Trilha

RAVI

Essa semana foi tranquila no trabalho e consegui estar com a Letícia duas vezes uma quando jantou na minha casa, e um dia que fomos dar uma caminhada no parque cada vez sinto-me mais próximo dela e sei que ela se senti atraída por mim de alguma forma, o que me dá um pouco de esperança, pois aquele beijo que aconteceu aqui em casa mostrou isso ela não é indiferente a mim.

Hoje é sexta e estou atirado no sofá após voltar do trabalho e não tenho ânimo algum para o dia de amanhã vou acabar passando dormindo para não ficar a pensar nos meus pais.

Já são quase onze horas da noite então penso que o melhor a fazer é ir dormir antes que eu perca o meu sono de vez pensando nesse assunto, alimento o Bruce faço a minha higiene e vou para cama só de cueca, pois é assim que costumo dormir quando estou quase pegando no sono escuro a notificação do meu celular que recebi uma mensagem.

📳 Oi Ravi eu te acordei?

📲 Oi Lê não estava deitado, mas ainda não dormi

📳 Vc gosta de natureza?

📲 Sim

📳 Tem algum compromisso amanhã?

📲 Não mas

📳 Não aceito, mas nem não como resposta

📳 Amanhã estou a passar na sua casa as 7:00h

📳 Conselho tênis,roupa confortável e uma de banho, toalha e protetor solar

📳 Sem hora para voltar

📲 Que misteriosa não vai falar aonde vamos

📳 Amanhã descobre bjs😘

📲 😘😘

Eu fico feliz pelo convite e curioso mas também não sei se vou ser um bom acompanhante, no dia de amanhã mas também não conseguiria recusar um convite dela.

Eu acordo pela manhã e vou para o banho, acabo a optar em vestir uma bermuda, camisa e em uma mochila coloco outra bermuda, toalha, após colocar protetor solar o coloco na mochila vou para cozinha e como um sanduíche com uma xícara de café depois dou a comida do Bruce e reponho a sua água coloco o meu tênis.

Quando recebo uma chamada de vídeo do meu irmão.

Pedro: — Sabia que já estava acordado.

Ravi: — Oi mano como está?

Pedro: — Eu estou bem, mas não quero que passe esse dia deitado, vai fazer algo isso é uma ordem.

Ravi: — Lembra que eu sou o irmão mais velho né.

Pedro: — Um detalhe só.

Ravi: — Eu vou passar o dia fora daqui a pouco a Letícia vem-me buscar.

Pedro: — Que bom já sabe para que lugar?

Ravi: — Não sei ela tá fazendo mistério é algo com natureza é só o que sei.

Pedro: — Tá bom depois conta-me aproveita o dia com a sua garota.

Pedro: — Eu te amo!

Ravi: — Eu também te amo mano.

Uma hora depois a Letícia chega, posso ver uma mochila no banco de trás e uma pequena caixa de isolamento térmico, ela tá linda de bermuda essas de ginástica até um pouco acima do joelho e uma regata rosa, um rabo de cavalo alto no cabelo e tênis com detalhes em rosa do mesmo tom da regata que usa.

Ravi: — Bom dia garota misteriosa.

Letícia: — Bom dia!

Ravi: — Já posso saber o nosso destino?

Letícia: — Eu posso-lhe adiantar que tem cachoeira.

Ravi: — Olha que já gostei do lugar faz anos que não tomo banho de cachoeira.

Letícia: — Tenho certeza que vai gostar mesmo é lindo lá é incrível.

Ela liga o rádio bem baixinho, e posso ver que ela tá muito animada com o passeio não para de sorrir um minuto e fico feliz por ter aceitado seu convite, acho que só estar do lado dela já melhora o meu humor.

Ravi: — Faz tempo que conhece este lugar onde vamos?

Letícia: — Quem apresentou o lugar foi meu pai quando éramos crianças ele trazia eu e os garotos para cá nessa época o meu pai era menos ausente devido ao trabalho.

Letícia: — Na infância o meu pai estava sempre aqui com o meu avô.

Letícia: — Depois a gente cresceu e continuamos a vir na adolescência eu o Henrico.

Ravi: — Posso-te fazer uma pergunta nunca ficou com ele?

Letícia: — Não que nojo, ele é um irmão.

Ravi: — Sei lá tantos anos juntos.

Letícia: — Não só amizade mesmo sem.

Ravi: — Entendi.

Depois de uma hora e pouca chegamos no local é uma mata não tão fechada, mas um lugar muito bonito com uma estrada de cascalho, que vai até à cachoeira dá mais ou menos uma hora de caminhada, mas traz uma paz e o ar puro o verde das plantas vamos a caminhar tranquilamente até chegar a cachoeira o lugar é de tirar o fôlego muito bonito com algumas flores que não sei o nome.

Letícia: — Gostou?

Ravi: — Se eu gostei esse lugar é maravilhoso.

Letícia: — Que bom que gostou.

Ravi: — Como esse lugar não tá cheio de gente num dia quente como esse?

Letícia: — Na verdade, pouca gente conhece esse lugar fica nas terras do meu falecido avô pai do meu pai então a minha família que vem mais aqui.

Ravi: — Agora entendi como um paraíso desse ainda é intocável.

Letícia: — Sim.

