Decisão

LETÍCIA

Passei a semana toda indecisa sem saber que decisão tomar sobre a proposta do Ravi, será que vale a pena fazer tudo isso para chamar atenção do Henrique seria uma oportunidade, eu gostei de passar um tempo com o Ravi sei lá me sinto a vontade quando falo com ele.

Com o Henrique sempre ficava insegura do que deveria falar era diferente, com o Ravi penso que por não haver tantos sentimentos envolvidos era mais fácil. Então não ia ser um grande sacrifício passar algumas horas com ele, na verdade, nem sei realmente como tudo isso vai funcionar essa história de namoro falso, teríamos que sentar e conversar.

Pela primeira vez não contei ao Henrico, queria tomar a decisão sozinha, mas fico pensando nas fotos não sei como teria coragem de tirar de lingerie, mas se der certo é uma proposta irrecusável o valor que ele ofereceu realizaria o meu sonho e de Sara estamos a dois anos juntando dinheiro para comprar a agência do pai dela temos uma boa quantia já as vezes pegamos trabalhos, fora da agência para arrecadar esse dinheiro e o Ravi está oferecendo uma quantia verdadeiramente alta.

O pai da Sara disse que quando a gente tivesse pelo menos a metade da quantia ele venderia depois poderíamos pagar com os próprios, lucros da agência seríamos sociais e com o dinheiro que o Ravi oferecia teríamos, mas da metade.

Então estava muito indecisa sei que é loucura aceitar, mas também quando teria outra oportunidade dessa, a minha cabeça roda em torno de qual a decisão devo tomar era a minha vida e também a da Sara o nosso sonho ela sempre quis ser independente mostrar ao pai que era possível.

Vou o caminho todo para o trabalho pensando sobre isso, e hoje quando saí do apartamento para fazer caminhada antes do trabalho dei de cara com o Henrique no elevador e do nada me perguntou se ainda estava a sair com o cara do parque. Eu achei estranho, pois ele nunca faz pergunta pessoais eu disse que sim, não sei por que continuava inventando, mas ele pareceu incomodado, o estou a começar que por mais mirabolante que possa ser essa ideia do Ravi pode fazer sentido.

Sempre estou muito disponível aos olhos do Henrique isso não era bom, então agora no carro cheguei a decisão vou ir ao almoço ouvir os detalhes do tal namoro e se eu aceitar que Deus me ajude a fazer está fotos se o plano der certo.

Hoje tenho que máquiar para duas campanhas diferentes a Bruna para um perfume, outro para uma linha de esmaltes íamos passar a manhã toda só trabalhando com ela e por mim tá perfeito gosto muito dela sabe quando a afinidade de cara é assim que eu me sentia com ela mesmo sendo mais nova que eu.

Chegando na agência passei no estúdio de fotos.

Letícia: — Cheguei vou ir preparar as maquiagens para a Bruna.

Sara: — Vamos almoçar juntas?

Letícia: — Hoje não vou poder, pois, tenho um compromisso na hora do almoço.

Sara: — Tá bom senhora misteriosa.

Letícia: — Beijos até daqui a pouco.

Chego na minha sala ligo a música e começo a trabalhar a separar tudo o que vou precisar primeiro vai ser a linha de esmaltes então a maquiagem que devo seguir é mais natural só uma pele bem-feita batom nude, pois o cliente quer valorizar o esmalte por isso não, quer contraste de cores na maquiagem.

Seria uma coisa mais maquiagem para o dia a dia.

A Bruna chega e como já virou um ritual nosso sempre lhe dou uma fruta elas correm de um trabalho a outro sem se alimentar direito, ela senta e come uma maçã enquanto ainda separo os pincéis.

Letícia: — Aposto que não comeu nada ainda essa manhã?

Bruna: — O nosso apartamento é uma briga entrar comida as meninas estão sempre de regime e quando eu como normalmente me olham como se eu estivesse a cometer um crime.

Letícia: — Posso imaginar dividir esses apartamentos com as garotas da agência de modelos não deve ser nada fácil toma aqui.

Abri a minha bolsa e tirei um sanduíche de requeijão, alface, frango e tomate.

