Fotógrafo Cap 11

No ambiente intimista do estúdio fotográfico, a luz natural que entrava pelas janelas destacava as cores vibrantes das roupas e joias que Leila e Larissa usavam. O ar estava impregnado com a mistura suave de perfumes, enquanto as duas irmãs calçavam as sandálias de estilo casual, prontos para serem fotografadas.

Viviane, observando a cena ao lado, tinha um brilho nos olhos. Era como se visse suas amigas vivendo um sonho.

Viviane: — Vocês estão vivendo um sonho de ser modelo por um dia. — murmurou, encantada.

Larissa: — É muito legal! — respondeu, vibrante, enquanto ajeitava a pose.

Erica se aproximou, mantendo sua postura altiva e profissional. Seus olhos, sempre atentos aos detalhes, mostravam uma confiança inabalável.

Erica: — Eu irei tirar as fotos primeiro e depois digo como devem se posicionar para pegar o melhor ângulo. — demandou, sua voz firme.

As irmãs assentiram, respeitando a experiência de Erica, mas Viviane, em silêncio, sentia que havia algo de irritante na atitude da modelo.

Viviane: — "Essa Erica parece ser um porre." — pensou, mas manteve o comentário para si.

O fotógrafo, Gabriel, posicionou sua câmera e começou a capturar as poses de Erica, elogiando-a a cada clique.

Gabriel: — Ótima! — ele elogiava, enquanto a dirigia para a próxima pose. — Agora passaremos para a próxima.

No entanto, Erica se virou rapidamente, sua voz tingida de irritação.

Erica: — Espera, eu tinha combinado de tirar as fotos sozinha primeiro. — informou, tentando manter o controle.

Gabriel deu um sorriso conciliador, mas firme.

Gabriel: — Desculpe querida, mas eu tenho horários, e o tempo não pode ser monopolizado por você, amor. Por favor, vá se vestir com o próximo look. — disse, sua voz suave, mas inegociável.

Erica engoliu em seco, afastando-se com uma mistura de frustração e resignação. Larissa, percebendo a tensão, não pôde deixar de comentar baixinho para Viviane.

Larissa: — Essa pegou ela de jeito. — sussurrou, tentando conter uma risada.

Viviane: — Ela estava precisando abaixar um pouco a crista. — respondeu Viviane, com um sorriso travesso.

Leila, por sua vez, tentava ajustar sua pose.

Leila: — Assim está bom? — perguntou, procurando a aprovação de Gabriel.

Gabriel: — Maravilhosa! — respondeu, e Leila sorriu, satisfeita.

Enquanto as fotos continuavam, ficou evidente que Gabriel dedicava uma atenção especial a Leila, algo que não passou despercebido por Erica, que observava de longe com uma mistura de ciúmes e desdém.

Erica: — Agora está na minha vez de novo. — declarou, ao se aproximar de Gabriel.

Gabriel: — Eu sei, agora são as últimas fotos, pode ir para lá. — respondeu, sem desviar o olhar das lentes.

Leila se afastou para perto de Viviane, que a observava com uma expressão cúmplice.

Viviane: — Amiga, o fotógrafo ficou encantado com você. — comentou, quase sussurrando.

Leila: — Eu percebi, talvez ele gostou da minha postura no trabalho, mesmo sendo a minha primeira vez. — supôs, tentando não se deixar levar.

No final da sessão, Gabriel se aproximou de Leila.

Gabriel: — Foi um prazer trabalhar com você. Aqui está meu cartão, caso você se interesse em seguir essa carreira. — disse, entregando o cartão com um sorriso gentil.

Leila: — Obrigada! — respondeu, surpresa com a oportunidade inesperada.

Quando Leila voltou para junto de Larissa, a irmã parecia quase incrédula.

Larissa: — Nossa! Queria eu ter uma sorte dessa. — expressou, meio brincando, meio invejando.

Erica, por outro lado, não disfarçava a insatisfação. Seus pensamentos fervilhavam com ideias de como usar aquela situação a seu favor.

Erica: — "Sorte mesmo, o fotógrafo foi com cara dela, e ela deve ter se insinuado para ele... ou para Henrique. Preciso contar isso à minha mãe." — pensou, já começando a maquinar seus planos.

