Capitulo 12

Ivy volta a respirar aliviada vendo que não era o Raviel. Logo ela corre até o homem e coloca as luvas.

― O-o que essa mulher está...

― Ela vai ajudar Stefano. Fica calmo! ― Dexter fala vendo-o mais pálido do que antes.

Ivy pega no braço dele onde estava o ferimento coberto por um pano e Stefano retrai.

― Não toque em mim vadi@!

― Essa vadi@ vai salvar sua vida, idiota! ― Ivy responde brava e pega no braço dele novamente. ― Agora fique quieto!

Todos ali se surpreendem pelo tom de comando que ela usou.

― Dexter, eu preciso de gaze, pinça, fio e agulha de sutura. Você tem? ― Ela pergunta olhando o ferimento.

― Sim! Vai pegar Fabrício!

― Também preciso de anestesia. ― Ela complementa.

― Eu não! ― Fabrício se recusa e Ivy se irrita.

― Escuta aqui seu idiota! Se não quiser que seu amigo morra de tanto sangrar, é melhor ir pegar o que falei ou a culpa da morte dele será só sua!

Todos ficam quietos ao ouvi-la e depois Fabrício resmunga um sim e vai pegar as coisas que ela pediu.

― Ele está sangrando muito... ― Ivy vira o braço de Stefano e percebe que o ferimento era de bala, mas ela tinha saído pelo outro lado deixando um belo estrago.

― Por que ele sangra tanto? ― Dexter pergunta preocupado.

― A bala atingiu uma artéria. Preciso suturá-la para parar o sangramento. ― Ela pega o soro para limpar o braço dele. ― Isso vai doer um pouco.

Ela avisa e começa a limpar sob os gritos de dor de Stefano.

Nesse momento, Raviel entra no quarto e se surpreende ao vê-la ali.

― O que está acontecendo? O que ela está fazendo aqui? Cadê o médico?!

― Calma Ravi. ― Dexter vai até ele. ― Ela disse que podia ajudar já que o doutor está em outra cirurgia.

― Droga Dexter! ― Raviel coloca as mãos na cabeça e vai para perto dela. ― Precisamos contratar mais um médico.

― Isso agora é irrelevante, Ravi.

― Aqui as coisas que pediu! ― Fabrício chega espalhando as coisas na mesinha.

― Você precisa ser mais rápido! ― Ivy reclama pegando a anestesia. ― Dexter, ele vai precisar de uma transfusão urgente de sangue.

― Tá, vou buscar no banco de sangue. ― Ele fala saindo correndo do quarto.

― Não me admira que tenham até isso... ― Ela murmura aplicando a anestesia local e Stefano começa a se debater.

― O que está acontecendo? ― Raviel pergunta preocupado.

― Ele está entrando em choque pela perda de sangue. Segure-o por favor!

Raviel segura Stefano pelos ombros e com destreza, ela pega a agulha colocando o fio, depois segura no braço dele e começa a costurar.

Raviel olha com admiração ela trabalhar sem piscar ou tremer.

Ela fazia tudo rápido e com precisão, logo Dexter volta com várias bolsas de sangue A+.

― Aqui! Tudo o que tinha lá.

Ivy contém um riso ao ver o exagero dele.

― Tem certeza que esse é o tipo sanguíneo dele?

― Sim. Sei o tipo de todos aqui.

― Certo. Não posso parar aqui, preciso que alguém coloque o sangue agora para ele.

― Mas eu não sei... ― Dexter hesita.

Raviel se levanta pegando um kit para transfusão. Ele se posiciona do outro lado e pega o braço bom de Stefano.

― Coloque a bolsa no suporte Dexter. Fabrício, vá até o hospital verificar o estado de Felix e traga o doutor assim que ele terminar. ― Ele ordena, enquanto coloca a agulha na veia de Stefano com precisão e todos se movem fazendo o que ele mandou.

Ivy consegue suturar a artéria estancando o sangue e depois começa a suturar o braço.

