Capítulo 29 Eleonor

^^^~Mas que diabos é jet leg?~^^^

Chaves de casa nas mãos de Amanda? Ok. Mala com roupas de frio? Prontas. Última visita antes da viagem ao hospital? Feito. Tudo preparado para a viagem, menos a minha mente que insiste em me fazer ficar com um medo enorme de aviões e dos riscos que eles oferecem.

— Eleonor, precisamos entrar. A sua paralização na porta do avião está impedindo dos outros passageiros entrarem.

Primeira vergonha de viagem passada com sucesso. Odeio aviões.

— Os cachorros! - digo me virando para Dylan tentando sair de perto do avião - não confio no Samuel para alimentar a gangue enquanto estivermos fora.

Dylan me abraça e sai me arrastando para dentro do avião, ele me senta na poltrona macia.

— Relaxa, Samuel é responsável e o avião não vai cair.

— E se cair?

— Se for o dia do piloto morrer, vai cair mesmo.

Minha mente embranquece de medo. Eu já disse o quanto odeio aviões?

— Estou brincando Leo, vamos ficar bem.

Dylan se senta ao meu lado me abraçando, apesar de seu abraço ser quente sinto meu corpo gelado.

— Dylan se eu morrer, quero que a minha herança seja passada para a gangue canina.

— Você não tem herança Eleonor.

— Eu sei, mas tenho dividas e a gangue canina vai ficar com a tua fortuna, por isso deixo as dívidas para eles pagarem.

— Eleonor você é muito espertinha, tem certeza que na sua vida anterior você não foi uma general ou uma ladra de tumbas?

— Tenho cara de ser um Indiana Jones ou Lara Cloft?

— Não, você tem cara mesmo daquele ladrão do filme da mumia.

Dou um tapa estralado em seu braço.

— Agora entendo o motivo de Samuel sempre pedir o divórcio, você é chato demais para alguns suportar.

— Isso quer dizer que não vai aceitar o meu pedido de casamento futuro?

A palavra casamento me assusta, é normal as pessoas se casarem com parceiros que amam, mas eu não me imagino casando. O último casamento que imaginei foi o da Brunna, estávamos deitadas na grama da escola, com certeza foi de lá que pegamos piolho naquela época. Brunna me contou o quanto queria se casar com o namorado, nunca fui a favor do namoro deles entretanto como melhor amiga, eu tinha que apoiar a minha irmã. O casamento seria grandioso com nuvens de algodão doce por toda parte, os convidados poderiam comer o quanto quisessem, o vestido da noiva seria preto com muito brilho, na calda do vestido teria bordados do símbolo dos Uchihas, uma parte da nossa infância estaria ali junto da noiva. Eu seria a madrinha dos sonhos de Brunna, vestindo uma fantasia de minion na cerimônia, a fantasia serviria como conforto para ela não ficar nervosa a ponto de querer vomitar de desespero, o único casamento que fiquei feliz de imaginar e ansiosa de algum dia acontecer. Odeio o final que tudo isso levou.

— Não quero me casar... - sussurro -

Não é como se eu não quisesse de fato me casar, eu só não estava pronta e nem amava o Dylan o suficiente para querer dividir uma vida inteira ao seu lado. O casamento é algo sagrado para mim, quero que dure até que a morte nos separe.

— Você vai mudar de opinião algum dia?

— Talvez... Não é algo definitivo, mas não é uma coisa importante para mim no momento. Acho que quando chegar a hora certa e a pessoa certa, vou saber a resposta.

Seguro a mão de Dylan apertando-a levemente, ele sorri em resposta.

— Posso esperar alguns anos a sua resposta - ele diz baixo rente ao meu ouvido me fazendo arrepiar -

— Vai ter que me suportar por longos anos, você irá conseguir ser paciente por tanto tempo?

— Por você eu espero mil anos se necessitar.

Posso não o amar o suficiente para casar, mas sei que o amo o suficiente para permanecer ao seu lado e querer que esse amor aumente a cada dia, a cada instante da minha vida.

— Isso foi uma referência?

— Em minha defesa fiquei curioso sobre a música do filme e fui dar uma olhada no livro, o box de livros deve chegar daqui alguns dias.

— Consegui te viciar no mundo vampirico - rio de sua cara careta -

— O que não faço para poder saber sobre os assuntos que a minha namorada ama, preciso saber argumentar sobre os personagens e quão ruins são os vilões das fantasias que você lê.

— Você entrou em uma grande furada meu caro Dylan, livros são como um esquema de pirâmide, você compra um e quando menos perceber já tem uma biblioteca em casa e não sabe mais aonde enfiar os novos livros que comprou na promoção da semana do consumidor, então quando menos se espera o livro que você queria muito entra em promoção relâmpago, mas o frete está caro então o jeito mais fácil é adicionar mais alguns no carrinho e pá - coloco a mão no peito fingindo dor - você está falido e tem uma herança avaliada em milhões de livros.

— Isso foi muito específico...

— Só estou prevendo seu futuro.

— Espero que você esteja nele.

Eu quero estar nele.

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