Capítulo 3

Já haviam se passado duas semanas desde que acordou na mansão do grande general como Elizabeth. Foram dias em que seu pai a obrigou a descansar. Para ela, era estranho, pois em sua vida passada ela não sabia o que era ter um pai. Ela havia crescido sem mãe e com um pai que a desprezava. Além disso, tinha uma irmã e uma madrasta que só a procuravam para zombar dela ou, pior ainda, maltratá-la.

Sentada em uma pequena cabana no meio de um jardim, ela olhava cuidadosamente para um pequeno lago artificial coberto, onde flores de lótus estavam florescendo. Ela estava perdida em seus pensamentos.

- Quão doloroso é ter o coração pisoteado a ponto de não sobrar nem um pedacinho dele? - perguntou para si mesma e acrescentou\, - e pela pessoa que mais se ama... Elyana\, agora Elizabeth levantou os olhos para ver o céu azul\, suspirando profundamente. Ela estendeu a mão como se tentasse alcançar aquele lindo céu azul e então respondeu a si mesma:

- Isso faz com que pareça milhares de agulhas perfurando seu corpo\, penetrando até os ossos. Assim como quando a bela paisagem das árvores de pêssego em flor\, de repente se torna apenas galhos sem folhas\, sem flores\, onde uma borboleta não tem lugar e desaparece - disse isso sorrindo enquanto pensava nisso.

- Uma borboleta\, sua borboleta.

Nesse momento, ela se levantou e estendeu a mão, várias borboletas douradas apareceram e pousaram nela, voando ao seu redor.

- Sebastián\, não vou te deixar em paz. Primeiro você cairá em desgraça\, será torturado até a loucura e depois morrerá. O que eu sofri\, você sofrerá em dobro.

Nesse momento, seu pai chegou, conseguindo ver aquelas borboletas douradas ao redor de sua filha. Ver aquela imagem o fez lembrar de sua bela e amada falecida esposa. Até aquele momento, ele não sabia que sua filha havia herdado a magia de sua mãe. Surpreso, ele perguntou:

- Desde quando você tem isso? Naquele momento\, ele encontrou nas memórias de Elizabeth que ela não usava sua magia e nunca a revelava para que seu pai não sofresse ainda mais com a saudade da mulher que tanto amou. Então decidiu responder com sinceridade:

- Sempre tive\, pai. É só que tinha medo de causar tristeza em você\, fazendo com que se lembrasse da mamãe. Ela tinha essa magia e eu herdei\, embora admito que não sei como usá-la - disse Elizabeth fazendo beicinho e com o rosto um pouco envergonhado.

- Minha filha\, minha Eli\, eu sempre sentirei falta da sua mãe\, amo cada lembrança dela e você é o tesouro mais precioso que ela me deixou. O fato de você ter herdado essa magia dourada não fará com que eu sinta mais saudades dela ou te ame menos - disse ele\, abraçando sua filha. - Mas tenho curiosidade sobre algo\, por que borboletas? - perguntou seu pai enquanto a abraçava.

- Porque elas são livres e lindas... Embora frágeis\, e me lembram de uma amiga - respondeu ela.

Nos braços daquele homem que agora era seu pai, Elizabeth se sentia feliz e pensou para si mesma (Elizabeth, cuidarei do nosso pai para sempre). Ela abraçou seu pai com força.

Após alguns minutos, ele lhe disse que sua prima queria visitá-la, pois estava preocupada com ela. Elizabeth pensou por um momento (não é conveniente vê-la agora, preciso de um pouco mais de tempo para me acostumar a tudo isso e planejar uma forma de me vingar dela em nome da verdadeira Elizabeth)... Depois de pensar um pouco mais, ela respondeu ao seu pai:

- Pai\, se for possível\, eu não quero ver ninguém. Ainda me recuperei e quero descansar. Peça para ela não vir por enquanto. Além disso\, quero te pedir uma coisa\, quero que me ensine tudo sobre a magia da minha mãe\, quero aprender a usá-la e\, quando tiver um pouco mais de força\, quero treinar com você. Afinal de contas\, sou a filha do grande general deste império e quero trazer honra ao meu pai e à nossa casa - disse ela com seriedade...

