A manhã da final

Augusto e Hélio foram dormir depois de estarem na boate por um tempo. Augusto ficou surpreso com Hélio cuidando dele como um irmão. Além de ficar de olho enquanto dançavam, também cuidou dele quando saíram da boate.

Augusto estava grato pela atenção do companheiro de trabalho. Até a preocupação com a toalha na hora do banho. Sabia bem que ele não suportava usar algo que fosse compartilhado por outros. Mesmo se fosse lavado em água fervendo e depois desinfetado com álcool, ainda assim ele não aceitava. O máximo que conseguiria aceitar era a roupa da cama.

Esse problema ele trazia da infância, quando a mãe dele passou por uma dificuldade financeira após a morte do pai dele. Ficaram um tempo morando em um hotelzinho fuleiro até a mãe começar a receber pensão e juntar com o salário do trabalho dela para alugar um pequeno apartamento para eles.

Em outro quarto, Heitor e Manuela sentiam que estavam de férias. TV no quarto com todos os canais possíveis, um banheiro enorme com banheira de hidromassagem. Serviço de quarto se tivessem vontade de comer algo mais tarde.

Heitor: Minha vida, quando imaginou que faríamos parte do seleto grupo de amigos de um CEO bilionário?

Manuela: Nunca, meu velho. Foi bom não ter se aposentado ainda. Se tivesse feito o mesmo que eu, quando chegou na idade de aposentar, hoje não estaríamos nesse hotel com todo esse conforto. E muito menos participaríamos das grandes coisas que eles fazem. Somos muito felizes e agraciados por essa amizade.

Heitor: Eu morri de medo de ser demitido no episódio da ex secretária. Mas recebi como punição por não ter avisado o Charles, cuidar da Helena e da Carolina, como se isso fosse punição...

Manuela: Ela ainda está na cadeia?

Heitor: Que eu saiba, sim. Cometeu vários crimes enquanto era secretária. Filmou secretamente alguns diretores agindo de maneira irregular, chantageou os diretores e alguns empresários. Ela era uma psicopata.

Manuela: E por falar em psicopata, aquela ex do Augusto também não é boa coisa e está levando a criança para o mal caminho.

Heitor: Vamos dormir, minha vida. Amanhã temos que aproveitar a parte da manhã, porque de tarde temos uma disputa final para assistir.

Em outro quarto, Antônio, Lúcia e os meninos conversavam sobre a viagem.

Guilherme: Pai, vai mesmo deixar que eu entre nesse mundo de jogos?

Antônio: Se esse é o seu sonho, não vou impedir. Já tem um patrocínio de peso para iniciar. Essa viagem é apenas uma amostra do que teremos adiante.

Gustavo: O Guilherme vai começar a disputar no próximo ano, eu ainda vou ficar de molho mais dois anos antes de poder participar também.

Lúcia: Pense nesse tempo como oportunidade de se aprimorar junto com Helena e Charles. Veja como eles têm sido conosco. Nenhum outro faria o que eles fazem.

Antônio: Vocês sabiam que no mundo inteiro, são apenas 10 grandes empresários que fornecem residências para funcionários? E mais, esses outro nove empresários só fornecem residências temporariamente. O prazo para o funcionário se estabelecer e encontrar sua residência varia de 6 meses a um ano.

Guilherme: Uau! O grupo Olinder faz isso desde sempre. Eu ouvi comentários sobre isso na escola. Desde que o avô fundou a empresa, sempre cuidou dos funcionários como família. Creche, escolas profissionalizantes, casas populares para o escalão mais baixo. Um plano de saúde que faz inveja até aos outros empresários e o cuidado com os menos afortunados.

Antônio: O Sênior, quando era bem criança, ainda vivia num bairro pobre, mas o pai dele era um funcionário modelo na empresa e ganhava razoavelmente para a época. Levou o filho ao cinema para assistir Contos de Natal, de Charles Dickens. Ele ficou impressionado com a história do Scrooge. Disse que iria ficar rico e cuidaria dos pobres. Nunca seria igual ao Scrooge no início da história. E foi o que aconteceu. Ele cresceu, criou a própria empresa, ficou rico e começou a ajudar os funcionários e familiares, depois construiu a primeira creche e primeira escola. Depois comprou terrenos e começou a construir as casas populares para todos os funcionários.

Lúcia: Pena que com quase 40 anos de empresário bem sucedido, a doença começou a corroer sua mente. O Jr. assumiu a presidência da empresa, mas não tinha a mesma garra que o pai.

Gustavo: O senhor conheceu o Sênior?

Antônio: Trabalhei com ele por cinco anos. No começo ele era dinâmico igual ao Charles. Mas com o tempo, começou a esquecer das coisas e das pessoas. Jr. entrou junto para não deixar a empresa desandar. Quando Sênior começou a ficar agressivo consigo mesmo, Jr. foi obrigado a internar o pai. Ele tentou suicídio várias vezes.

Lúcia: Vamos dormir agora, para amanhã aproveitar a piscina de manhã. Boa noite, meninos!

No quarto de James e Miranda, os dois desfrutavam de uma noite diferente e divertida. Aproveitando bastante a banheira de hidromassagem.

Maria aproveitou para descansar bastante. A luta como cozinheira da família Olinder era grande. Desde os tempos da falecida mãe do Charles. Charles sempre foi um jovem que procurava uma alimentação saudável. Desde a morte da mãe, ele não aceitava alimentos que fossem cheios de corantes ou conservantes. Achava que isso havia contribuído para a doença da mãe. Foi dormir cedo, pois queria aproveitar bastante o dia seguinte.

O dia amanheceu e todos acordaram bem dispostos para tomar café e depois aproveitar o sol na piscina.

Acabaram se encontrando todos no restaurante do hotel na hora do café. Todos já estavam prontos para dali irem direto curtir a piscina. O dia estava ensolarado e bem convidativo.

Foram todos para a piscina. Carolina ficou na piscina de crianças com a família. Os demais aproveitaram a piscina de adultos até a hora do almoço.

Subiram para tomar banho e trocar de roupas para o almoço e depois de um breve descanso, seria a disputa final.

Durante o almoço se reuniram novamente na mesma mesa. Helena pediu uma comida bem leve, pois estava muito ansiosa e temia que comer algo mais pesado poderia prejudicar o desempenho mais tarde no campeonato.

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