Capítulo 14

Os dias se passaram e o aguardado momento chegou, o dia do casamento do príncipe Sebastião e Layla finalmente havia chegado.

A mansão da noiva estava decorada com um requinte exuberante. A ostentação era visível de todos os ângulos; para onde quer que se olhasse, via-se o luxo em sua plenitude. Era óbvio que o primeiro-ministro queria alardear o fato de sua filha estar prestes a tornar-se uma princesa imperial, o que o elevava à condição de parte da família imperial. E ele orgulhava-se de si mesmo e de sua filha.

- Minha querida filha soube como honrar nossa casa\, não como aquela bastarda desaparecida - disse a mãe de Layla\, abraçando-a.

- Não se deve falar dos mortos em um dia tão importante - entrou o primeiro-ministro\, beijando sua amada filha.

A família feliz desceu para a sala onde ocorreria a cerimônia, todos os convidados estavam presentes, com a exceção dos imperadores, cuja ausência muitos se questionavam. Até Elizabeth estava lá, assistindo à cena com Lila ao seu lado.

- Dói o coração? - indagou Lila\, sussurrando enquanto sorria disfarçadamente.

- Que coração? Lembra-te\, Lila\, que meu coração foi perfurado uma e outra vez por um verme e\, ao final\, pela dor escolhi morrer por minha própria mão. Meu corpo foi entregue às feras a seu pedido. Por isso\, para eles - disse\, apontando com a cabeça para os recém-casados -\, não há coração para perdoar ou sentimentos para sentir sequer uma ponta de pena por eles - respondeu Elizabeth.

Imediatamente Lila arrependeu-se de suas palavras. Quisera fazer uma brincadeira, mas só trouxe lembranças tristes e baixou a cabeça dizendo - Desculpa.

Elizabeth apenas sorriu e concordou - Não te preocupes. Por algo eu voltei e para cobrar todas as dívidas pendentes.

Dito isso, virou-se para seguir a multidão que saía, pois a cerimônia havia terminado e agora seguiriam para o palácio para a celebração. Concordaram em realizar a cerimônia de casamento na grande mansão do primeiro-ministro, e depois se deslocaram ao salão do palácio para a festa de casamento, onde Layla viveria a partir de hoje como princesa.

Ao sair da mansão por inércia, olhou para um lado, um caminho que levava à antiga casa onde morou quando ainda era Elyana, e sem pensar duas vezes caminhou com Lila até chegar ao local. Era a casinha ao fundo, seu lugar de reclusão. Olhou em volta, lembrando dos momentos que vivenciou ali e por mais que buscasse em sua memória, não encontrava nada de bom para lembrar.

- Vê\, Lila\, este lugar é o reflexo de uma alma penada que clama por vingança - disse enquanto usava seu leque para tocar levemente seu nariz e\, parando\, acrescentou - Queimarei este lugar quando tudo acabar...

Nesse momento chega o primeiro-ministro, que percebera alguém bisbilhotando o local que abrigara a bastarda antes de desaparecer.

- Minha senhora\, não fica bem uma dama sozinha nessas andanças. Pode acontecer qualquer coisa - disse sorrindo repulsivamente o homem que uma vez chamara de pai.

- Senhor primeiro-ministro\, não se preocupe\, sei me cuidar. E desculpe se o ofendi entrando aqui sem sua permissão\, espero que possa me perdoar - disse Eli com uma pequena reverência.

- Não há problema\, na próxima vez posso acompanhar você pelo lugar.

- Não é necessário\, embora tenha curiosidade em saber quem morou aqui\, já que parece abandonado - disse Elizabeth\, olhando novamente para a casinha.

- Alguém sem importância\, que já faleceu.

- Posso perguntar de quem se trata? - insistiu Elizabeth.

- A filha da minha primeira esposa\, fruto de um adultério. Mas desapareceu e ao procurá-la descobrimos que fugiu com um homem. Infelizmente\, agora está morta - disse o primeiro-ministro com uma feição falsamente triste.

Elizabeth sabia que seu pai não a amava, mas nunca imaginou ouvir dele tais palavras. Estava sendo caluniada, um punhado de mentiras contadas para se fazer de vítima. Ela apertou tanto as unhas na palma da mão que acabou sangrando. Lila, percebendo isso, se aproximou de Elizabeth para dizer que se demorassem mais, estariam atrasadas.

Assim, saíram do local, deixando o primeiro-ministro sozinho.

- Reservei algo especial para você também\, querido pai - pensou Elizabeth consigo mesma.

Chegaram ao coche e partiram rumo ao palácio. Enquanto viajavam, Elizabeth perguntou a Lila se estava tudo pronto, ao que ela apenas assentiu, silenciosa.

- Bom\, meu presente de casamento será um grande espetáculo para todos - disse\, sorrindo enquanto observava a paisagem pela janela do coche.

