O único que posso confiar

— Senhor Louis, acha que sou uma ameaça? — Perguntei. Sabia que me via assim. Como qualquer outro vampiro. Há um instinto natural para que se afaste de mim.

— Não terei se me der um pouco do seu sangue. Sei muito bem que apenas o sangue dos Rubrum pode curar uma mordida de lobisomem. — Louis era inteligente. Não queria apenas ter certeza que ficaria bem, mas também, ganhar o antídoto.

— Se assim desejar. — Cortei um pouco do meu pulso com minha unha. Pinguei o sangue em uma taça que estava na mesa e empurrei para ele. — Já posso me aproximar?

— Tudo bem, pessoal. Ela não é uma ameaça, só deve ter algum distúrbio sério. Tem ideia que o sangue que me deu é poderoso como um artefato? — Louis disse acenando com a mão. Todos os demônios sumiram.

— Se me der o que eu quero, posso te dar o sangue que precisar. Tem muito mais de onde veio esse. — Me aproximei e sentei na mesa, na frente dele.

— Me disseram que a noiva do meu irmão era uma inocente princesa loba, engraçado que não é o que vejo nada disso aqui na minha frente. — Louis disse me olhando nos olhos.

— Me disseram que seu irmão era um cavaleiro, mas alguns dias atrás, vi ele aos beijos com outra garota e de bônus, ele me jogou de um penhasco. Nem sempre as coisas são como dizem. — Falei sério. A postura de Louis mudou. Talvez tenha também percebido que não tenho nenhum distúrbio.

— O que a senhorita deseja, Luna? — Louis perguntou com um tom sério agora.

— Quero que tome minha mão no lugar de seu irmão. E me proteja. Sei que somente você pode fazer isso. — Foi a conclusão que cheguei. Louis era muito mais poderoso que qualquer vampiro. Sendo da família Dens, o acordo continua válido se eu me casar com ele. E acima de tudo, Louis assim como eu, era um vilão na história, mas ambos nós transformamos nisso devido a situações específicas causadas por Elliot, não éramos naturalmente assim. Se eu ficar ao lado de Louis, estarei segura e ele não vai tentar destruir o mundo.

— E de que eu deveria proteger uma loba, que entrou no território proibido e dentro da casa de um vampiro? Você não me parece do tipo medrosa ou delicada. — Louis era bem inteligente. Será difícil enrolar ele.

— Pode pedir para que todos que estejam aqui saiam? Tem algo que preciso te contar, mas ninguém mais pode saber. Se estiver com medo, posso deixar meu pescoço amostrar para você morder, até sentar no seu colo. Sabe bem, que meu veneno só funciona quando estou transformada em loba. — Sugeri. Precisava que ele confiasse em mim para tudo isso funcionar.

— Não será necessário. Todos vocês saiam. Se eu precisar, chamarei. — Louis disse olhando nos meus olhos. Ele era bem gostoso com cara de mal. Será que tenho uma queda por vilões?

— Senhor, mas ela é realmente perigosa para o senhor. — Uma demônio vestido com uma lingerie disse. Será a sucubo? Ele tinha um caso de amor com uma, né?

— Tudo bem. Ela é uma cachorrinha bem adestrada, não deve se transformar. Olha, até tem coleira? — Louis sorria enquanto estalava os dedos. Senti algo apertando minha garganta.

— Isso é realmente necessário? — perguntei sentindo algo gelado ao redor da minha garganta.

— Não sei, mas se quiser ficar sozinha comigo, será. E vamos admitir, você ficou linda de coleira. — Louis tinha um lado bem pervertido. Acabei de notar.

— Que pervertido, senhor príncipe. Sabe que sou uma princesa inocente e delicada, né? — brinquei.

— Que foi jogada de um penhasco e sobreviveu. Sua definição delicada é bem diferente da minha. Catarina, pode ir. Luna será uma boa menina. — Louis sorria para mim. Parecia está se divertindo, mas esse jogo, dois podem jogar. Da mesa pulei no colo dele.

— LOUIS! — Catarina gritou irritada. Já tinha as garras amostras para mim.

— Não ficaremos sozinho? Já não basta a coleira que me foi colocada? O que mais te assusta? Não pensei que fosse tão medroso — Sussurrei no ouvido de Louis, senti ele se arrepiando.

— Catarina. Se retire. — Louis falou tão sério que a demônio nem sequer disse nada. Apenas concordou e saiu — E então, que ultra segredo é esse? Tenho certeza que você não sentou no meu colo para testar o tamanho do equipamento.

— Você é mesmo um safado. Não imaginei isso. É uma surpresa real. — Brinquei.

— Eu sou safado? Acho que foi a princesa que pulou no meu colo e me pediu em casamento. Se pensar bem, sou até inocente. — Louis se defendeu.

— Vamos dizer que foi o troco pela coleira. — fiz careta.

— Qual o segredo, Luna? — Louis não perdia o foco. — Parece importante, não acha que é confiar demais em que nunca viu?

— Tenho certa que não, porque eu sei sobre alguns acontecimentos futuros e também do passado. Eu posso ver como o destino de algumas pessoas foram traçadas, assim como o meu. E eu sei, que você é justo e leal. Você é o único de todos os reinos que eu podia confiar meu segredo sem piscar. Por isso, eu vim aqui. — Confessei para o Louis, claro que deixei a parte que eu sou de outro mundo de lado. Se eu dissesse algo assim, ele acabaria rindo e me internando.

— Prove que isso é verdade ou te matarei agora mesmo por me fazer perder tempo — Louis não estava brincando. Me mataria se soubesse que eu estava mentindo. Ele odeia mentirosos.

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