Capitulo 11

Felipe Martins

Meu nome é Felipe Martins, tenho 26 anos e sou o chefe do tráfico de drogas no morro do São Camilo substituindo, o Belzebu, que foi um verdadeiro pai para mim e excelente marido para a minha mãe. Aqui na favela, sou conhecido como caveira, sou considerado perigoso por meus subordinados, pois traidor comigo não tem vez, eu passo dessa para uma melhor, sigo os passos do meu Padrasto Belzebu, cuido da comunidade e faço melhorias para as famílias, não era isso que eu queria para mim, meu sonho era ser policial militar e conversava muito sobre isso com a minha amiga Fernanda, filha da diretora-executiva Angélica. Minha mãe sempre me levava com ela para o trabalho e eu construí uma linda amizade com a Fernanda, aos doze anos a minha amiga foi estudar fora do Brasil, e acabamos que perdemos o contato e nunca mais nos vimos, ocasionalmente eu lembro daquele sorriso lindo e daqueles lindos olhos. Mas seguimos caminhos diferentes, ela estudando fora do Brasil e eu chefe do morro São Camilo, nossas vidas não combinam.

Para gerenciar o morro do São Camilo eu pratico sequestros relâmpagos, onde eu limpo a conta bancária desses riquinhos de merda e isso minha mãe que hoje na comunidade como Jô não sabe. Nunca matei nenhuma vítima de sequestro relâmpago, apenas limpo as contas delas, mas da metade desses riquinhos não respeitam os pobres e pisam neles para humilhar.

Aqui na comunidade eu possuo três bocas de fumo que gerencio com a ajuda do veterano Zé boiadeiro, movimentamos muito dinheiro, pois os mesmos ricos que humilham os pobres veem aqui atrás de drogas e falem literalmente as contas bancárias de suas famílias e eu ignoro.

Não costumo tocar o terror nas famílias daqui, trato todos com respeito, mas se alguém se mete a besta e tenta trair o morro esses eu torturo e passo o berro.

As meninas daqui vivem se assanhando para mim, só faltam me agarrar no meio da rua, mas eu não quero nenhuma, pois detesto mulher atirada

Hoje planejo com meus homens uma festa de aniversário para a minha mãe que cuidou de mim e me criou ao lado de Daniel, me dando tudo do bom e do melhor, pois ela merece. Ela deu um bom pai que me criou e me amou como um filho, por mais que ele fosse um traficante, ele nunca me bateu nem na minha mãe e eu cresci vendo o tráfico de drogas como uma fonte de renda. Meus homens não são viciados nem mesmo eu, pois acredito que para o tráfico ter sucesso, nem o chefe, nem os subordinados devem usar o seu produto, o último que caiu na besteira de me enrolar e usar a minha droga acabou morrendo debaixo dos tiros da minha metralhadora e acabou servindo de exemplo para os outros.

Nenhum morro daqui da cidade tem peito para enfrentar o São Camilo, pois temos capacidade ofensiva muito grande, então as pequenas bocas de fumo não se arriscam a me enfrentar, por medo de deixarem de existir e por medo principalmente de mim.

Fernanda

Eu sou Fernanda, tenho 26 anos estudei fora do país, na lá Inglaterra, terra do rei Charles, me formei advogada com louvor e agora estou retornando ao Brasil para prestar o exame da OAB para que eu possa advogar no meu, país de origem, claro que terei que me graduar, no direito do Brasil, pois as leis na Inglaterra são diferentes das daqui do Brasil são mais rigorosas, no Brasil as leis são muito brandas.

Sonho em encontrar o Felipe, filho da Patrícia Marrom-bombom que cuidou de mim durante oito anos e só não cuidou por mais alguns anos, pois minha mãe achou que era melhor eu ter uma boa edução fora do país. As notícias que tenho da Marrom-bombom é que ela sempre morou no São Camilo e pretendo um dia encontrá-la para lhe dar um abraço e lhe dizer:

"Voltei"

Claro que o meu foco é ver o Felipe também e quero saber se ele se tornou policial como ele queria.

Mas isso só vou saber a hora que eu voltar. Arrumo as minhas malas e me preparo para o embarque que acontecerá daqui a algumas horas, estou com saudades de minha mãe, porém com mais saudades ainda da Marrom-bombom, pois ela quem ajudou a minha mãe a me criar, e ficava a maioria do tempo comigo, sempre sorrindo, e de bom astral.

Não me levem a mau, eu amo a minha mãe, mas devido ela ser diretora-executiva em um hotel só nos víamos a noite, e um pouco antes dela sair para trabalhar no período da manhã.

Minha mãe sempre compreendeu esse carinho que tenho pela marrom, e eu amava quando ela levava o Felipe para brincar comigo, hoje ela já é homem feito e eu quero, vê -lo também e dar aquele abraço quentinho. Ele deve ter se tornado um homem bonito e cobiçado.