Naquela noite, o quarto de Leila estava imerso em uma penumbra suave, iluminado apenas pelo abajur ao lado da cama. Ela se encontrava sentada na beirada, com o telefone pressionado contra a orelha. Seus pensamentos estavam dispersos, mas a voz reconfortante de Viviane no outro lado da linha ajudava a acalmá-la.
Viviane: — Tenho que admitir, Henrique foi esperto, mas agora estamos sem uma solução para o seu problema.
Leila: — Eu sei... é terrível! — Solta um suspiro pesado, como se o peso da situação estivesse a comprimindo.
De repente, a porta do quarto se abriu com um rangido, e Larissa entrou, lançando um olhar curioso para Leila, que rapidamente tentou disfarçar a tensão na voz.
Larissa: — O que é terrível? — Pergunta, cruzando os braços ao notar o tom sombrio da conversa.
Leila: — Nada. Estou conversando com a minha amiga. O que você quer? — Retruca, um pouco mais ríspida do que pretendia.
Larissa: — O seu noivo ligou para mim depois de tentar várias vezes com você.
Leila: — Se gosta tanto dele, por que não fica com ele para você? — Ela responde, quase com desdém, lançando um olhar de desafio.
Do outro lado da linha, Viviane ri suavemente, captando o sarcasmo na voz de Leila.
Viviane: — Boa, amiga! — Diz, animada com a resposta rápida.
Larissa, por outro lado, apenas ergue uma sobrancelha, ignorando o veneno na fala da irmã.
Larissa: — Com certeza tenho mais valor que você, mas ele não viu isso em mim. Fazer o quê.
Leila: — Ele não viu e ninguém mais vê. — Murmura, virando-se de costas para Larissa.
Larissa, sem perder a compostura, balança a cabeça com impaciência.
Larissa: — Chega disso. Você tem que se arrumar, vai conhecer a família do seu noivo.
Leila se vira rapidamente, surpresa.
Leila: — Quando foi combinado isso?
Larissa: — Ele ligou para avisar. Nosso pai e nossa mãe já estão se arrumando. Eu já vou, se apresse. — Larissa diz com firmeza, saindo do quarto antes que Leila pudesse argumentar.
Viviane, ainda na linha, sente a tensão crescente na voz de Leila.
Viviane: — Leila, eu sei que o Henrique é mimado. E se a família dele for cheia de gente metida que não gosta de pessoas humildes?
Leila se senta novamente, mais tranquila ao ouvir a voz da amiga.
Leila: — Pode ser uma possibilidade...
Viviane: — Mas, por outro lado, os filhos são espelhos da educação que recebem em casa, e Henrique colocou os olhos em você. — Viviane oferece outra perspectiva, tentando tranquilizá-la.
Leila sorri, se lembrando de algo distante.
Leila: — Lembro até hoje... No passeio da escola, vi uns garotos empurrando ele. Gritei e corri para chamar a professora. Eles fugiram, e eu fui até ele, perguntei se estava bem. Depois daquele dia, ele não largou do meu pé. — Conta, quase nostálgica.
Viviane ri ao relembrar.
Viviane: — Ele até mudou para a nossa escola e falava para todos que vocês eram namorados. Aí começaram as brigas...
Leila ri também, mas logo se levanta, determinada.
Leila: — Amiga, agora preciso me arrumar. Tchau!
Viviane: — Tchau, boa sorte!
Leila escolhe um vestido verde-escuro, simples, mas elegante. Coloca um salto preto básico e pega sua bolsa bege. Ao sair do quarto, encontra sua família já pronta, esperando na sala.
Larissa a observa de cima a baixo, o desagrado evidente no olhar.
Larissa: — Está simples. Devia vestir a sua melhor roupa para conhecer seus futuros sogros.
Leila, sem se abalar, responde com firmeza.
Leila: — Acho que estou ótima assim.
Camila, a mãe, sorri para a filha, orgulhosa de sua confiança.
Camila: — Está sim, querida. Não precisa de muito para ficar bonita. — Ela elogia, lançando um olhar de reprovação para Larissa.
Vinicius, o pai, corta a conversa com um gesto firme.
Vinicius: — Vamos então!
A casa dos Almeida era imponente, com uma entrada majestosa. Ao chegarem, Henrique os recebe pessoalmente, um sorriso satisfeito no rosto.
Henrique: — Vamos entrar. — Diz, enquanto abre os portões e se aproxima de Leila, pegando sua mão com naturalidade.
Henrique: — Amor, meus pais estão ansiosos para conhecê-la. — Ele fala com doçura, guiando-a em direção à entrada.
Leila hesita por um momento, surpresa pela intimidade repentina.
Leila: — É mesmo? Já falou sobre mim para eles?
Henrique: — Claro, você é o amor da minha vida e a melhor mulher do mundo. — Responde, plantando um beijo suave em sua bochecha.
Leila revira os olhos, mas não pode evitar um leve sorriso.
Leila: — Já está se aproveitando, pegando na minha mão e até me dando beijos.
Henrique dá uma risada baixa.
Henrique: — Mas você está deixando, não está?
Leila o encara, pensativa.
Leila: — Quero ver a opinião dos seus pais quando me conhecerem. Eles sabem do acordo que fez com meu pai para casar comigo?
Henrique a olha nos olhos, sério.
Henrique: — Fique sabendo que já paguei 15 mil ao seu pai para quitar a dívida. O resto será depois do casamento.
Leila suspira, sentindo um peso sair de seus ombros.
Leila: — Isso me alivia... Henrique, apesar de tudo, obrigada. — Diz com sinceridade.
Henrique: — Não precisa agradecer.
No decorrer da noite, Leila percebe que os pais de Henrique, Daniel e Helena, eram pessoas surpreendentemente simpáticas. E, para sua surpresa, Larissa parecia mais interessada no irmão de Henrique, Hugo, que estudava Direito na mesma faculdade que ela.
***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***
Atualizado até capítulo 53
Comments
Adryelle de jesus😍
Deveria ter fotos
2023-09-07
1