Capítulo 8: Efeitos

Oliver liga para a sala de George e ordena que ele compareça à sua sala de imediato. Oliver é do tipo que se tem algo para resolver, resolve logo. E assim o fez. George adentra a sala desconfiado e Oliver vai direto ao ponto confrontando o funcionário. Mesmo com George tentando se justificar, negando ter assediado alguém, Matt cutuca dizendo que as câmeras o pegaram no flagrante e George acaba confessando que tentou beijar Zoe dentro do elevador. Oliver fica furioso, se levanta da sua cadeira e vai na direção de George. Matt se levanta rápido, mesmo com Helena nos seus braços interrompe a passagem do amigo, pois sabe que ele está uma pilha de nervos e pode fazer uma besteira. Matt diz para George passar no departamento de Recursos Humanos e assinar a sua demissão.

George sai da sala bufando de ódio, ainda desacreditado que foi pego sem ao menos ter concretizado sua fantasia com a garota que para ele tem caso com o chefe. Retorna à sua sala pega as suas coisas e sai sem dar satisfações, no entanto, não obedece às ordens de Matt.de assinar sua demissão. Zoe rapidamente retorna da farmácia com os remédios, se encontra com George quando ele está saindo do elevador.

— Se deu bem, não é vadia!? — George vocifera zangado e nem espera represálias.

George sai da empresa feito um furacão enquanto Zoe fica inerte, incrédula pelo desaforo que acaba de receber do indivíduo que a assediou e ele ainda se sente injustiçado. Zoe entende que Oliver é o responsável pela fúria do assediador e respira fundo, em seguida entrando no elevador.

Vanessa e Luke ao longe estavam sorrindo descontraídos quando a cena acontece e ficam curiosos. Tempos depois Zoe chega em frente à sala presidencial, bate na porta e anuncia a sua entrada. Ao entrar na sala, Zoe vê Matt paparicando a filha todo empolgado enquanto Oliver está no seu computador trabalhando concentrado.

— Ela é um sonho de bebê! — Matt elogia.

— Ela é calma. Minha mãe me dizia que eu também era calma nessa idade. — Zoe diz com orgulho e entrega a sacola de farmácia, bem como o cartão para Oliver e pergunta:

— Senhor, Gautier... O que quer que eu faça agora?

Oliver recebe a sacola, pega os comprimidos e água para beber. Após tomar uns três comprimidos de uma só vez ele diz para Zoe:

— Preciso que me acompanhe em um almoço de negócios.

Zoe arregala os olhos apreensiva, mas espera Oliver terminar de falar.

— Os nossos clientes são chineses... Há tempos que estamos tentando fechar negócios com eles. Eles são muito exigentes e... — Oliver vai explicando e sente o seu corpo ficar leve.

Oliver se senta em sua cadeira. Zoe observa que ele tomou, não só os analgésicos, como também os calmantes e comenta:

— O senhor não deveria ter tomado os calmantes agora. O farmacêutico informou que se a pessoa não dormiu por um bom tempo, o calmante faria efeito com maior rapidez. E o senhor aliou dois efeitos, do analgésico e do calmante, ao mesmo tempo.

— É melhor se deitar no sofá, Oliver. — Matt sugere e Oliver caminha até o sofá da sua sala arrastando. Se senta e em poucos minutos ele já está dormindo.

Luke entra na sala todo emponderado e onservando o irmão deitado e Zoe o ajeitando no sofá, pergunta:

— O que deu nele?

— Oliver saiu pela madrugada de Nova York e acredito que ele não dormiu até agora... Bebeu remédios para se acalmar, e não creio que ele conseguirá acordar para comparecer ao almoço de negócios. Mês passado, por causa da empresa Salvatore, perdemos dois contratos importantes. E agora sabemos como os nossos projetos foram parar nas mãos dele, infelizmente. Dessa vez, não podemos deixar passar.

Luke dá meia volta, pois entendeu que o diretor queria que ele fosse no lugar do irmão.

— Luke, espera! — Matt chama.

— O que quer que eu faça, Matt? Que eu assuma o lugar de Oliver e vá nessa reunião? — Luke interroga.

— Você é o irmão dele, Luke... — O diretor argumenta incisivo, ao mesmo tempo, receoso com a sua própria proposta.

— Sim, ele é o meu irmão, dez anos mais velho que eu, tem mais anos de experiência no ramo do que eu... E você quer que eu vá lá e estrague o trabalho dele? — Luke rebate e o diretor tenta convencê-lo:

— Você é o único da família que pode ir até lá, Luke. Esse nosso cliente preza pelo compromisso, fazer negócios com famílias, não podemos desmarcar essa reunião e remarcar para outro dia. Olha, Luke... Eu até poderia ir, mas eu só entendo dos números, de quando algo pode ser lucrativo, e esse negócio é realmente lucrativo. Agora explicar com detalhes os nossos projetos... Isso sempre foi com o Oliver. Não podemos perder o contrato com esse projeto de Marketing. Você bem sabe que os Salvatores estão à espreita esperando qualquer oportunidade. Eu também não posso ir porque tenho uma reunião de investimentos marcada também no mesmo horário. Por favor... Você vai lá e...

— Se você não tem ideia de como fazer, imagina eu! — Luke protesta e caminha até a porta.

Zoe fica em silêncio apenas observando os dois tentarem chegar a um consenso. Por um lado, o diretor tentando fazer Luke comparecer à reunião, do outro Luke, se esgueirando para fugir da responsabilidade.

— Luke, espera! Como vai ficar essa reunião? Por favor... O Oliver não cai acordar tão cedo. — Matt pede segurando Luke.

— Matt, eu não posso. E a Zoe!? Ela é a secretária, amante... Seja lá o quê do Oliver. Já escutei todos os fuxicos pelos corredores da empresa... — Luke olha para Zoe e ela o responde firmemente:

— Não sou nada dele. Vim aqui para uma vaga de assistente, mas não sabia que havia sido ele a me mandar uma resposta.

— Se Oliver fez isso, significa que você é competente. Cuide disso, por favor! — Luke declara e sai apressado da sala, não esperando uma represália do diretor, muito menos a negação de Zoe ao pedido.

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