capitulo 9

Belzebu

Torturo o Urubu e meu homens abusam dele como ele fez com a Patrícia, levamos ele para um terreno baldio e lá eu mando o Escorpião cortar o päu dele. Escorpião curte a ordem, esse ordinário deveria morrer só com a hemorragia, mas quero que ele sofra mais, o sol está que quente e eu e meus homens observamos Urubu agonizando.

_Belzebu acaba logo com isso, temos coisas para tratar no mundo do tráfico!

_Calma Zé boiadeiro, deixa ele sofre mais um pouco mais, preparem suas armas, vocês vão atirar a meu sinal.

Enquanto o Urubu está inerte e com dor no chão, eu imagino o terror inimaginável que a Patricia passou nas mãos de um suborbitado meu, me sinto culpado como se eu tivesse cometido o crime contra ela, meu coração dói muito.

Desde que Patrícia chegou a comunidade eu a enxerguei como uma joia rara. Uma mulher batalhadora que perdeu o marido e luta para criar seu filho.

Sinto meu coração voar para ela.

Se eu tivesse percebido o interesse de Urubu nela, eu já teria acabado com ele. E as coisas não chegariam a esse ponto.

Como vou encarar a Patricia agora? Me sinto responsável pelo que aconteceu.

Quando lembro que Urubu confessou que a estuprou e que estupraria de novo, dou a ordem para Escorpião e Zé boiadeiro:

_Matem esse lixo imundo.

Dou as costas para meus homens e eu escuto os tiros das armas de meus homens.

_Pronto chefe, Urubu já não existe mais.

Voltamos para o morro e eu decido que farei o impossível para que a Patricia e seu filho Felipe sejam felizes.

Lembro do abraço que nos demos e sinto meu coração disparar.

"Merda estou apaixonado por ela"

"Só não sei como vou chegar nela depois do que o Urubu fez"

Abro uma bebida e me lembro daquele belo sorriso, Patrícia é uma morena muito bonita, a mais bonita morena que vi.

Quero proteger a Patricia e se ela me der a oportunidade lhe dar amor.

Mas não sei se ela vai querer se envolver com um homem que é o Dono do morro, a justiça, o Juiz e o carrasco que executa as penas.

Resolvo cortejá-la por que não, com carinho e respeito ela esquece o que aconteceu durante a madrugada.

Sei o horário que ela desembarca no ponto de ônibus aqui na comunidade e vou lá esperar por ela.

Patricia

Cuido da pequena Fernanda com muito amor, quando ela me chama de marrom bombom me sinto melhor. 

Durante o horário de meu trabalhou não me lembrei em nenhum momento do estupro que sofri.

Na minha mente só estava a face bonita e meiga de Daniel, o cuidado que ele teve comigo depois do que se passou e depois a jura de morte ao Urubu.

Olho para o relógio seis e meia da tarde, dou banho na Fernandinha e dou a sua janta, ajudo a pequena a escovar os dentes e juntas esperamos a Angélica na sala.

Eu leio uma história para a pequena, a porta se abre e Angélica entra.

_Mamãe a marrom-bombom ta lendo uma história para mim!

Sorrio e beijo o rosto da pequena.

_A marrom-bombom tem que ir agora, mas amanhã eu termino de ler para você.

Ela me abraça e me beija no rosto.

_A Fernandinha se comportou Paty ?

_Sim, como sempre Angélica.

Me levanto do sofá e digo que logo, logo eu trago o Felipe para brincar com ela.

Meu doce anjo sorri, me despeço das duas e vou para o ponto de ônibus.

Longe da pequena, as lembranças do que passei bem a tona e eu começo a chorar.

"Como não contar para minha mãe? Enganá-la dessa forma?"

Enquanto choro eu penso que é melhor deixar para lá e esquecer, ou pelo menos tentar.

Embarco no ônibus e sigo para casa.

Quando desembarco encontro com o Belzebu no ponto de ônibus.

_Patricia deve ter sido difícil para você trabalhar hoje?

_Belzebu, até que não, ao lado da Fernandinha, a menina que cuido, fiquei bem, só depois que sai da casa que as lembranças voltaram.

Belzebu ajeita um cacho de meu cabelo atrás da minha orelha.

_Patricia, não seja refém do medo e nem de lembranças, matei o Urubu, num tribunal em que fui juiz._Ele confessou que te estuprou.

_Mas acabou, você está segura e ninguém na comunidade sabe o que aconteceu com você.

Abraço Daniel em agradecimento e senti meu coração disparar, ele não pensou duas vezes em me proteger do Urubu. Poderia ter acontecido com qualquer mulher e é certo que ele faria o mesmo. Mas iria usar o criminoso como exemplo para outros homens da comunidade, mas ele me protegeu para que ninguém soubesse que fui estuprada e não passasse pelo sentimento de pena ou mesmo julgamentos.

Quando o liberto do abraço, ele afirma:

_Patricia, eu quero te proteger, a você e ao Felipe, não sei se você vai me aceitar, ainda mais depois do que o Urubu fez com você.

Calo a boca dele colocando meu dedo indicador em seus lábios.

_Belzebu, obrigada por pensar em me proteger, eu só preciso que tenha paciência comigo.

_Prometo, ser paciente, Patrícia.

Nos aproximamos e nos beijamos, não aceitei a proteção de Daniel pelo que me aconteceu e sim porque eu percebi que estava apaixonada por ele.

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