Letícia: — Vai ficar aqui a manhã toda e mais a tarde olhei a minha agenda e vai fazer mais fotos para uma linha de joias aposto que vai acabar nem almoçando.

Letícia: — Vou colocar aqui na frigobar na minha sala pode entrar aqui a hora que quiser e comer estamos entendidas e pega um suco?

Bruna: — Mas não é seu almoço?

Letícia: — Eu trouxe para voce vou almoçar com um amigo hoje.

Bruna: — Tá obrigada!

Observo ela comer depois ela vai ao banheiro para escovar os dentes e logo volta eu inicio a sua pele.

Bruna: — Queria saber-me maquiar assim pelo menos o básico, as vezes têm eventos que temos que participar e sou um desastre.

Letícia: — Amanhã não quer almoçar na minha casa se não tiver nenhum compromisso posso-te mostrar com mais calma como se faz e algumas dicas vai ver que vai fazer com facilidade é só treinar.

Bruna: — Pode ser.

Letícia: — Eu passo por mensagem o meu endereço.

Bruna: — Tá bom.

Quando termino de maquiar ela olho nos seus olhos pelo espelho da bancada e realmente é difícil encontrar pessoas com cor de olhos iguais aos meus.

Letícia: — Os seus olhos quem da sua família tem essa cor?

Bruna: — Na verdade, não sei talvez o meu pai que não cheguei conhecer a minha mãe tinha olhos castanhos, ela faleceu quando eu era criança então fui criada pela minha avó.

Letícia: — Eu sinto muito não sabia.

Bruna: — Tudo bem faz muito tempo.

Escuto uma batida na porta entra.

Sara: — Não consegui me maquiar em casa pode salva depois da Bruna?

Sara: — O meu pai vai passar depois aqui para olhar os documentos se ele me pegar dessa forma vou ficar horas ouvindo dobre a imagem dos funcionários e blá blá blá.

Letícia: — Senta aí eu faço a sua.

Letícia: — Tem uma base nova que eu quero testar em você se é boa que comprei.

Sara: — Viu Bruna aqui eu sou uma pobre garota de testes.

Letícia: — Que vítima.

As duas ficam rindo.

A Sara é uma mulher muito bonita negra olhos pretos, cabelos pretos de um crespos graúdos, tudo fica ótimo nela. E ela não gosta muito de se maquiar mas como no trabalho é necessário sempre ela seque a linha mais básica natural pele, máscara e nada muito carregado, mas fora da agência ela só usa máscara para cílios.

Passamos uma manhã bem tranquila e quando olho no relógio estou já com um frio na barriga ontem a noite ele mandou uma mensagem confirmando o nosso encontro então estou realmente nervosa, pois já está quase na hora combinei de encontrar ele já no restaurante.

Pois, ele teve uma reunião fora do escritório então ia direto para lá, talvez poderia atrasar um pouco, eu chego no restaurante e sento na mesma mesa do outro dia, pois gostei da vista e peço uma água enquanto espero por ele, mas ele não demora muito depois de cinco minutos eu já vejo entrando na porta.

Ele aproxima-se e vem-me cumprimentar eu levando-me ele beija o meu rosto e dá um abraço não sei o porquê, mas isso pareceu tão natural e, em simultâneo, parece que uma descarga elétrica me percorreu volto ao meu lugar ainda tentando entender o que senti.

Ele olha-me com aquele sorriso torto nós lábios ele tem uma covinhas que dá todo um charme.

Ravi: — Desculpa pelo meu atraso.

Letícia: — Não se preocupa eu cheguei faz uns cinco minutos não esperei muito.

Ravi: — Como foi sua semana Letícia?

Letícia: — Tudo bem essa semana foi realmente calma.

Letícia: — A sua pelo visto não?

Ravi: — O de sempre muitas reuniões estamos com um fornecedor novo de tecidos então até escolher tudo o que vamos realmente usar demora um pouco, também tivemos um problema com o nosso fornecedor de rendas.

Ravi: — Então essa semana foi praticamente contornar crises, mas não te quero aborrecer a falar de trabalho.

Ravi: — Vamos almoçar depois falamos sobre o outro assunto.

