Natália sorria por fora, mas dentro dela estava em total pane. Será que seria demitida no primeiro dia de trabalho? Poderia entrar no Guinness Books? Como a desempregada mais rápida da história?
— Chegando. Boa sorte. Te vejo na saída. Bem, se você não sair mais cedo. — Pedro brincou.
— Você não vai para o céu assustando pessoas dessa forma, sabia? Sua mãe nunca te ensinou a tratar as mulheres com gentileza e seu pai não ensinou a iludir elas? — Natália brincou.
— Agora percebo onde está o erro, nunca tive muito contato com meu pai. Talvez por isso não aprendi a segunda parte da lição, mas você já se ilude sozinha, não precisa de mim. Se for demitida, pode me procurar, tenho lenços de papel. Minha mãe me ensinou a ser gentil. — Pedro entrou na brincadeira.
— Seu bobo! Eu não serei demitida. — Natália disse ajudando as crianças a descerem do carro — Ao menos eu espero.
Segurando uma cordinha de caranguejo. Natália entrou na casa com medo de se deparar com Ulisses. Não sabia como explicaria tudo que aconteceu.
— Crianças, vocês estão com fome? Vou preparar algo para vocês comerem. Quando terminar, partimos para o banho e fazer as atividades de casa. — Natália sugeriu.
— Meu pai sempre traz o jantar. Não temos empregadas. — Lisa respondeu. Natália se deu conta que era isso que faltava na casa, funcionários, por isso estava todo aquele caos, mas como alguém tão rico não tinha ninguém dentro da casa?
— Entendi. Então, que tal um banho e as atividades? — Natália achou melhor não perguntar isso às crianças. Apenas continuar com os planos.
— Só temos atividades de casa para o final de semana. Durante os outros dias, apenas temos que ler o livro da semana. — Lucas explicou.
— Então, você já leram? — Natália se sentia totalmente perdida. Alguns desses detalhes ela não tinha visto no arquivo que Ulisses tinha enviado.
— Gostamos de ler antes de dormir. Como é o mesmo livro para os três, dividimos a página e cada um lê um pedaço antes de dormir. Assim sempre colocamos papai para dormir. — Lisa brincou.
— Seu pai adormece quando coloca vocês para dormir? — Natália riu com a surpresa.
— Sim, ele todos os dias nos coloca para dormir. Cobre todos nós, depois senta na poltrona e adormece enquanto lemos a história — Lisa explicou.
— Vocês têm um pai maravilhoso, sabia? — Natália não podia negar. Aquele homem lembra um pouco sua mãe. Ela também tinha que se dividir em três para trabalhar e dar conta dos filhos. E normalmente, ela sempre adormecia colocando Natália e seus irmãos para dormir.
— Nath, você gosta do papai? — Lisa perguntou com um sorriso no mínimo traquina.
— Sim, seu pai é um bom homem. — Natália respondeu confusa com a pergunta.
— Então você vai casar com o papai? — Lisa gritou empolgada. Deixando Natália em completo choque com a conclusão que a garota tomou de sua resposta.
Antes que Natália pudesse se recompor e descobrir o que responder para a menina. A porta da sala se abriu. Ulisses entrou olhando para as crianças, que na mesma hora correram para trás de Natália.
— Vejo que a professora estava certa. Até pensei que podia ser uma confusão, mas pela reação dos três, tenho certeza que armaram uma confusão gigante. Quem quer me contar porque os três estão a um passo da expulsão? — Ulisses disse sentando no sofá. — Lisa, Lenin e Lucas, vocês sabem que eu não tenho todo tempo do mundo. Desembuchem.
Natália percebia o medo dos garotos, com certeza Ulisses era um pai gentil, mas também bastante rigoroso pela atitude de agora. Surpreendeu Natália, que já se via voltando ao status de desempregada.
— Está tudo bem, crianças. Expliquem ao pai de vocês o que aconteceu. Assim como me contaram. O pai de vocês é um homem justo. Tenho certeza que vai compreender vocês. — Natália esperava a mesma justiça para não acabar sem seu emprego.
— Fizeram algo com vocês, crianças? Falem logo, deixem de medo. — Ulisses parecia um pouco impaciente e ao mesmo tempo preocupado.
— Papai, na verdade... Foi com a Lisa. Uma menina estava dizendo coisas ruins com ela porque não tínhamos mãe. Lisa ainda tentou conversar, mas atacaram ela até chorar. Eu acabei me chateando um pouco e talvez tenha jogado suco na menina. — Lucas explicou.
— Eu talvez tenha colocado chiclete no cabelo dela. — Lenin disse um pouco sem jeito.
— Eu... Não consegui me defender. — Lisa confessou correndo para os braços do pai que abraçou ela.
— Venham aqui. — Ulisses disse abrindo os braços, fazendo os outros dois correrem para os braços dele. — Amanhã vou nessa escola e explicar direitinho que a culpa não foi de vocês, claro que vocês agiram um pouco mais violentos do que deveriam, da próxima vez, avisem a professora ou me liguem, certo? A violência nunca será uma boa resposta. E Lisa, não se preocupe por não ter reagido, a família serve para nos estender a mão quando mais precisamos. Seus irmãos vão te defender e te ajudar sempre. Tenho certeza que você fará o mesmo quando precisarem. Papai ama muito todos vocês, sabia? Tenho muito orgulho e felicidade por ter os três na minha vida. E sobre a mãe de vocês...
— Tudo bem, papai. Temos o papai. E nosso papai é maravilhoso, né, Nath? — Lisa estava com o mesmo sorriso traquina da outra vez.
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Atualizado até capítulo 106
Comments
Eloise
kkkkkkkj amei ele
2024-05-26
0
Maria Lúcia Rosa da Silva
Tb adorei o romance com esse enredo de Pai, viúvo, empresário mas que não larga os filhos nas mãos de criadas e governantes.
2024-04-21
3
Neta Souza
gostei da atitude do pai e também da babá agora sim essas crianças vão ser feliz
2024-04-17
0