinta série este ano, ela ama desenhar quadrinhos com Caio, e quer ser arquiteta quando crescer, e ela herdou o seu jeito moleque."
\*Ah! Tem também um bafão.\*
"Eu me casei de novo, há dois anos "
"É amiga, eu peguei um novinho! Kkkkk! Ou acredito que, foi o novinho quem me pegou." Manuela chorava e ria, conversando com a foto de Leila, que foi colocada no seu túmulo.
"Nega deixa eu ti falar, sabe o Ricardo, então amiga, ele é muito louco, e.eu tive que fugir da casa dele."
"Acredita amiga que ele começou a me perseguir. Aquilo foi muito sinistro. Chegou um tempo em que ele queria comandar a minha vida, e começou até a ter ciúmes de tudo e de todos. Inclusive das crianças"
"E isso é porquê eu nem estava com ele, o nosso relacionamento era só de amizade, e de patrão e empregado."
"Fiquei com medo, e um dia o chamei para uma conversa. Deixei bem claro que não o queria como homem, e então no mesmo dia pedi demissão."
"Sai da casa que morava com as criançasno dia seguinte, levando somente as nossas roupas e o dinheiro que eu tinha guardado."
"Então voltei para a zona sul, aluguei uma casa na comunidade, fiz a transferência de escola das crianças e trabalhei como diarista, vendi pudim e bolo nas casas de programa e nas ruas, e num dia em que o transporte entrou em greve, me deixando na mão em horário de pico, bem no meio do centro empresarial, conheci o Gilberto." Manuela respirou fundo, antes de continuar a falar com a foto, era como se fosse Leila que estivesse ali presente na sua frente.
"Amiga, eu o achei lindo, quando o vi pela primeira vez."
"Naquele dia, ele e os outros motoristas ofereciam carona, para aqueles que voltavam para casa no horário de pico. Ele estava muito bem-vestido, usava um terno e gravata, parecia sério, mas eu o achei muito jovem. Pensei que ele tinha no máximo dezoito anos. Hahaha!"
"Quando o carro dele parou ao meu lado no ponto, já havia três pessoas atrás. Me senti envergonhada. Eu sou gordinha da bunda gigante, você sabe né amiga. Eu estava usando uma leging, sapatilhas e camiseta folgada, com uma mochila no ombro e uma caixa térmica nas mãos. Então fiz de conta que não o vi, e comecei a andar sentido bairro."
"Eu lembro como se fosse hoje nega. O carro começou a me seguir e ele buzinava. De repente o carro parou, e ele desceu com o rosto sombrio e disse-me. "Senhora! O senhor no carro disse que a senhora trabalha no seu escritório duas vezes por semana, e pediu para eu levá-la para casa, então por favor entre no carro." Ele falou e pegou a caixa das minhas mãos, a colocando no porta mala. Então abriu a porta do passageiro e esperou eu entrar. Ele estava impaciente. Leila ele tava tão bonitinho bravo. Kkkkk!"
"Mas verdade ele tava puto! Kkkkkk"
"Então daquele dia em diante ele me cortejou, me mimou e cuidou de mim, até hoje eu não sei o que ele viu em mim. Mas no fim ele me conquistou, e um ano depois me pediu em namoro. Eu já estava com trinta e dois anos e ele ainda tinha sabe quanto amiga? Vinte e um! Acredita nisso. Vinte um aninhos. Um bebê. Me senti tão velha. Relutei em aceitar, mas no fim ele venceu e levou o meu coração."
"Amiga já estou com trinta e seis hoje, e ele tem vinte e cinco."
"Ah! Eu também estudei e formei-me nega. Sou professora agora, e dou aulas na escola particular onde as nossas crianças estudam, mas para o segundo grau."
"O Gilberto é advogado amiga, e foi ele quem fez tudo para adotar as crianças. Tão jovem e já é pai de seis."
Suspiro.
"A minha sogra é um amor de pessoa, e ama ser chamada de vovó Dina."
"Para falar a verdade toda a família dele, nos aceitou muito bem."
"A nossa casa é grande e somos felizes."
"Leila como eu queria que estivesse aqui."
"Ahhh! Eu sei o que você quer saber amiga. Mas a resposta é não. Aqueles lixos, eu nunca mais os encontrei. Há alguns anos eles até ligavam para o meu telefone, mas eu os bloqueei e agora tenho outro número."
Amiga temos que ir, volto o ano que vem ok. Beijos e descanse em paz." Manuela tocou a foto em despedida.
Gilberto a ajudou a se levantar e a abraçou, enquanto caminhavam de volta para o carro.
"Mãe Manú! Não chore mais, eu e a minha irmã estamos felizes por ter vocês como mãe e pai. A mamãe Leila, deve estar feliz hoje e rindo muito depois de ouvir as suas histórias." Juliana falou com o coração, enquanto sorria.
Gilberto apertou o seu aperto na cintura de Manuela.
Ele estava tão feliz.
Foi a primeira vez que Juliana falou, sobre os seus sentimentos.
"Nossa irmã está crescendo! Henrique falou, e puxou o rabo de cavalo de Juju.
"Ah! Seu moleque!" Juju correu atrás dele.
O casal sorriu das brincadeiras deles..
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Atualizado até capítulo 67
Comments
Cleidilene Silva
Eu tb pensei que era o Ricardo que ela tinha fisgado, mais estou louca pra saber que fim levou,os clapulas.
2023-10-23
4
rafamendes
e eu aqui pensando que o novinho era o Ricardo,mas ele surtou vê se pode.ainda bem manu necessita ser feliz
2023-10-20
1
Lucia Carla
mostra os personagens
2023-10-11
1