Ele sempre fazia isso matava-me de curiosidade deixando os assuntos para depois do almoço o garçon chega a nossa mesa e como no outro dia ele pede para o garçon entregar na minha mão o cardápio acho bem delicado da parte dele a maioria dos encontros que eu vou o homem vai sempre se adiantando a pedir o que vamos comer, penso que para mostrar que é um macho alfa ou algo do tipo.

Ravi: — O que vamos comer?

Letícia: — Macarronada ao molho vermelho e manjericão e uma salada?

Ravi: — Perfeito.

Ravi: — Se arrisca em uma taça de vinho?

Letícia: — Pode ser.

O garçon saí ele fica-me olhando atentamente isso é o bastante para sentir o meu rosto queimando ao corar.

Ravi: — Sabe eu ainda não consegui definir a cor dos seus olhos ele tem uma cor incrível as vezes penso que é um tom de verde, mas perto da íris tem um tom meio mel ou castanho-claro não sei definir.

Letícia: — É âmbar.

Ravi: — Isso explica.

Letícia: — Minha avó é a responsável.

Ravi: — Realmente é uma cor linda de olhos.

O nosso almoço chega e realmente fico grata por quebrar aquela intensidade que ele me olhava.

Almoçamos tranquilamente conversando sobre coisas aleatórias quando terminamos de almoçar ele convidou-me para sentar no jardim no banco, lá fora e finalmente começamos a falar do assunto que estava-me a tirar o sono nestes últimos dias.

Ravi: — Pensou na minha proposta Letícia?

Letícia: — Sim, bastante, mas eu ante de aceitar ou não queria saber como séria esse namoro falso.

Ravi: — Eu quero que seja como um namoro mesmo não como um falso penso que a forma mais fácil de obter o nosso objetivo.

Letícia: — Namoro verdadeiro com sexo.

Droga fiquei tão espantada que as palavras pularam da minha boca na hora ele deu aquele sorriso torto me deixando louca de vergonha com a minha boca grande.

Ravi: — Não pensei em sexo, mas se quiser não tenho nenhuma objeção.

Ele falou com um ar de sorriso erguendo a sobrancelhas.

Letícia: — Sem sexo.

Ravi: — Ok.

Ravi: — Eu pensei coisas do tipo como mãos dadas, algum carinho e beijo e claro frequentar a casa um do outro lugar públicos passar um tempo juntos esse tipo de coisa que namorados fazem.

Letícia: — Tudo bem mas é uma pessoa pública e os seus amigo, a sua família alguém ver como vai ser.

Ravi: — Isso é só entre a gente se quiser pode contar para o seu amigo Henrico, mas as outras pessoas, devem achar realmente que namoramos é melhor assim.

Ravi: — Eu não vou contar para ninguém para todos os efeitos eu estou realmente namorando, para minha imagem não é uma coisa ruim todos me rotulam então vou dar algo novo a eles.

Ravi: — E é uma mulher muito bonita e interessante não ia ficar nada incomodado em todos saberem que lhe namoro mesmo que não seja totalmente verdade.

Ravi: — Depois terminamos faz a fotos e seguimos com as nossas vidas é simples.

Como ele consegue fazer parecer tão simples uma coisa que realmente não é ele deve ser ótimo nós negócios.

Letícia: — Qual seria a nossa história todo o casal tem?

Ravi: — Eu olhei você a primeira vez que em uma calçada passando com o Henrico é não saiu mais da minha cabeça, então o destino deu uma forcinha e acabei-te encontrando no bar.

Letícia: — É uma boa história.

Ravi: — Eu sei.

Letícia: — Depois disso nós encontramos diariamente com caminhas no parque pela manhã.

Ravi: — Então posso considerar um sim?

Letícia: — Pode.

Ravi: — Perfeito para dar certo temos que agir normalmente, sem nada tipo cronograma de encontro, pois vai ficar estranho do nada ficar indo para os lugares onde ele está feito uma sombra tem que ser natural ele vai acabar a perceber.

Letícia: — Eles moram no mesmo prédio que eu.

Ravi: — Isso facilita.

Letícia: — Mas não sei nada de você.

Ravi: — Foi tudo muito repentino iniciamos o romance agora é normal ainda estamos nós conhecendo.