Ela tira da mochila uma manta e estende e tira duas almofadas infláveis, arruma com a minha ajuda e olhe-me a sorrir.

Letícia: — Kit trilha.

Ravi: — Entendi.

Letícia: — Vamos tomar banho?

Ravi: — Claro.

Tiro a minha camisa, as minhas meias e tênis ficando só de bermuda, e não consigo não olhar para a Letícia cada movimento enquanto ela tira a bermuda e a blusa ficando só de biquíni que corpo maravilhoso cada curva aos meus olhos são perfeitas o desejo por ela só aumenta, mas tenho que me controlar não quero que ela se afaste de mim pego o meu protetor.

Ravi: — Só não consegui passar nas costas.

Letícia: — Vem cá.

Ela passa o protetor com as suas mãos macias e delicadas, a sensação é ótima depois que termina ela posiciona-se a ficar de costas para mim e entrega o protetor e nem preciso falar como fiquei satisfeito por fazer isso poder passar as mãos em toda a suas costas depois disso vou direto para a cachoira pulando na água tudo o que eu preciso é de um banho gelado.

E para minha surpresa a água não era tão gelada era agradável ainda mais que o dia estava muito quente já cedo pela manhã, a Letícia entra na água já dando um mergulho.

Letícia: — Gostou mesmo?

Ravi: — Tá brincando isso é incrível traz uma paz eu precisava de um lugar como esse para o dia de hoje.

Letícia: — Eu pensei que era perfeito para um dia como hoje o Henrico que me deu a ideia.

Passamos a manhã assim tomando banho e nós divertindo na água e foi uma manhã realmente agradável, na hora do almoço a Letícia tirou da pequena caixa com gelo dois sanduíches de frango que estava delicioso e caixa de suco e foi ótimo após comer deitamos para descansar um pouco na manta aproveitando a calma do lugar ficamos a olhar para o céu e ao poucos fui a puxar a Letícia para mais perto que acabou a deitar no meu peito a sua cabeça agora sim, tudo estava perfeito, fiquei a fazer carinho nas suas costas e posso dizer sem segundas intenções da minha parte só queria estar perto e nesse dia ainda era mais importante ter esse contato ter ela ali.

Ravi: — Sabe você salvou-me hoje, não é um dia bom para mim.

Letícia: — Você tá triste?

Ravi: — Não totalmente sabe com o tempo aprendemos a lidar com a dor ela fica imóvel aqui no peito fundo e aprendemos a conviver.

Letícia: — Tá falando dos seus país.

Ravi: — Sabe não costumo falar deles com mais ninguém além da minha tia ou o Pedro nem com o Lucas costumo falar.

Letícia: — Tudo bem não precisa falar.

Ravi: — Com você também sinto-me a vontade foi em um dia quente como hoje estávamos, indo para praia passar as férias o meu pai gostava de viajar a noite por ter menos movimentos na estrada.

Ravi: — Eu tinha dez anos, o meu irmão era só um bebê lembro do barulho alto o impacto o choro do Pedro e mais nada o silêncio completo por mais que eu chamasse meus pais não tinham nenhum sinal de consciência.

Letícia: — O que causou o acidente?

Ravi: — A perícia disse que foi um animal na pisca morto perto do acostamento após ser atropelado pelo nosso carro, capotamos com o carro os meus pais morreram na hora.

Letícia: — Eu sinto muito mesmo.

Ravi: — Coisas da vida só Deus sabe os seus propósitos.

Ravi: — Mas a minha tia foi incrível era bem mais nova e aguentou a barra sozinha de criar praticamente um adolescente e um bebê.

Letícia: — Sim, ela é admirável nunca quis chamar ela de mãe?

Ravi: — Ela sempre fez questão de ser chamada tia sempre disse que tivemos uma mãe que nós amou muito que nada mudaria isso, ela sentiu muito era a única irmã dela.

Letícia: — Uma barra mesmo.

Ravi: — Mas não quero mais falar sobre isso estragar o nosso dia com coisas tristes.

Ravi: — Já pensou quando vai fazer as fotos.

Letícia: — Ainda não pensei tenho que ter coragem.

Para distrair o clima pesado que ficou olho sem pudor para a bunda dela com o biquíni ela notou o meu sorriso e olhar, pois no mesmo instante ficou com a bochecha corada o que sempre me dá vontade de morder.

Ravi: — Não sei por que coragem pelo que eu pude ver hoje tá tudo muito em cima aí.

Letícia: — Ei!

Ela me dá um tapinha de leve no braço fazendo eu rir.

Ravi: — Era para mentir?

Letícia: — Era para não comentar.

Mais tarde voltamos para a água, eu não me consigo segurar entre uma brincadeira ou outra aproximo-me a puxando para mim a beijo com intensidade e sempre que esse toque acontece e sinto a sua boca a sua língua macia explora a minha é como uma explosão dentro de mim, como se todas as minhas terminações nervosas imploram por mais dela como uma sede que não passa e não pode ser aplacada e sempre com uma luta interna.

Eu afasto-me quando termina o beijo é ao mesmo tempo incrível e uma tortura, pois eu sei que no final de tudo ela não pode ser minha então tento não pensar no futuro só aproveitar o momento e assim passamos uma tarde que pensei que ia ser triste, mas na verdade, foi incrível.

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