Porque embora ela tivesse o treinamento de sua vida anterior, era apenas na forma de conhecimento, já que seu corpo atual não tinha nenhum treinamento e era realmente frágil.

-Muitas vezes eu quis que você aprendesse e você se recusou, o que fez você mudar de ideia agora? - Perguntou o general cautelosamente enquanto acariciava a cabeça de sua filha.

- Eu sei que recusei antes\, mas estar tão perto da morte me fez refletir. Eu quase morri envenenada e no futuro talvez tentem me matar diretamente. Por isso eu quero estar preparada. Por favor\, pai\, esta sua filha está pedindo sua ajuda - disse ela com uma pequena inclinação.

- Você me orgulha\, minha filha. Claro que vou te ensinar tudo. Você é minha filha e\, certamente\, como a filha de um grande general\, você deve ser a melhor. Vou mandar avisar que você ainda não se recuperou e não receberá visitas até novo aviso. Vamos aproveitar seu confinamento para começar a treinar magia amanhã. O básico\, porque não quero que você se esforce demais. Ainda está fraca - terminou dizendo o grande general.

- Pai\, você é o melhor! - Disse Elizabeth\, abraçando-o novamente.

Naquela tarde, na mansão do irmão do grande general, uma garota recebeu a notícia de que a senhorita Elizabeth havia sofrido um atentado e ainda não havia se recuperado, então ela não receberia visitas, pois seu estado era um pouco delicado.

- Eu estava preocupada que ela pudesse suspeitar\, talvez não tenha ouvido o que eu disse quando estava desmaiando. De qualquer forma\, ela está delicada. Eu encontrarei uma maneira de fazê-la morrer de uma vez por todas - disse aquela garota com um sorriso no rosto.

Ela era Estefani, a prima de Elizabeth. Ela sempre invejou tudo o que sua prima tinha, seu pai, sua riqueza, sua beleza e, acima de tudo, seu noivo. Esse ódio por sua prima foi e continua sendo alimentado diariamente por sua mãe, Alicia, que inicialmente desejava ser a esposa do grande general, mas ele nunca lhe deu uma olhada, pois estava perdidamente apaixonado pela mãe de Elizabeth, que naquela época era apenas sua noiva.

Alicia, numa tentativa de ficar com o general, tentou seduzi-lo usando um afrodisíaco e entrando em seu quarto, mas, para sua desgraça, a criada a quem ela havia pagado se enganou e acabou na cama do irmão do general. Foi por isso que tiveram que se casar. Naquela noite, ela engravidou de Estefani, seu marido nunca mais a tocou porque a culpava por sua infelicidade. Além disso, naquela época, ele tinha um amor não correspondido pela noiva de seu irmão. E por culpa de Alicia, ele nem teve a oportunidade de pelo menos tentar conquistá-la.

Recordando tudo isso que sua mãe havia lhe contado tantas vezes, só fez com que aumentasse seu ódio por Elizabeth. Ela se levantou e começou a jogar coisas aleatoriamente.

- Maldita\, eu deveria ter sido a filha do general. Por culpa da sua estúpida mãe e também sua\, eu tenho essa vida miserável dentro de uma família infeliz - disse ela\, continuando a jogar coisas.

...*******...

Nota: Se alguém puder me descrever a dor de um amor não correspondido ou uma traição, eu agradeceria. Tenho muita curiosidade para saber se os sentimentos ou a dor são semelhantes ou se variam em cada uma de nós. Vocês podem fazer isso nos comentários. 🙈🙏

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Comments

Claudia Santos da Silva

Claudia Santos da Silva

Realmente ter um amor não corespondido é amargamente doloroso, mais só quem tem mal carater é que faz maldades em prol desse desprezo

2024-02-24

4

Si

Si

Você escreveu muito bem o sentimento de traição é assustador

2024-01-22

4

Ver todos

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