Chegaram ao salão, os imperadores estavam sentados em seus tronos, e perto deles estavam o príncipe Sebastião e a agora princesa Layla. Todos que iam chegando aproximavam-se para cumprimentar e felicitar o novo casal.

A festa seguia e todos comiam e bebiam até chegar o momento da primeira dança dos recém-casados. O baile foi breve e, ao terminar, muitos outros pares adentraram a pista. Elizabeth conversava com a imperatriz e pareciam se dar muito bem. Muitos começavam a murmurar coisas como:

- Não sabia que a imperatriz fosse próxima à filha do grande general.

- Há rumores de um compromisso entre ela e o príncipe Nicolau.

- Vai levar uma verdadeira joia como marido; todos sabem que aquele príncipe é um mulherengo.

- Além disso\, duvido que seja considerado herdeiro ao trono algum dia.

- A senhorita Elizabeth é linda; aquele homem não a merece.

Nicolas ouvia essas conversas escondido num canto. Compareceu à festa sem chamar atenção a pedido de Elizabeth, que lhe recomendara assistir a um bom espetáculo. Curioso como era, não resistiu, e agora lá estava, aguardando o desenrolar dos acontecimentos.

Ele se levantou de onde estava e foi ao encontro de seus pais e de Elizabeth. Saudou-os e estendeu a mão para convidar Eli a dançar.

- Minha bela noiva aceitaria a honra de dançar comigo?

Elizabeth desculpou-se com a imperatriz e acompanhou Nicolau à pista de dança. Ambos imediatamente atraíram as atenções. Dançavam com tal gracejo que todos na sala abriram espaço para eles.

Sebastião notou que todos olhavam para a pista e dirigiu seu olhar para lá, vendo a bela Elizabeth dançando com seu detestável irmão. Enquanto Layla, ao perceber o novo foco de atenção de seu marido, quis reprovar, mas lembrou-se das advertências que ele lhe fizera; baixou os olhos, decidida a encontrar o momento adequado para agir contra aquela mulher que roubava os olhares de seu marido.

Enquanto Sebastião se perdia observando a dança de Elizabeth, um servo passou com uma taça, e ele a tomou para beber. Ao fim da dança, viu Elizabeth se dirigindo ao jardim e decidiu segui-la, sem encontrá-la. Começou a se sentir mal, muito quente, então decidiu buscar um quarto para tentar acalmar-se e melhorar. Porém, quanto mais caminhava, mais calor sentia, e seu desejo crescendo e doendo, estava perdendo o controle.

- Maldição! Havia algo naquela última bebida - pensou\, correndo para uma das salas próximas\, onde ao entrar fechou a porta. Desesperado\, começou a se despir\, e ao olhar para a cama\, viu duas mulheres nuas se tocando\, parecendo esperá-lo. Sem pensar duas vezes\, lançou-se sobre elas.

Do lado de fora, fogos de artifício foram preparados para a noite e todos dirigiram-se ao jardim para apreciar o espetáculo de cores. Layla, enquanto isso, procurava seu marido sem sucesso, até decidir juntar-se aos demais fora do palácio.

Quando todos estavam prontos para admirar os fogos de artifício, estrondos vindos de um quarto próximo captaram sua atenção.

- Mais forte\, mais duro!

- Agora é minha vez\, vem cá!

Palavras obscenas e gritos inundavam o ar. Era um verdadeiro escândalo o que ouviam. Todos foram até a fonte desses ruídos, movidos por curiosidade - inclusive a imperatriz e o imperador. Nicolau estava perto de Elizabeth e murmurou:

- Presumo que isso tenha a ver com o espetáculo que você mencionou?

Elizabeth apenas sorriu e respondeu - Apenas desfrute. Mas Nicolau se aproximou para sussurrar:

- Quem eu quero desfrutar é você\, espere-me esta noite.

Elizabeth não respondeu e apenas lançou-lhe um olhar lateral. Todos já estavam diante da porta, constrangidos com os sons que dali saíam. Hesitaram em entrar e descobrir o que acontecia, mas a curiosidade falou mais alto e abriram a porta que, para surpresa de todos, estava destrancada. Todos ficaram chocados com a cena à vista: Estefani nua sobre o rosto de Sebastião, recebendo prazer de sua boca, enquanto a mãe de Estefani saltitava sobre ele... Todos estavam atônitos com o que viam.

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Comments

RoCoeVargs

RoCoeVargs

que delicia de vingança /Sly//Smirk//Smirk/

2024-04-21

0

Frederica Ribeiro

Frederica Ribeiro

ela realmente é vingativa, e faz com classe

2024-04-14

0

Idenea Ferreira de Sousa

Idenea Ferreira de Sousa

UAUUUU!!!! Que cena chocante!!!!!

2024-02-06

3

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