Após a sessão de fotos, Leila e Viviane decidiram almoçar em um restaurante próximo. O lugar, com suas mesas de madeira rústica e decoração acolhedora, parecia um refúgio perfeito para um momento de descontração.

Viviane: — Eu amo comer essa salada de legumes com maionese. — disse, sorrindo de orelha a orelha, enquanto enchia seu prato.

Leila: — Também gosto muito, e o peixe empanado também é uma delícia. — respondeu, se servindo com gosto.

Enquanto comiam, a conversa logo voltou para a proposta de emprego feita por Viviane.

Viviane: — Amiga, sobre a questão do emprego da minha tia, ainda pensa em aceitar? — perguntou, enquanto tomava um gole de suco.

Leila: — Sim, estou firme na minha decisão. Sei que mudanças podem dar medo, mas vou enfrentar de peito aberto. — respondeu, sua voz determinada.

Viviane a olhou com admiração.

Viviane: — Você tem coragem, Leila. Não se deixa abalar por muito tempo, se ergue e segue em frente. Eu admiro isso em você! — elogiou, sinceramente.

Leila: — Obrigada, Viviane. — respondeu, emocionada pelas palavras de apoio.

Enquanto isso, na casa de Henrique, Erica conversava com sua mãe, Madalena. A conversa era sobre Leila, e Erica não escondia seu desdém.

Madalena: — Pelo o que você me diz, parece que ela é uma oportunista. Precisamos descobrir a verdade. — concluiu, seus olhos fixos nos de Erica.

Erica: — Gostei da ideia! Podemos tentar arruinar a imagem dela com Henrique, para que ele desista desse casamento. O que me incomoda é essa pressa toda para o casamento... Não consigo entender. — confessou, com uma expressão de frustração.

Madalena: — Calma, Erica. Se você se desesperar, pode acabar fazendo uma besteira. Vamos agir com cuidado. — alertou, sua voz carregada de autoridade.

Enquanto isso, em sua casa, Leila escrevia duas cartas, uma para os pais e outra para Henrique. A cada palavra, seu coração se apertava, dividida entre a razão e a emoção.

Leila: — "Isso é tão difícil, mas tenho que ser egoísta." — pensou, enquanto terminava de escrever.

Uma notificação no celular interrompeu seus pensamentos.

Leila: — "O Henrique está lá fora." — pensou, ao ler a mensagem.

Ao sair, encontrou Henrique esperando por ela, e antes que pudesse dizer qualquer coisa, ele a puxou para um beijo apaixonado.

Henrique: — Que saudade eu estava da minha linda. Se não tivesse uma reunião de trabalho, teria assistido à sessão de fotos hoje. — disse, ainda eufórico pelo reencontro.

Leila: — Foi divertido ser modelo por um dia. Até recebi um cartão do fotógrafo, ele disse que se eu quisesse entrar no ramo, iria me ajudar. — comentou, casualmente.

Henrique sorriu, mas logo se lembrou do comentário de Erica.

Henrique: — Erica não gostou do fotógrafo e insinuou algumas coisas. — confessou, observando a reação de Leila.

Leila: — E você, o que pensou quando ela falou isso? — perguntou, com um olhar curioso.

Henrique riu, passando a mão pelo cabelo dela.

Henrique: — Pensei que ele teve o prazer de apreciar minha deusa. — respondeu, beijando-a novamente.

Leila: — Obrigada! — disse, abaixando o olhar, sentindo-se dividida.

Henrique: — Olhe para mim. — pediu, gentilmente.

Leila levantou o olhar, encontrando o dele.

Henrique: — Você sente-se mal por não sentir o mesmo que eu, não é? — questionou, a voz suave.

Leila: — Sim, sinto. — respondeu, honestamente.

Henrique a abraçou forte, como se quisesse protegê-la de todas as dúvidas.

Henrique: — Tenho certeza de que, com o tempo, você irá sentir o mesmo por mim. — sussurrou, com convicção.

Leila: — "O que ele não entende é que não posso me casar com dúvidas, pensando que um dia irei corresponder aos sentimentos dele. Preciso de uma certeza." — refletiu em silêncio, enquanto o abraçava de volta.

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