Apenas um menino

Não sei quando, mas acabei adormecendo, despertei com a luz da janela entrando no meu quarto, olhei para o lado buscando por Louis, mas não encontrei. Quando estava indo para o banheiro, Jasmim entrou nervosa no quarto.

— Princesa, a rainha do reino dos vampiros solicita um encontro. — Jasmim parecia bem agitada.

— Eu passo. Informe que estou muito ocupada com meu casamento. — Não sei o que está acontecendo, quanto mais tempo passa, mais tudo isso aqui me parece real, mas tudo que eu não preciso hoje é dar de cara com a rainha, sendo de verdade ou não, não tenho qualquer interesse.

— Sinto que ela não vai concordar, princesa. Ela já está do lado de fora esperando. Príncipe Louis disse que a decisão era sua. — Jasmim mantinha a cabeça abaixada, mas com a agitação dela, acabei percebendo que seu lábio estava cortado.

— Jasmim, o que aconteceu com sua boca? — Perguntei preocupada, me aproximando de Jasmin, que parecia a ponto de explodir de tanto medo.

— Não foi nada... Eu caí. — Jasmim respondeu finalmente me olhando.

— Nunca vi uma queda para deixar a marca de cinco dedos no rosto de alguém. O que aconteceu? Foi aquela rainha? — Odiava violência. Quando mais nova por morar em um orfanato, todos se achavam no direito de cuspir regras e punições para mim. Como se o fato de eu não ter pai, desse direito a todos de fazerem o que quiserem comigo. Ver Jasmim mentindo o que aconteceu, me trouxe lembranças que não tinha vontade de lembrar.

— Senhorita, não foi nada. Eu estou bem. Creio que a princesa precisa decidir sobre atender ou não a rainha, ela está um pouco irritada e descontando em todos que estão ao seu redor. — Jasmim parecia não querer dizer exatamente o que estava acontecendo, mas mesmo assim, queria tentar salvar seus amigos que estavam nas garras daquela babaca.

— Eu irei apenas trocar de roupa. Quer dizer, eu não tenho roupa... — Viajar sem bolsa não foi lá uma ideia tão inteligente.

— O senhor Louis pediu que algumas roupas fossem trazidas para senhora, mas não sei se irá gostar. Vamos dizer que nosso príncipe tem um garoto bastante peculiar com roupas. E uma fixação por preto e vermelho. — Jasmim abriu um guarda-roupa que estava lotado de vestidos vermelho e pretos. Eu tive uma pequena crise de riso.

— Estão ótimos. Me ajuda com um banho e a vestir roupas. Preciso lidar com aquela mulher problemática. — Pedi para Jasmim.

Tomei um banho bem rápido, mas a vontade era de ficar naquela água por horas. Não sei o que tinha na banheira, mas era estupidamente relaxante. Quando passei pelo espelho, me lembrei que havia sido mordida, me aproximei mais do espelho para ver no pescoço, mas não havia nada, procurei também na perna, mas não havia qualquer marca. Será que foi tudo um sonho? Delírio?

— Então, vamos? Estou ouvindo gritos desesperados. Acho que as coisas chegaram no seu limite. — Jasmim disse antes de correr porta a fora.

Não vou mentir, não ouvi nenhum barulho sequer, mesmo assim, não era estranho Louis não aparecer? No livro sempre retratou ele como justo. Não faz muito sentido deixar os seus funcionários nas mãos daquela mulher.

— Finalmente! E que vestido horrível é esse? Bateu a cabeça? Isso explica porque você acabou tomando essas decisões ruins. Vocês, façam algo direito, tragam um chá que preste para eu beber. Será que tem algo consumível aqui nesse lugar? — Rita, mãe de Elliot, rainha dos vampiros e o pesadelo da infância de Louis.

— Rainha, por favor, tragam um kit de chá, parece que a rainha é uma profissional no ramo dos chás. Precisamos experimentar para saber quão boa ela é a ponto de nos criticar. — Eu sei. Essa mulher não entende absolutamente nada sobre chás. Todo esse drama é apenas a forma mais fácil que ela encontrou para diminuir o lugar.

— É? Não, princesa. Não ousaria. Apenas estava falando sobre o chá feio e a péssima recepção que tive. Não foram nenhum poucos amáveis. Eu sei que não é comum ter pessoas das realeza no castelo, mas nos funcionaram deveria saber como conduzir tudo. — Rita tentava desviar o assunto.

— Tenho certeza que sabem, mas quando a realeza segue o protocolo. Quando invadem o lugar, sem qualquer educação e respeito, fica difícil seguir um protocolo. Se qual forma, tenho certeza que não veio aqui para julgar meus funcionários e descobrir que é mal educada. O que precisa de mim? — Fui direta. Rita era aquele tipo de personagem que você cria nojo, se acha a melhor pessoa do mundo, mas só pensa em si. É capaz de tudo para manter o poder em suas mãos.

— Você parece um pouco diferente hoje. Está chateada com algo? Elliot aprontou, né? Aquele pirralho. Não precisa castigar ele dessa forma. É um pouco exagerado, não acha? Homens são assim, eles desejam e tomam o que querer sem pensar nas consequências. Ele é novo. Apenas se deixou levar por sua luxúria. Não seja assim, Luna. Tenho certeza que vocês podem se resolver. Um erro não deveria ser razão suficiente para afastar vocês dois. Você vai me agradecer por isso quando mais velha. — Rita disse. Eu tive uma enorme crise de riso. — Tenha paciência! Ele vai crescer. É apenas um menino.