Quatorze

Adam

Eu percebi a mudança de expressão da Debbie.

Antes, ela sorria, maravilhada com o desenho que tinha feito para ela.

Depois, quando disse que precisava iniciar um assunto delicado, essa expressão deu lugar a preocupação.

Não era bem isso o que eu queria, mas todos que me conhecem, sabem o quanto tenho dificuldade com as palavras.

_Venha, sente-se. _ eu pedi, pegando sua mão e levando-a novamente até a cama.

Enrolei o desenho novamente e deixei em um canto qualquer, enquanto explicava:

_ Eu recebi uma proposta para estudar em Milão.

Debbie ficou em silêncio por um minuto.

_ E... O que isso quer dizer? _ ela perguntou, baixinho.

_ É uma ótima oportunidade para mim, meu amor. _ expliquei. _Mas eu ainda não enviei a minha resposta.

_ Por quê? _ Debbie quis saber, confusa._ Se é uma ótima oportunidade, você não deveria recusar. Você acabou de me mostrar o quanto é bom no que faz.

Ela se calou por um instante, olhando para nossas mãos ainda unidas.

_ Se o que está impedindo você de tomar a sua decisão é o nosso namoro... Eu não quero que desista de nada por mim.

Levei alguns segundos a mais para entender o que ela queria dizer com aquilo.

E quando isso aconteceu, meu coração se acelerou como um louco, dentro do peito.

_ Debbie... _ eu a chamei, pousando um dedo sob o seu queixo e fazendo com que ela olhasse para mim novamente. _Terminarmos o namoro não é uma opção. O que eu quero dizer, é que eu gostaria muito que você fosse comigo.

Debbie abriu a boca em uma expressão de surpresa, me fazendo rir baixinho.

_ Não pensou mesmo que ia se livrar de mim assim, tão fácil né? _ eu brinquei, mas depois voltei a falar a sério. _ Já conversei com os meus pais sobre isso. Podemos encontrar uma boa faculdade em que você possa estudar, também.

_ Adam... Eu... _ ela gaguejou, como se não soubesse o que dizer. Mas havia apenas uma coisa que eu queria que ela dissesse.

_ Podemos alugar um apartamento para nós dois...

_ Morar juntos? _ ela reagiu, surpresa. _ Isso é...

Um barulho alto chamou nossa atenção, vindo lá de baixo, interrompendo a nossa conversa.

Olhei para a porta do quarto, antes de voltar a olhar para ela novamente.

_ Fique aqui, eu vou ver o que foi isso. _ eu pedi, mas Debbie se levantou também.

_ Eu vou com você. _ ela disse de maneira que deixava claro que não mudaria de ideia, então, só me restou assentir.

_ Ok. Apenas fique atrás de mim. _ eu pedi.

Saímos do quarto e descemos as escadas.

Chegamos lá embaixo no exato momento em que o namorado da minha irmã a empurrava para o sofá, afastando-a dele com uma expressão de nojo.

_ Eu não quero mais nada com você, Jéssica! _ ele disse, enquanto ela olhava para ele, chorando. _ Você não é tão irresistível assim e eu já me enjoei de você e das suas crises idiotas de ciúme.

_ Mas, Bryan... _ Jessica o chamou, mas ele não parou para ouvir o que ela tinha a dizer. _ Bryan! Volte aqui!

O tal Bryan caminhou rapidamente até a porta e olhou para nós dois, parados no fim da escada, antes de desviar o olhar e sair batendo a porta.

Foi então que vi o vaso preferido da minha mãe, completamente em pedaços no chão ao lado da entrada da casa.

Esse foi o barulho que ouvimos lá de cima.

_ Jessica... Você está bem? _ eu perguntei, me aproximando dela, preocupado. _ Aquele idiota machucou você?

Jéssica cobriu o rosto com as mãos, chorando.

_ Ele... terminou comigo! _ ela contou.

_ Não foi o que perguntei, irmã. _ eu disse, afastando suas mãos do seu rosto e olhando para ela atentamente, em busca de qualquer sinal de agressão.

Se aquele idiota tivesse machucado a minha irmã...

_ Não, ele não me machucou! _ ela respondeu, afastando minhas mãos do seu corpo. Então ela olhou para um ponto sobre o meu ombro e tratou de secar as lágrimas rapidamente, enquanto sua expressão mudava completamente. _ O que ela faz aqui?

Olhei para trás, notando a Debbie parada no lugar onde a deixei, ao lado da escada.

_ Ela é minha namorada, então é óbvio o motivo dela estar aqui! _ respondi, irritado com a maneira como ela falou da Debbie.

_ Você ainda não teve o suficiente dessa garota? _ ela disse, se levantando e apontando para a Debbie, olhando direto para mim. _ Não vê que ela está com você apenas para me fazer raiva?

_ Eu não estou fazendo isso! _ Debbie protestou no mesmo instante.

_ Cala a sua boca, vadia! _ Jéssica gritou, fora de controle. _ Já não basta a piranha da sua amiga Callie ter tomado o Jake de mim, com todo aquele papo de melhores amigos... Agora vem você, querendo tomar o meu irmão!

_ Jéssica, já chega! _ eu ergui o tom da minha voz, completamente chocado com o que ela estava fazendo.

Eu sabia o quanto a Jéssica podia ser difícil e mimada, às vezes… 

Quer dizer, sempre.

Mas dessa vez, ela estava passando dos limites.

_ Adam... _ ouvi a Debbie murmurar atrás de mim, e antes de me virar, eu percebi o olhar da minha irmã mudar, de furioso para preocupado em uma fração de segundos.

Quando olhei para a Debbie, ela lá, deitada no chão, desacordada.

_ Debbie! _ gritei, correndo até ela. _ Jéssica, ela desmaiou! Pega as chaves do carro!

Peguei a Debbie em meus braços, meu coração batia acelerado dentro do meu peito, completamente apavorado.

Olhei para minha irmã, que permanecia parada no lugar, como se estivesse em estado de choque.

_ Jéssica! _ gritei novamente. _ Precisamos levá-la ao hospital, então por favor, eu preciso da sua ajuda agora. Pegue as malditas chaves do carro!

Ela acordou do transe em que se encontrava e olhou para a Debbie em meus braços antes de correr e fazer o que eu tinha pedido.

_ O que ela tem? _ ela perguntou, enquanto saíamos da casa e andamos rapidamente até o carro.

Jéssica abriu a porta traseira para mim e coloquei a Debbie lá, deitada, antes de fechar a porta novamente e correr, dando a volta no carro e me sentando atrás do volante.

Quando estendi minhas mãos para pegar a chave com ela, percebi que a Jéssica já estava dando a volta e se sentando ao meu lado, no banco do passageiro.

_ O que está fazendo? _ eu quis saber, quando ela fechou a porta e me entregou as chaves.

_ Eu vou com você. _ ela disse, de maneira firme.

Não havia tempo para discutir, afinal, eu não sabia o que estava acontecendo com a minha namorada.

Então eu apenas assenti e dei a partida no carro, seguindo rumo ao hospital mais próximo.

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Comments

Ana selma de oliveira gonzaga Gonzaga

Ana selma de oliveira gonzaga Gonzaga

essa jesica é muito mau amada

2024-11-23

0

Rosiane Alves

Rosiane Alves

Eita que a cegonha vai fazer uma visita para a família do Adams.

2024-06-03

2

A Ribeiro

A Ribeiro

Debbie está grávida

2023-07-31

6

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