Anel de diamante cap 2

A noite Leila está sentada no sofá da sala de estar da casa de Viviane, as luzes suaves refletem a decoração acolhedora do lugar. As paredes são adornadas com quadros de paisagens e fotos da família de Viviane. O cheiro de chá de camomila fresco perfuma o ambiente. Leila, visivelmente abalada, segura um anel em sua mão, girando-o lentamente enquanto fala.

Viviane (olhos arregalados, incrédula): — Eu estou sem palavras, Leila. Não sei o que lhe dizer. (Ela se inclina para a frente, tentando processar o que acabou de ouvir.) — O seu pai deve 30 mil reais e agora te empurram para aquele convencido do Henrique?

Leila (com uma mistura de raiva e resignação, tirando o anel do dedo): — Eu estou sem opções. Vou ter que me casar com aquele... (Ela olha para o anel com desprezo, segurando-o com força antes de entregá-lo para Viviane.)

Viviane (tomando o anel e observando-o à luz da lâmpada de chão ao lado): — Que anel lindo! (Ela levanta o anel, girando-o entre os dedos.) Já pensou que ele deve valer um bom dinheiro?

Leila (uma centelha de esperança surge em seus olhos): — Talvez essa seja a solução. Se eu vendê-lo numa loja de penhor, consigo o dinheiro que precisamos. (Ela começa a sorrir, uma expressão de alívio brota em seu rosto.)

Viviane (convicta): — É isso que faremos. Vamos amanhã juntas a uma loja.

Na manhã seguinte Leila acorda com o som insistente do celular tocando na mesinha de cabeceira. O quarto está ainda meio escuro, as cortinas pesadas bloqueando a maior parte da luz do dia. Ela se espreguiça e pega o telefone, vendo um número desconhecido na tela.

Leila (bocejando, atendendo o telefone): — Alô?

Henrique (voz carregada de autoconfiança): — Bom dia! Sonhou comigo, linda?

Leil (revirando os olhos, já irritada, levantando-se da cama e calçando os chinelos): — Só nos meus pesadelos. Quem lhe deu o meu número, Henrique?

Henrique (com um tom brincalhão): — Sua irmã, Larissa. Não acha que deveria me tratar melhor? Afinal, estamos noivos.

Leila (cruzando os braços, agora completamente desperta e irritada): — Você e minha irmã estão muito amigos, não é? (Ela diz com amargura, olhando pela janela com um olhar distante.)

Henrique (tentando ser charmoso): — Meu amor, está com ciúme? Não se preocupe, só tenho olhos para você.

Leila (exasperada): — Poupe-me. A última coisa que eu sentiria seria ciúme de você. Estou apenas com raiva dela estar combinando essas coisas com você.

Henrique (rindo): — Certo, certo. Nos vemos mais tarde, flor. Salve meu número no seu celular, tchau. (Ele faz um estalo de beijo antes de desligar.)

Pouuco depois na cozinha ela é simples, mas bem cuidada, com azulejos claros e uma mesa de madeira no centro. O cheiro de pão torrado e café fresco enche o ar. Leila entra na cozinha e encontra sua mãe, Camila, já sentada à mesa.

Leila (sorrindo para a mãe, sentando-se à mesa): — Bom dia, mãe.

Camila (olhando para Leila com um semblante preocupado, mexendo lentamente sua xícara de café): — Leila, você não acha que pode acabar gostando do Henrique? Com o tempo, isso acontece com as pessoas.

Leila (firmemente, mordendo um pedaço de pão com manteiga): — Impossível. A personalidade dele me irrita profundamente.

Camila (suspirando, tentando ver o lado positivo): — Ele tem um jeito diferente de se expressar, mas talvez seja pela diferença de idade.

Nesse momento, Vinícius, o pai de Leila, e sua irmã Larissa entram na cozinha. Vinícius coloca a mão no ombro de Leila com uma expressão de preocupação paternal.

Vinícius (carinhosamente): — Como está, filha?

Leila (forçando um sorriso, tentando tranquilizar o pai): — Estou bem, pai. Não se preocupe. (Ela se levanta, pronta para sair e se arrumar.)

A tarde na loja de penhor é pequena e um pouco desgastada, com vitrines exibindo joias antigas e objetos variados. O ambiente é silencioso, exceto pelo som ocasional de um relógio de parede que marca os segundos. Leila e Viviane estão nervosas enquanto aguardam o avaliador, que levou o anel para análise.*

Viviane (tentando ser otimista, apertando a mão de Leila): — Com certeza conseguiremos o dinheiro que você precisa.

Elas trocam um olhar esperançoso, até que o funcionário retorna com uma expressão neutra.

Leila (ansiosa, dando um passo à frente): — Então, como foi? Quanto podem me pagar por ele?

Funcionário (hesitante, mas direto): — Sinto muito, mas o anel não é verdadeiro. É uma bijuteria.

Leila (boquiaberta, incrédula): — Falso!?

Viviane (agora furiosa): — Não acredito! Ele deu-lhe um anel falso!

O telefone de Leila toca de repente, interrompendo o momento. O nome de Henrique pisca na tela. Ela atende imediatamente, sentindo o sangue ferver.

