Capitulo 18

Patrícia

Como a Maria teve febre eu e Zé boiadeiro a pedido do meu filho levamos ela para o hospital, eu e ela fomos direto para a sala de cirurgia. 

Contei roda a história para o médico que nos atendeu e ele pediu para que um ginecologista obstetra examinasse a Patrícia e para a minha surpresa ela estava com gravidez tubária de um mês já e devido à tortura que ela sofreu o corpo reagiu e estava manifestando a gravidez.

Essa gravidez é um perigo para a vida da mulher, pois a criança não tem espaço para se desenvolver, o que pode causar uma ruptura da trompa e causar uma hemorragia interna que pode levar a morte da mãe.

"Pobre Maria, penso, mas é livramento, pois esse filho poderia ser de uns dos homens que o maldito do Josué agenciava para ficar com a sua mulher e usufruir do corpo dela."

Fico na sala de espera acompanhada do Zé boiadeiro aguardando notícias da jovem Maria.

_Não acredito amigo que não percebemos as investidas desse maldito do Josué e a casa da Maria era ao lado da minha._Se eu tivesse percebido antes eu teria falado para o Caveira e isso estaria resolvido a mais tempo.

_Não se culpe Patricia, muito provavelmente o cara a ameaçava para não gritar ou emitir qualquer som. Ele era um psicopata sádico.

_Mas maltratar assim alguém que ele deveria amar e cuidar, não me entra na cabeça.

_Há muito assim Maria, eu espero até hoje a mulher pela qual meu coração vai bater mais forte.

_Amigo, logo você vai encontrar!

_Eu já encontrei Patrícia, mas ela ainda não percebeu os meus sentimentos, pois temos uma amizade de anos.

Não estiquei muito a conversa, pois o médico veio nos trazer notícias da Maria.

_Patricia é você quem acompanha a jovem não é?!

_Sim. Dr eu mesma como ela está?

_Tiramos a trompa afetada e a outra mantemos ela vai se recuperar bem.

_Quando ela tem alta Dr. Ela ficará alguns dias em observação. Mas em 72 horas podem vir buscá-la.

_Eu recomendo vocês irem descansar a voltarem a noite para visitar, se bem que ela está sob o efeito da anestesia e ira acordar só amanhã de manhã. Vocês podem vir visitá-la amanhã no horário de visitas e por favor traga roupas para ela.

_Está Dr. amanhã nós voltamos por favor cuide bem de Maria ela já sofreu demais.

_Aqui ela está bem assistida, não se preocupe.

Eu Zé boiadeiro saímos do hospital de volta para o morro, conversamos durante o caminho, eu quis saber quem é a tal amiga por quem o meu melhor amigo é apaixonado.

_Não vem ao caso Patrícia, eu sei que para mim essa mulher a cada dia que passa se torna inalcançável.

Ele me dá um sorriso e uma piscada e eu me toco na hora que ele está apaixonado por mim.

_Quem sabe se você cortejá-la ela abra o seu coração, aliás ela com certeza está de coração aberto para um novo amor.

Penso que já está na hora de abrir o meu coração para um novo amor, e o Zé boiadeiro sempre foi muito cuidadoso comigo e se tornou para mim um grande amigo.

E com certeza o Belzebu se fosse escolher alguém para ficar comigo, com certeza ia ser o Zé boiadeiro.

Chegamos ao morro e fomos direto para a casa da Maria pegar algumas roupas para ela.

Separei as mais comportadas e bonitas.

_Não sei o que esse homem tinha em sua cabeça, Patrícia, a maioria das roupas dessa pobre moça eram vulgares.

_O que você esperava de um drogado que agenciava mulheres?

_Pobre moça, mas agora ela está livre desse embuste.

_A Maria irá se recuperar, tem uma mãe que a ama e aqui no morro tem amigos, logo ela nem se lembrará desse homem.

Coloco as roupas que separei em uma mochila, e separei um chinelo também para a minha amiga.

Na farmácia comprei absorventes, pois ela vai precisar.

Zé boiadeiro me acompanhou e eu o convidei para passar a tarde comigo, não queria ficar só e quem melhor para fazer companhia que ele.

O Zé aceitou meu convite e assim esperamos o meu filho Caveira chegar, o trabalho na casa de Maria ainda não acabou, meu filho com seus subordinados vão dar cabo de mais alguns malfeitores. É dessa forma que ele mantém a paz e a ordem no morro do São Camilo, eu não gosto de mortes, mas às vezes para esses lixos de seres humanos só a morte pode resolver.

Preparei um lanche para mim e para o meu amigo Zé boiadeiro. E reparei que ele me olhava com amor nos seus olhos e eu não sei como eu não percebi esse amor em seus olhos antes.

Talvez, por ele disfarçar e muito bem seus sentimentos, mas agora ele não precisa mais disfarçar, pois como eu disse, estou de coração aberto para um novo amor.

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