voltando a Ativa

Brenda (narrando):

Acordei com uma baita dor de cabeça, abri os olhos com dificuldade e senti um peso na minha cintura. Tomei um susto ao ver um braço agarrado a mim, e as tatuagens eu já conhecia. Virei-me rapidamente e dei de cara com o Lucas dormindo de conchinha comigo. Ele abriu os olhos e me encarou.

– Bom dia. - Falei sem graça.

– Bom dia. - Ele respondeu, já se levantando e indo até o banheiro.

Sentei-me na cama e tentei me lembrar de tudo que aconteceu ontem, mas tenho um péssimo problema: quando bebo demais, não me recordo de nada no outro dia.

Forçei minha mente e só me lembrei de estar bebendo aqui no meu quarto. Logo, Lucas saiu do banheiro e vestiu sua camiseta. Fiquei admirando-o; qualquer mina desse morro daria tudo para ser fiel dele, com certeza, é muito gato.

– Te dei trabalho, não foi? - Perguntei.

– Um pouco. - Ele respondeu, sorrindo. – Na verdade, tu atrapalhou a minha foda e a mina ficou bolada comigo. - Ele disse, rindo.

– Ai meu Deus, foi mal aí, eu não posso beber destilado que perco a noção das coisas. - Falei.

– Tudo bem, mas vê se não fica se jogando no álcool. Vou para a boca e aquilo tá um caos. Tu sabe que nunca fui bom com contas, tô precisando de tu lá. - Ele falou, calçando o tênis.

– Então me espera que vou com você. - Falei, e ele concordou com a cabeça.

Ele saiu do quarto e fui para o banheiro. Tomei um banho rápido, passei hidratante e vesti um conjunto de lingerie branco, um cropped branco, uma calça jeans preta e um tênis. Coloquei um boné, deixei os cabelos soltos, passei perfume e uma maquiagem só para esconder as olheiras. Peguei minha glock e estou pronta.

Cheguei na cozinha e Lucas estava tomando café com a tia Fátima.

– Bom dia. - Falei.

– Bom dia, vai aonde linda desse jeito? - Ela perguntou.

– Vou trabalhar. - Respondi, sorrindo para ela.

– Acho muito bom, assim tu te distrai. - Ela disse, colocando meu café na xícara.

– O tia, se a senhora quiser voltar pra casa, pode voltar. Eu vou ficar bem, e já mandei mensagem pra dona Lu voltar a trabalhar aqui, amanhã ela já vem. - Falei enquanto comia meu pão de queijo.

– Que isso, já se cansou de mim bonita? - Ela sorriu.

– Claro que não tia, a minha casa é sua também, mas eu sei que a senhora é cheia de coisas pra fazer, não quero que fique se preocupando comigo. - Falei.

– Tudo bem então, eu vou, mas não quero mais te ver jogada em uma cama, hein? - Ela disse.

– Fica tranquila tia, aquele desgraçado não merece que eu sofra por causa dele, chega já. - Falei.

– Isso mesmo, bom ouvir tu falar assim, agora bora trabalhar. - Lucas disse.

Nós fomos para a boca, ele com a moto dele e eu com a minha. Chegamos lá e eu ocupei a cadeira que era do Alisson, comecei a fazer as contas e tem coisa que não tá batendo. Acabei descobrindo que tem alguém nos roubando, agora só falta eu descobrir quem é.

Saí na hora do almoço para almoçar no restaurante que tem aqui no morro mesmo, na dona Léia.

Almocei e vi que todos me olhavam com pena, ou sei lá, mas eu odeio isso. Saí de lá e já são quase duas da tarde, fui direto para a ong, fiquei lá ajudando a Jéssica até às seis horas da tarde. Saí de lá e mandei mensagem pro Lucas para saber que horas era para ir na bendita reunião, ele não me respondeu. Perguntei para um vapor no radinho onde ele estava e me disse que estava na boca. Então peguei minha moto e fui até lá.

Passei pelos vapores da segurança e fui entrando. Quando abri a porta, vi uma cena nada agradável: Lucas sentado e uma mina sentada no colo dele, pelada. Não sei por que, mas isso me incomoda. Os dois estavam suados, ele arregalou os olhos quando me viu e ela nem ligou.

– Foi mal aí, eu não sabia que tu tava acompanhado. - Falei e entrei na minha sala.

A sala dele fica na entrada, e a minha uma porta depois. Não demorou muito para ele entrar na minha sala todo desconfiado.

– Foi mal aí, eu não sabia que tu ia voltar aqui hoje. - Ele falou sem graça.

– Olha Lucas, aqui é nosso local de trabalho então não quero que isso se repita mais. Tu pega quem tu quiser mas não aqui, tá entendendo? - Falei séria, encarando-o.

– Já é, não vai mais acontecer. - Ele falou.

– Quem é a mina, essa aí eu não conheço? - Perguntei enquanto ele sentava na cadeira em minha frente do outro lado da mesa.

– É uma moradora nova, o nome dela é Any. - Ele falou.

– Assim, sua mãe já tinha me dito que tu tava ficando com uma tal de Any. Só abre o olho, hein? A mina tá aqui faz pouco tempo e tem coragem de vir sentar pra tu na boca. Ela não se dá o respeito, fica ligeiro com ela que aquilo ali me cheira encrenca. - Falei e ele deu um sorriso.

– É impressão minha ou tu tá com ciúmes? - Ele falou, rindo.

– Vê se me erra, Lucas. Estou falando porque sou mulher e conheço uma pessoa falsa de longe. Tu sabe que gosto de ti como um irmão. - Falei, e ele fechou a cara na hora.

– Que horas é a reunião? - Perguntei.

– Às 21:00 horas. - Ele respondeu.

– Eu vou para casa e depois tu passa me pegar, não tô afim de dirigir hoje. - Falei.

– Já é, eu passo lá. - Ele concordou.

Saí de lá e fui direto para casa. Deitei-me no sofá e acabei cochilando. Acordei e já eram 20:30, levantei rápido e corri para o banheiro para tomar banho e me arrumar.

Roupa da Brenda 👆

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