Assim que colocou os pés na porta, notou que Lenin e Lucas estavam afastados da mesa e assustados. Preocupada, correu primeiro até eles.
— Vocês estão bem? Se machucaram em algum lugar? — Natália perguntou ajoelhada na frente dos garotos.
— Ah! Não nos machucamos. Estamos bem. — Lucas respondeu. Natália respirou aliviada ao notar que havia sido apenas o susto que deixou as crianças assustadas.
— Agora vocês dois podem me explicar como que uma mesa se um vidro tão grosso conseguiu quebrar em tantos pedaços diferentes? — Natália perguntou, os meninos fizeram careta na hora, já deixando claro a sua culpa.
— Queríamos saber o que iria cair mais rápido, a nossa bola ou a do papai. Não queríamos quebrar a mesa. — Lucas explicou com uma voz culpada.
— Vocês já tinham comido? — Natália perguntou colocando os dois meninos no braço para sair da sala, haviam cacos de vidro por todo lugar.
— Sim. — Lucas respondeu abraçando Natália.
— Está tudo bem. Vocês estão bem. Ninguém se machucou, mas quero que tenham mais cuidado com esse tipo de experimento científico de vocês. Quando for fazer algum teste desse, precisa ser com algum adulto presente. Para garantir que vocês fiquem seguros. — Natália sabia que o erro ali não havia sido apenas das crianças, elas estavam apenas trabalhando com a criatividade delas, o erro havia sido dela, como sua mãe sempre diz, não se pode tirar os olhos de uma criança nem por cinco segundos.
— Você não vai brigar com a gente? — Lucas perguntou preocupado.
— O que vocês aprenderam com tudo isso? — Natália não se via em uma posição que poderia brigar com as crianças, mas poderia aconselhar e deixar que elas compreendessem o erro delas.
— Que a mesa é fraca. — Lenin responde.
— Não. A mesa não era fraca. Era bem forte. O que fez com que ela quebrasse? — Natália questionou.
— A bola. Ah! Já sei. Não podemos brincar na mesa. — Lenin gritou animado.
— Eu diria, que não deveriam brincar em lugares com vidro, porque por mais resistente que possam ser, se você usar nele algo que ele não está preparado, acaba quebrando. Sabe quando chutam a bola para gente, mas a gente não estava prestando atenção, acabamos levando uma bolada? Pronto, foi o que aconteceu com o vidro. — Natália achou a explicação idiota, mas só conseguiu explicar dessa forma o que havia acontecido.
— Entendi. — Lenin sorriu.
— Então, vi na agenda de vocês que hoje é dia de piscina. Vocês sabem nadar? — Natália viu que as crianças tinham atividades durante a semana.
— Sim, mas Júnior vem nos ajudar. — Lisa explicou.
— Júnior ele é? — Natália olhou para as crianças, que devolveram o olhar confuso dela com mais dúvidas.
— Júnior é o Júnior. — Lisa respondeu. Natália riu de como tinha sido boba.
Para tirar a dúvida, decidiu perguntar ao Pedro, que respondeu que era o instrutor de natação. Vinha duas vezes por semana às 9h. Como faltava um tempo ainda, decidiu levar as crianças para o quarto de lazer e brincar um pouco.
— Nath, você sente falta da sua família? — Lisa perguntou. — Porque vocês não estão juntos? Vocês brigaram? Você brigou com sua mamãe e seu papai?
— Não, tenho papai, assim como vocês não tem mamãe. Fui criada por minha mãe. E ela é exatamente como o pai de vocês. Sempre ocupada e atrasada. Além de ser muito desastrada. Eu também tenho três irmãos, com idade diferentes, mas eles brigam muito entre si. E sabe o que é mais engraçado, assim como você, Lisa, eu sou a única menina. Somos bem parecidas, né? — Natália não havia percebido até aquele momento como se identificava com aquelas crianças. Assim como ela, as crianças vivem com ausência de um dos pais e um outro que precisa se dividir em dois para conseguir lidar com tudo.
— Será que é por isso que Lisa gosta tanto da Nath? — Lisa segurava a mão de Natália
— Acho que tive muita sorte de conhecer vocês. — Natália sorriu para Lisa.
— Nath, não se preocupe, também seremos sua família. A Lisa promete. E o Lenin e o Lucas também vão ajudar. — Lisa disse olhando para os irmãos.
— Sim! — Lenin e Lucas concordaram.
Logo Junior o instrutor de natação apareceu e levou as crianças para piscina. Natália aproveitou para limpar os cacos da mesa que dominavam a sala de jantar. Com um passe de mágica, o almoço apareceu no horário combinado. As crianças saíram da piscina direto para o banho, vestiram as fardas e já estavam almoçando quando Ulisses chegou.
— Papai! — Gritaram ao ver o pai entrando.
— Parece um sonho ver esses três sem aprontarem. Aliás, porque estão comendo na sala de lazer? — Ulisses perguntou.
— Papai, sua bola quebrou a mesa. Ela é malvada. — Lisa disse. O pai olhou na mesma hora para Natália, como pedisse explicações.
— Não cheguei a ver como aconteceu, estava entrando quando ouvi o barulho, quando cheguei estava tudo destruído. Limpei e coloquei o vidro em uma caixa vazia. — Natália explicou.
— Vocês três estão de... — Ulisses foi interrompido pela campainha que chamava de forma energética. — Pode abrir, por favor, Natália. Não imaginei que ela chegaria tão rápido.
— Quem, papai? — Lisa perguntou se esticando para olhar a porta.
— Verônica. Ela me ligou dizendo que passaria uns dias aqui em casa. — Ulisses explicou. Natália olhou supresa para ele, mas apenas acenou concordando e foi em direção da porta.
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Atualizado até capítulo 106
Comments
Neta Souza
será um cobra ou será irmã dele vos ver ne
2024-04-17
4
Nil
Quem será está Verônica ⁉️⁉️⁉️
2024-02-26
9
marciamattos mattos
quem será essa Veronica
2024-01-04
2