Ela respira fundo e passa o braço na testa para limpar um pouco o suor.

Raviel termina de fazer sua parte e vai até a mesa pegando uma gaze, depois chega perto dela e passa em sua testa.

Ela o olha e sorri agradecida voltando a atenção a sutura.

― Estou suturando superficialmente só para fechar o machucado, pois precisa ser muito bem limpo o local antes de fechar certinho.

― Logo o médico vai chegar e ele vai cuidar do resto.

Ela assente dando o último ponto.

― Pronto. ― Ela põe o material na mesa e tira as luvas. ― Acredito que ele vai precisar de mais uma bolsa de sangue e antibióticos para impedir infecções, mas isso eu já não posso ajudar. Eu conheço os de animais rs.

Ela fala dando um sorrisinho e Raviel sente vontade de beijá-la.

― Ele já está ficando mais corado... ― Dexter fala mais aliviado olhando para Stefano.

― Eu vou enfaixar o braço dele, até o doutor chegar. ― Ela fala pegando uma gaze e Raviel segura o pulso dela.

― Você já fez bastante. ― Ele fala suave ― Dexter pode terminar.

― Sim chefe!

Ivy assente e olha para a mão dele que estava em seu pulso e percebe que está toda machucada.

― Raviel, sua mão! ― Ela pega na mão dele e começa a examinar. ― Você também precisa de cuidados.

Ela o faz se sentar em um sofá e começa a ver o material na mesa.

― Do que precisa? ― Dexter pergunta terminando de enfaixar o braço do amigo.

― Preciso de antisséptico, gaze e soro.

― Certo.

Dexter se levanta e vai pegar tudo o que ela pediu, logo ela se senta na frente de Raviel e começa a limpar os machucados.

Ela percebe que aquelas marcas eram de socos. Não era nada grave, mas para estar naquele estado, Raviel bateu muito em alguém.

― Vou passar o antisséptico e enfaixar sua mão, mas não há nada de grave. ― Ela fala e faz conforme disse. ― Seria bom tirar um raio-x só para verificar se não tem nenhum osso fraturado.

― Não se preocupe. Estou bem. ― Ele diz gentil e se levanta.

Naquele momento, Fabrício chega com o médico.

― Estou aqui! ― O doutor Nesh anuncia indo para junto de Stefano. ― O que houve aqui?

― Dexter, leve Ivy para o quarto. Cuidamos do resto aqui.

― Certo chefe.

Dexter a pega pelo braço levando-a de volta para o quarto dela.

Conforme ela passava pelo corredor cheio de homens, ela percebe que as atitudes deles mudaram.

Antes eles a provocavam, xingavam, até faziam insinuações sexuais. Agora, eles simplesmente ficaram quietos e a olhavam com uma certa admiração e até gratidão.

Ela suspira e Dexter abre a porta do quarto se afastando para ela entrar.

― Dexter... ― Ela para na frente dele. ― Sei que não é o melhor momento para pedir isso, mas... eu queria muito um banho agora. De preferência quente e um pouco mais de 5 minutos rs.

Dexter dá um meio sorriso e assente.

― Tudo bem. Você mereceu esse banho. ― Ela sorri feliz. ― Mas vai ter que esperar um pouco, pois não tem roupas para você trocar.

Ela olha para si e vê que estava suja de sangue.

― Tudo bem. Eu espero.

Ele assente e fecha a porta.

Ela suspira e se senta na cama sentindo seu corpo dolorido.

Para fazer uma sutura em uma artéria, demanda muita concentração e destreza. Um milímetro esquecido e tudo dá errado.

Um banho quente faria muito bem. Porém, no fundo, ela tinha que admitir que a tensão só tinha sido dissipada mesmo, quando viu que Raviel estava bem.

“Mas que merd@ está acontecendo comigo? Por que me preocupo tanto com ele? ”

Ela esfrega as mãos no rosto e suspira.

“Era só o que me faltava! ”

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