Capitulo 18

Dois dias depois, Ivy entra com Dexter no quarto de Raviel que está dormindo.

Dexter coloca as coisas para ela trocar os curativos perto da cama e sai dizendo que voltaria logo.

Ela se senta na cama e olha para Raviel que parecia bem melhor.

Logo ela começa a preparar as coisas e leva um susto ao vê-lo acordado olhando para ela.

― Minha nossa! ― Ela põe a mão no peito. ― Quer me matar de susto? Rs.

Ravi dá um meio sorriso.

― Como está? ― Ele pergunta.

― Bem melhor que você rs. ― Ela ri e ele sente seu coração bater mais rápido. ― Como se sente Raviel?

― Não gosto que me chame de Raviel.

Ela levanta as sobrancelhas surpresa e fica um pouco sem graça.

― Desculpe, eu...

― Gosto mais quando me chama de Ravi...

Agora ela fica mais surpresa ainda e põe uma mexa de cabelo atrás da orelha um pouco envergonhada.

“Nossa... esse homem me faz parecer uma adolescente! ”

― Achei que não queria que te chamasse assim rs.

― Só permito os mais íntimos e depois de você quase colocar fogo em mim, acho que é o suficiente rs.

Ivy não aguenta e ri.

― Foi preciso rs.

― Eu sei. ― Raviel fala e fica sério. ― Obrigado.

Ela dá um meio sorriso e pega os curativos.

― Hora de trocarmos isso.

Ela pega no braço enfaixado dele e começa a desfazer o curativo.

Depois de verificar se estava tudo limpo e sem infecção ela faz um curativo novo.

― Agora vamos para o ombro. Consegue se inclinar? ― Ivy pergunta e ajuda-o a se sentar.

Ela tira as bandagens e fica observando os pontos.

Raviel fica arrepiado ao senti-la tão perto. Seu rosto estava a centímetros do dele.

Se ele virasse a cabeça e ela ao mesmo tempo, se beijariam.

Ele dá um sorriso de lado pensando em fazer isso mesmo, quando ela se afasta e ele fica desapontado.

― Seus pontos estão bons. Se ficar quietinho, se alimentar bem e nada de esforço grande, logo estará novo em folha.

― Entendi. Ficar sem fazer nada. Certo. ― Ravi fala ironicamente e ela ri.

― Basicamente isso rs.

Raviel se inclina para encostar na cabeceira e sente uma tremedeira incontrolável.

― Nossa... por que estou tremendo assim?

― É normal depois de perder tanto sangue e não se alimentar por tanto tempo. Não se preocupe, logo estará com as forças renovadas.

Raviel assente fazendo uma careta. Ele detestava se sentir assim, indefeso.

Então Ivy se levanta para jogar fora as bandagens sujas e manca um pouco. Ele percebe e fica sério. Por culpa dele ela estava machucada.

Ela volta com mais gazes e se senta na cama novamente.

― Como está sua perna?

― Ah, nada demais. Foi só um corte. ― Ela sorri mostrando calma. ― Se não fosse por você ter me protegido naquela hora no carro, com certeza teria sido bem pior. ― Ela passa a mão pelo braço machucado dele. ― Era para ter sido bem pior.

― Eu sei que você é inocente, apesar de algumas coisas ainda estarem meio confusas.

― Quem é você Ravi? Quer dizer, eu sei que você não é ninguém comum, mas... quem é exatamente? ― Ela pergunta enquanto refazia o curativo.

― Talvez seja melhor você não saber. Quanto menos você se envolver, melhor.

― Não acha que já estou bem envolvida? Eu coloquei fogo em você, isso já é bastante envolvimento rs.

Ravi dá um sorrisinho.

― Ainda assim...

― Por favor... já que tenho que ficar, acho que mereço saber ao menos com quem estou.

Raviel a olha em silêncio.

Ele queria poder contar, mas isso a colocaria ainda mais no olho do furacão. Afinal, não é qualquer pessoa que sabia que ele era um mafioso, além de empresário.

O Don de quase toda a máfia Espanhola.

― Ravi...

Ivy insiste, mas é interrompida com a chegada do Dexter.

― Oi. Vim saber se precisa de ajuda. Como está Ravi?

― Melhor Dex.

― Bom, eu terminei aqui já Dexter. ― Ivy se levanta e Dexter a ajuda de imediato.

Ravi olha os dois e suspira.

“Dexter gosta dela. Talvez, ela deva ficar com ele... Seria menos perigoso”.

― Obrigada Dexter. ― Ivy agradece e olha para Ravi. ― Nada de esforço e se alimente bem.

Raviel apenas assente.

― Stefano vai te levar para o quarto. ― Dexter comunica e Stefano logo aparece na porta. ― Descanse bem também.

― Obrigada. ― Ivy dá um sorrisinho e olha Ravi que estava bem sério olhando para a parede. ― Volto mais tarde.

Stefano dá o braço para ela se apoiar e sai com ela do quarto.

Pelo caminho, todos os homens que estavam pelo corredor armados a cumprimentavam com um aceno de cabeça e alguns a chamavam de senhorita.

Todos pareciam demonstrar gratidão e a tratavam com muito respeito.

Assim que entram no quarto, Stefano a ajuda se sentar na cama.

― Está confortável senhorita? Deseja algo?

― Rsrs uau... que diferença de antes para agora rs.

Stefano dá um sorriso sem graça aparentando culpa.

― Desculpe pelo modo que a tratei antes, mas só agora sabemos que não é quem pensávamos.

― Sei que se eu perguntar quem vocês achavam que eu era, com certeza você não dirá né?

― Sinto muito...

― Tudo bem. ― Ela suspira. ― Acho que vou ter que esperar alguém me dizer. E como está seu braço? O doutor tem dado uma olhada?

― Tem sim. Eu não tive a oportunidade de te agradecer. Se não tivesse feito o que fez, provavelmente estaria morto agora. Obrigado. Tenho uma dívida contigo.

― Que nada... fiz o que tinha que fazer, mas agradeceria se me desse um shampoo e condicionador para eu lavar meu cabelo kkkk

Stefano sorri de lado e assente.

― Trarei hoje mesmo. Se precisar de algo, só chamar. Com licença.

Stefano sai e Ivy se deita na cama.

Por mais que o corte na sua perna tenha sido pequeno, o esforço fez ficar bem dolorido.

Ela se aconchega e fecha os olhos adormecendo logo.

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