Letícia: — Então combinado.

Ravi: — Passa-me o seu endereço.

Eu mando por mensagem o meu endereço e ele passa o seu.

Ravi: — Pode ir na minha casa quando quiser.

Na hora fiquei a pensar como séria essa loucura estar na casa dele ele na minha ser beijada por ele não consigo acreditar, que aceitei essa isso tudo.

Nós despedimos e combinamos de colocar o plano em prática a partir de amanhã, mas não combinamos nada ainda específico.

No final da tarde vou embora para casa tomo banho descanso depois preparo uma salada e faço uns bifes, e como esperado escuto o barulho da minha porta.

Letícia: — Janta tá pronta.

Henrico: — Eu trouxe sorvete.

Letícia: — Ótimo tenho uma coisa para te falar estou namorando.

Henrico: — Você bateu a cabeça hoje alucinações devo chamar uma ambulância.

Letícia: — Senta aí fica quieto vou te explicar.

Ele senta e escuta tudo sem falar nada, a cara dele é de uma mistura de vocês são loucos, com isso não vai dar certo.

Letícia: — É isso.

Henrico: — Meu irmão vale tanto assim?

Henrico: — Eu amo ele mas ele não te merece, não sabe reconhecer uma pessoa incrível como você.

Letícia: — Vamos dizer que essa é a minha última tentativa.

Henrico: — Me promete?

Letícia: — Prometo.

Henrico: — Você sabe que eu te amo e te apoio em qualquer coisa que você decidir, mas cuida para não sair mais machucada e enrolada dessa história toda.

Letícia: — Eu vou cuidar.

Henrico: — Pelo menos vai poder dar uns beijos, queria ver a sua cara quando soltou a parte do sexo.

Letícia: — Devo ter ficado roxa ao invés de vermelha de vergonha.

Henrico: — Eu quero conhecer esse namorado provisório.

Letícia: — Você vai conhecer pois ele deu entender que vai estar sempre por aqui.

Henrico: — Não sei pode se estou errado, mas por que penso que tem algo mais nessa história que não sei um cara bem-sucedido por que aceitar um namoro de fachada.

Letícia: — Talvez ele não queira realmente se envolver com alguém só pretende melhorar a imagem de galinha.

Ele sorri eu olho com cara de deboche.

Henrico: — Pode ser mesmo vamos ver.

Letícia: — Amanhã uma amiga minha vem almoçar a Bruna que eu lhe falei se quiser vir para o almoço vou fazer panquecas.

Henrico: — Venho sim quer que eu traga sobremesa posso pegar um pudim na padaria.

Letícia: — Perfeito a tarde quero ensinar um pouco de maquiagem para ela.

Henrico: — Gostou mesmo da garota nunca trouxe nenhuma modelo para cá.

Letícia: — Senti afinidade como se já a conheço a anos, é bem estranho ela é diferente das outras sabe não é metida.

Henrico: — Já estou curioso para conhecer ela.

Letícia: — A namorada do Henrique tem visto ela?

Henrico: — Nem sei a quanta anda não apareceu mais no apartamento.

Letícia: — Eu fico feliz dela não aparecer mais lá na agência ela é insuportável.

Henrico: — Tem um rei na barriga.

Henrico: — Depois do comer filme ou série?

Letícia: — Série pode ser.

Henrico: — Vamos aproveitar vai que o seu namorado de fachada seja ciumento não quero atrapalhar.

Letícia: — Muito engraçado.

Henrico: — Tá nervosa?

Letícia: — Porquê?

Henrico: — Está prestes a conviver com alguém de uma hora para outra até dentro da sua casa, os namorados normalmente se conhecem antes para quebrar o gelo não pulam etapas.

Letícia: — Sei lá o Ravi é uma mistura de provocação até fazer eu corar sentir vergonha, é divertido ao mesmo tempo, sinto-me a vontade até acabo a falar mais que devia.

Henrico: — Interessante.

Claro que eu não falei do que senti quando ele me abraçou para o Henrico não ficar imaginando coisas, e aquela noite eu realmente dormi me perguntando como seriam meus próximos dias eu não saberia dizer neste momento pela primeira vez minha vida não seguia monótona sabendo o que esperar.

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