Henrique (com um tom meloso): — Atendeu rápido. Estava esperando minha ligação?

Leila (tentando conter a raiva): — Nada disso. Quero perguntar uma coisa.

Henrique (interrompendo, apressado): — Pergunte depois. Quero te encontrar. Onde você está?

Leila (olhando para Viviane e suspirando): — Estou na avenida Gomes.

Henrique (rapidamente): — É um pouco longe, mas não importa. Tem um restaurante aí chamado Lumière. Me espere lá, que eu te encontro. (Ele desliga sem esperar resposta.)

Viviane (curiosa, após Leila desligar): — O que ele disse?

Leila (indecisa): — Falou para mim ir ao restaurante Lumière.

Viviane (encorajadora): — Vá e peça explicações. Eu vou voltar para casa, depois me conte o que ele disse.

Ao chegar Leila espera do lado de fora do restaurante, observando o interior através das grandes janelas de vidro. O lugar é elegantemente decorado, com lustres de cristal e mesas cobertas por toalhas de linho branco. Leila, vestida de forma simples, se sente um pouco deslocada. O ar está fresco da rua cria um contraste suave com o brilho luxuoso do restaurante.

Pouco depois, Henrique chega, saindo de um carro elegante, vestindo uma roupa social impecável. Ele sorri ao ver Leila e se aproxima, colocando a mão delicadamente nas costas dela, guiando-a para dentro.

Henrique (com entusiasmo, enquanto entra no restaurante com Leila): — Linda, vamos entrar. O que acha? O lugar é muito luxuoso.

Leila (olhando ao redor, tentando esconder o desconforto): — É mesmo. Sinto-me um pouco desconcertada por não estar vestida de acordo com o nível do lugar.

Henrique (despreocupado, guiando-a até uma mesa reservada): — Não pensei nisso, as coisas só aconteceram, você é linda com quer coisa que esteja vestida. (Ele puxa uma cadeira para ela.) — Sente-se aqui.

Leila obedece, ainda tímida, notando os olhares curiosos de algumas mulheres no restaurante. O garçom se aproxima com um sorriso educado.

Henrique (com um sotaque francês, tentando impressionar): — Leila, o que acha de canard à l’Orange?

Leila (curiosa, mas sem jeito): — O que é o prato?

Henrique (sorrindo): — Pato com laranja.

Leila (aceitando a sugestão): — Pode ser, gosto de pato.

Henrique (voltando-se para o garçom): — Ótimo, traga dois, por favor.

Garçom (anotando, com um sorriso): — E para beber?

Leila(simplesmente): — Suco de laranja.

Henrique (com um sorriso): — Dois sucos de laranja.

Garçom (educado, ao se retirar): — Obrigado. Fiquem à vontade.

(Diz ao se retirar.)

Henrique (curioso, mas despreocupado): — O que você queria perguntar, linda?

Leila respira fundo, tentando manter a calma. Seus olhos fixam-se nos talheres prateados à sua frente, antes de finalmente levantar o olhar para Henrique.

Leila (com uma mistura de desapontamento e raiva contida): — O anel que você me deu... Ontem você disse que era de diamante. Descobri hoje que é falso. (Ela fala com uma firmeza que contrasta com o ambiente refinado ao redor.)

Henrique mantém seu sorriso, mas há um brilho malicioso em seus olhos. Ele se recosta na cadeira, cruzando os braços enquanto observa a reação de Leila.

Henriqu (com um tom calculado): — A primeira vista, ninguém diria que não é verdadeiro. (Ele dá de ombros, como se fosse um detalhe trivial.) Pensei na possibilidade de você tentar vendê-lo, e estava certo. Foi exatamente o que tentou fazer. Eu sou esperto, sabia? Mas não se preocupe, quando estivermos casados, eu te darei joias verdadeiras.

Leila sente o sangue ferver. Sua respiração se acelera, e ela fecha as mãos em punhos sobre a mesa, tentando conter a raiva que ameaça explodir.

Leila (olhando diretamente nos olhos de Henrique, com indignação): — Foi uma enorme cara de pau mentir, Henrique. Você ficou contando vantagem para a minha família, e agora todos acreditam que me deu algo valioso. Não tem vergonha? (Ela pergunta com uma voz cortante.)

Henrique, no entanto, mantém sua postura calma. Ele suspira como se fosse a vítima da situação.

Henrique (dramático, colocando a mão no peito): — E o que me diz de tentar vender o anel de noivado dado pelo seu "amor"? Isso me magoa, sabia? (Ele fala como se estivesse profundamente ofendido.)

Leila sente um nó no estômago, mas não é de culpa, e sim de desprezo. Ela desvia o olhar fixando na taça em sua frente.

Leila (pensando para si mesma, com desprezo): — "Eu não me importo de ter ido vender o anel, ele está jogando sujo nessa história..."

Ela mantém a expressão neutra, mas por dentro, a determinação de não ceder a esse jogo de manipulação cresce cada vez mais.

O garçom retorna com os pratos, mas Leila mal percebe. Sua mente já está a mil, planejando seu próximo passo.

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Atualizado até capítulo 53

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