Natália ao ouvir a voz de Ulisses correu e abraçou ele. As lágrimas que ela tanto segurou tentando se manter o mais firme possível por Lucas desabaram totalmente ao notar a presença do pai do garoto.
— Nath! Nath! Nath! — Lucas gritou agitado ao ver sua babá chorando abraçada com seu pai. — Eu vou morrer? Por isso que você está assim? Nath, você mentiu? Tinha dito que eu ia ficar bem. Nath!
— Filho, tenha calma. Ela estava assustada. Tenho certeza que você ficará bem. Desculpa, cheguei gritando e assustei vocês. Fiquei muito preocupado quando soube. Estava em meio a uma reunião. Ainda tive que mandar Pedro e um advogado para delegacia, porque Verônica saiu na tapa com alguém. Não conseguia entender nada quando liguei, ela apenas gritava. — Ulisses disse depois de respirar fundo, então se voltou para Natália — Está tudo bem com você? Quer sentar um pouco? Pedro me disse que você carregou Lucas, fez todo processo e não saiu de perto dele. Deve está cansada.
— Eu fiquei com tanto medo. Foi assustador. — Natália se afastou um pouco. Sua mão tremia.
— Eu sei. Fico assim com cada arranhão deles. Criança costuma se ferir, por isso temos que ter cuidado redobrado com elas. Não se pode deixar elas muito livres. Acabam fazendo esse tipo de arte, mas pelo que vejo, ele está bem. Obrigado! — Ulisses sorria acariciando a cabeça de Natália.
Natália olhou para Ulisses, depois para Lucas, sentiu seu corpo relaxando, suas pernas ficando bambas, não demorou muito para perder as forças e cair com tudo no chão.
— Me desculpa, Ulisses. Me desculpa! Eu não deveria ter tirado o olho deles. É a mesma coisa com meu irmão. Uma vez estava passando roupa, deixei meu irmão mais novo assistindo. O tempo que me virei para colocar um pouco de roupa no balde, foi o suficiente para ele colocar as duas mãos dele no ferro de passar. Eu... Cometi um erro muito grave. Eu entenderei se quiser me demitir, foi uma falha sem tamanho. Colocou seu filho em risco. — Natália se sentia culpada. Sua mãe e seu irmão ficaram no hospital por dias depois daquilo. E havia sido como daquela vez, um pequeno descuido da parte dela. — Talvez eu não seja capaz de cuidar de crianças.
— Fico feliz que tenha compreendido a gravidade do que aconteceu, iria conversar com você sobre isso quando tudo estivesse mais calmo. São três crianças. Você é contratada apenas como babá por isso. Para não ter mais nada que tire sua atenção. E preciso confiar que você fará isso. Independente de quem estiver com você, preciso que seus olhos sejam sempre neles três. Porque eles vão tentar fazer toda arte possível, você precisa impedir eles. Não acho que seja o caso de demissão, mas sim de um alerta. Não haverá uma terceira chance. Ainda mais quando é colocado a vida dos meus filhos em risco. Espero que consiga se adaptar a rotina e energia deles. — Ulisses chegou a pensar em demitir Natália, mas pessoa que poderia ser um erro, tudo ainda era muito novo, são três crianças, era esperado que houvesse uma demora para ela se adaptar — E você foi perfeita na hora da prestação do socorro. Agiu rápido. De forma acertada. E cuidou para que ele ficasse bem até que eu chegasse. Tenho certeza que você ainda tem muito potencial para me mostrar.
— Obrigada. Eu prometo fazer melhor. Nunca mais nada disso vai se repetir. — Natália pensou em deixar o emprego, todo tempo desde que chegou no hospital. Sentindo o peso da vida de três crianças ao seu redor, mas lembrou que precisava muito do emprego. Era mais lógico mudar a forma de agir, do que encontrar outro emprego.
— Então estamos combinados. E está tudo bem você ir para casa. Parece esgotada. E com mais sangue do que me parece aceitável. Vou te chamar um Uber. Pedro foi para delegacia buscar as crianças. — Ulisses ofereceu.
— Não é necessário. Tenho uma blusa na minha bolsa. Posso voltar de ônibus mesmo. Não é tão longe. — Natália respondeu envergonhada. Sentia ser errado aceitar o Uber do seu chefe.
— Que? Eu insisto. Você veio parar aqui por conta de todo acidente no shopping. Está tarde. Será perigoso. Ficaria muito mais aliviado se me deixasse fazer isso. Como forma de gratidão por ter acolhido meu filho. — Ulisses realmente estava grato, as crianças costumavam ficar muito assustadas no hospital. A calma de Lucas mostrava a tranquilidade que Natália havia passado para ele.
— Tudo bem. Tenho que recusar. Preciso passar no supermercado no caminho de casa de qualquer forma. Não está tão tarde ainda. As ruas estão bem cheias nessa hora. — Natalia negou. Então se aproximou de Lucas — Você foi ótimo, tá? Amanhã prometo um lanche bem gostoso. Seja bonzinho com os médicos.
— Obrigado, Nath! — Lucas respondeu dando um beijo no rosto dela.
— Você é um doce, Lucas. Tenho vontade até de morder. — Natália brincou um pouco beijando o rosto de Lucas que gargalhava, mas seus olhos pareciam bem pesados. — Boa noite a todos. Até amanhã. Qualquer coisa, pode me ligar, senhor Ulisses.
— Se cuida. Boa noite. E cuidado. — Ulisses não estava nada confortável com a ideia de Natalia ir sozinha, mas não se sentia confortável para insistir.
Natália rapidamente trocou a roupa que estava cheia de sangue por um blusão e um short que ela havia trazido para ir para aula. O ônibus demorou bem mais do que ela esperava. Quando chegou em casa já passava das 23h. Para sua surpresa, na porta do prédio havia um aviso: " Interditado para dedetização. Proibida a entrada ".
— Quê? Como assim? Como eu não sabia disso? — Natália gritou batendo na porta com raiva.
Logo lembrou da tia, buscou o celular na bolsa esperançosa, mas assim que ligou o visor, percebeu que estava com apenas 1% de bateria. Discou ansiosa para sua tia, que demorou bastante para atender, mas quando finalmente a ligação foi atendida, o celular apagou completamente.
— O que eu vou fazer agora? — Natália se perguntou olhando para o celular descarregado e a rua totalmente vazia. — E eu pensei que esse dia não tinha como piorar.
Assim que Natália gritou aquilo, uma chuva forte começou a cair. Quando ela notou a chuva. Teve uma crise de riso.
— Mãe, você estava certa. Sempre tem como piorar. — Natália disse rindo sentindo sua roupa molhando com a chuva.
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Atualizado até capítulo 106
Comments
Alice Bene Alves
Sera que entendi errado? Pensei que as crianças tinham 6 anos, 8 tem um dos irmãos dela não?
2024-04-24
4
Andrinne Silva
Esse capítulo tá repetido autora
2024-01-26
7
Maria Jussara
a culpa do menino machucar não foi da babá mas da tia deles pq foi levar eles num shopping e ficar conversando com ela pra distrair
2023-12-25
1