Luiz: — Temos que ajudar o Miguel. A esposa dele pediu o divórcio, e ele está se afogando na bebida no bar Oeste. — Luiz, com a voz tensa, explica, sabendo que a situação de Miguel era grave.
Jeovanni, que estava prestes a sair para visitar os pais, parou no meio do caminho e segurou o celular com força. — Eu já estou indo. A gente se encontra lá. — Ele pensou em Julia e em sua promessa de visita. "Vou ter que mandar uma mensagem para ela, dizendo que talvez não apareça hoje."
Julia, ao receber a mensagem, suspirou frustrada, deslizando os dedos pelo telefone.
Julia: — Parece que o meu irmão teve um imprevisto e talvez não venha hoje. — Ela reclamou, olhando para o filho, Caio, que brincava no tapete da sala com seus carrinhos.
Caio, sem desviar os olhos dos brinquedos, murmurou desanimado: — Eu queria brincar com o tio.
Maria, que estava organizando algumas coisas na cozinha, lamentou, entrando na sala: — Que pena, ele falou o motivo?
Julia: — Não, mãe. Só disse que teve um problema. — Respondeu, tentando disfarçar a preocupação.
Jorge, que estava no canto, lendo o jornal, olhou por cima das páginas: — E eu queria conversar com ele.
Julia o encarou, curiosa e um pouco ansiosa: — Sobre o que, pai? — Ela tinha certeza de que seria algo relacionado a ela.
Jorge, contudo, apenas balançou a cabeça: — Assunto meu.
Julia, com a resposta vaga, assentiu, sem insistir: — Então tudo bem.
Enquanto isso, no bar Oeste, a atmosfera era pesada, marcada pela música baixa e o murmúrio de conversas ao fundo. Miguel estava encurvado no balcão, os olhos vermelhos, um copo meio vazio à sua frente. Ele mal percebeu quando Jeovanni e Luiz entraram, mas sentiu o toque firme no ombro.
Luiz: — Chegamos, amigo. — Ele disse com uma voz calma, mas firme, tentando dar algum conforto.
Jeovanni se aproximou, sentando-se ao lado de Miguel: — O que aconteceu, Miguel? Conta para a gente.
Miguel suspirou profundamente, os olhos fixos no copo. — Ela me humilhou... — Sua voz tremeu, e ele finalmente deixou as lágrimas caírem.
Miguel era um homem de 40 anos, respeitado na sua profissão de médico especialista em alergias. Ele havia se casado com Brenda, oito anos mais jovem, uma mulher que agora, após sete anos de casamento, parecia ter mudado completamente desde que começou a trabalhar em uma nova empresa de cosméticos.
Luiz, cheio de raiva, disse: — Você não merece isso, Miguel. Se ela não te deu valor, é ela quem perde.
A mente de Miguel voltou à fatídica conversa no apartamento algumas horas antes, as palavras de Brenda ainda ecoando:
Brenda: — As coisas não são mais como antes. Eu olho para as minhas amigas, e todas elas me dizem que eu mereço alguém muito melhor. — Sua voz estava fria, distante.
Miguel, sentindo o coração apertar, tentou argumentar: — Desde que você começou a sair com essas suas novas amigas, eu notei que você mudou. Pense bem, Brenda, elas estão te influenciando de maneira errada. Se afaste delas. — Mas ele sabia que algo estava se quebrando dentro dele.
Brenda, com um olhar de desdém, soltou uma risada amarga: — Eu não sinto mais atração por você. Na verdade, te acho um covarde.
Essas palavras atingiram Miguel como um golpe mortal. Ele ficou em silêncio, sentindo que seu mundo desmoronava.
Brenda: — Eu vou sair agora, mas vou voltar. Tenho direito à metade do apartamento. — Ela pegou a bolsa e saiu, deixando Miguel sozinho no vazio do apartamento que um dia foi cheio de amor.
No presente, Miguel contou a história aos amigos no bar, seus olhos brilhando de raiva e tristeza.
Luiz: — Essa mulher não vale nada, Miguel. Não deixe que as palavras dela te destruam. — Ele disse, tentando consolar o amigo.
Jeovanni, no entanto, estava furioso: — Brenda merece uma lição. — Ele murmurou, mal conseguindo conter o ódio.
Luiz, concordando, acrescentou: — Temos que pensar em algo para que ela caia do cavalo.
Miguel, percebendo o tom dos amigos, ergueu a mão, tentando acalmá-los: — Não quero que façam nada contra ela. — Ele sabia que, mais do que proteger Brenda, ele queria evitar que os amigos se metessem em problemas por sua causa.
Jeovanni respirou fundo, tentando controlar sua raiva, e disse suavemente: — Tudo bem, Miguel. Mas você precisa sair dessa situação. Viver com ela pode te destruir.
Miguel, resignado, concordou: — Que ela fique com o apartamento. Eu não aguento mais.
Jeovanni, no entanto, insistiu: — Você trabalhou duro para conseguir aquilo, Miguel. Ela não merece. Ela já tem o carro que você deu de presente.
Luiz, mais prático, sugeriu: — Temos que resolver isso na justiça. Vamos agora buscar suas coisas.
Miguel entregou a chave do apartamento para Luiz, sem energia para argumentar: — Pegue tudo. Eu... eu só quero esquecer isso.
Jeovanni, determinado, se levantou: — Enquanto Luiz vai pegar suas coisas, eu te levo para a minha casa. Vamos sair daqui.
Luiz, preocupado com o carro de Miguel, disse: — Depois voltamos para pegar o carro.
Na manhã seguinte, Jorge apareceu na casa do filho e encontrou Miguel visivelmente abalado. Jeovanni preparava um café amargo, e Jorge, como um bom observador, começou a fazer perguntas a Miguel, que, finalmente, desabafou sobre Brenda.
Jeovanni, enquanto coava o café, pensou: "Meu pai tem jeito de investigador, sempre faz perguntas e descobre tudo sobre a vida das pessoas. Mas foi bom ele ter vindo. Miguel precisava desabafar, estava guardando isso há muito tempo."
Jorge, furioso com a situação de Miguel, desabafou: — Brenda não te deu valor, Miguel. Do mesmo jeito que Mateus não dá valor à Julia. E o pior é que ela ainda quer tentar se reconciliar com aquele traste, mesmo ele maltratando ela.
Jeovanni, surpreso, perguntou, preocupado: — O que Mateus está fazendo com a Julia?
Jorge explicou o que entendeu da conversa entre Julia e Mateus, e a preocupação aumentou no rosto de Jeovanni: — Quando eu me encontrar com ele, vou tirar satisfações. — Ele disse, com raiva. — Vou procurar saber onde ele está.
Jorge, concordando, disse satisfeito: — Isso mesmo, Jeovanni. Tem que colocar esse homem no seu lugar.
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Atualizado até capítulo 53
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