Capitulo 10

Depois de muito pelejar, Ivy acaba cochilando, mas logo acorda assustada, quando o segurança que a levou para o banho, entra no quarto e a agarra pelo braço arrastando-a pelo corredor.

― Me solta, seu troglodita! ― Ela fala batendo na mão dele, mas sem efeito nenhum. ― Para onde está me levando??

Ela fica desesperada quando vê os homens no corredor olharem com malícia para ela.

Então o “troglodita” a joga em um quarto, fazendo-a quase perder o equilíbrio e sai fechando a porta.

Ela corre até a porta e começa a bater com raiva.

― Me tira daqui!!

Depois de bater mais um pouco ela se vira e começa a olhar o ambiente.

Ela estava em um quarto mais bonito e mobiliado.

A cama enorme com um lençol de seda cinza, assim como o quarto em tons cinza, preto e branco.

Nitidamente era o quarto de um homem.

Ivy se aproxima devagar e olha pela janela que também era embutida, mas diferentemente do seu, a janela estava impecavelmente limpa dando para ver nitidamente o jardim, mesmo que estivesse de noite.

― Nossa... é mais lindo do que pensei...

Ela coloca a mão na janela como se fosse querer tocar as flores.

Dando um suspiro de frustração, ela se senta na cama e percebe o colchão macio.

“Será que estou no quarto do chefe? ”

Ela estremece em pensar nisso, não só por preocupação, já que ele poderia querer fazer algo com ela, mas por ansiedade também que ele fizesse.

Ela se joga na cama se sentindo perdida.

“Como posso querer alguém que me sequestrou e que me trata mal?”

― Se bem que não é tão mal... ai nem sei o que estou falando mais!

Ela pega um travesseiro e enfia na cabeça brava com seus pensamentos.

Sem perceber, acaba pegando no sono.

...****************...

Raviel desce do carro junto com Dexter e seus homens que faziam sua escolta.

Eles entram no QG e logo Fabrício, um dos homens incumbidos de vigiar Ivy, chega até ele cochichando em seu ouvido.

Dexter acha estranho essa atitude, mas não fala nada.

Desde que saíram para resolver um problema com um dos seus inimigos, Raviel não lhe dirigiu a palavra mais do que o necessário.

Raviel estava irritado com Dexter e ele nem sabia o porquê.

― Bom Ravi, se precisar de mim, estarei no meu quarto.

Raviel apenas assente e vai para o quarto dele.

Assim que Fabrício o comunicou que levara Ivy para o quarto dele, ele já ficou ansioso.

“Dessa noite, você não escapa! ”

Ele vai até seu quarto e abre a porta encontrando Ivy deitada na cama toda relaxada.

Por um momento ele se permite olhar para ela mais tempo do que antes e começa a perceber ainda mais sua beleza.

Ela tinha traços delicados e dormindo parecia um anjo, mas ele sabia que aquele anjo se contrariado, virava o cão.

Sorrindo de lado, ele tira a camisa, os sapatos e se deita ao lado dela.

Estava cansado. Essa vida de chefe é muito trabalhosa.

Desde que assumira, nunca mais teve uma noite completa de sono.

Sempre acordava já tenso ou simplesmente vinham lhe perturbar para tratar de algum assunto como foi umas horas antes.

Eles conseguiram pegar um dos capangas de Carlo, porém o infeliz conseguiu tirar a vida de um de seus homens.

Aquilo o deixou possesso e fez questão de torturar o cara até o último suspiro dele, que não foi nada rápido.

Raviel sabia ser justo, mas também sabia ser cruel o bastante para botar medo até nos homens do conselho.

Nem seu pai foi assim, mas a vida lhe ensinou muito bem.

A cicatriz em suas costas que pegava desde o ombro até o quadril, o lembrava disso todos os dias.

Suspirando, ele olha a mulher do seu maior inimigo dormindo tranquila e pensa em mil formas de puni-la, porém nenhuma delas lhe agradava.

...******************...

Ivy se espreguiça sentindo o corpo revigorado.

Depois de dormir naquela cama, era como se tudo tivesse sumido, mas a voz grave de Raviel, a faz voltar a realidade.

― Até que enfim acordou.

Sentindo o corpo se arrepiar, Ivy se levanta com tudo da cama indo parar na parede em frente.

Ela vê que ele está só com uma calça social e sem camisa.

Seus olhos passeiam pelo tórax musculoso dele mostrando bem seus braços definidos e os gominhos mais conhecido como o famoso “tanquinho”.

Ela tinha que admitir que aquele homem era uma linda tentação. Ao mesmo tempo que estava com medo de ele estar assim tão perto, ela também se sentia... excitada.

― Gosta do que vê ou está decepcionada por não ser o Dexter? ― Ele pergunta ironicamente e ela franze o rosto bonito.

― O-o que faz aqui? Digo, o que eu faço aqui?

― Tire a roupa. ― Raviel manda com a voz grave e olhos frios.

Ivy arregala os olhos e engole em seco.

― O.... o quê? ― Ela pergunta em um fio de voz.

― Tire a roupa. ― Ele repete pegando uma arma que estava na mesinha ao lado e aponta para ela. ― Não me faça repetir.

Ela gela de medo.

Ali estava alguém muito perigoso, mesmo não o conhecendo, ela sabia que ele não era alguém qualquer.

Também sabia que morreria em dois segundos se não obedecesse. E por mais que soubesse que provavelmente iria morrer mesmo, ela não queria que fosse agora.

Então, com mãos trêmulas, ela vai até o fecho da calça jeans e abre devagar junto com o zíper.

Ofegando, ela coloca as mãos dentro do cós e começa a puxar para baixo devagar.

― Olha para mim.

Ele manda e ela obedece com medo da arma ainda apontada para ela.

Ela se abaixa e puxa a calça pelos pés sem deixar de olhar para ele.

Ivy se sente estranha, pois apesar de estar sendo obrigada a tirar a roupa, aquele olhar de desejo dele a deixava com tesã0.

Nunca na vida se sentiu assim apenas com um olhar.

“Eu devo estar louca... só pode”.

Pensando assim, ela fica de pé novamente e ainda tremendo, começa a abrir os botões da blusa de cima para baixo.

Por sorte, era cumprida o suficiente para esconder aquela calcinha fio dental que estava, mas logo aquilo não iria ajudar mais.

Ela sente seus olhos acompanharem seus movimentos e fica ainda mais quente.

“Eu estou realmente louca...”