Dois

Depois da consulta, Callie saiu com uma receita nas mãos e seus dedos brincavam com o pingente do colar que eu tinha lhe dado de presente de aniversário no ano anterior.

_Foi tudo bem? _Eu quis saber, enquanto caminhávamos para fora da clínica médica.

Isso foi muito desconfortável. ela respondeu, com um suspiro. _Sabe o quanto evitei ter qualquer tipo de conversa sobre assuntos sexuais com a minha mãe? A conversa que eu tive lá dentro foi bem parecida, só que dez vezes pior!

Foi por uma boa causa. Eu disse, me segurando para não rir.

Agora só precisamos passar na farmácia e comprar os remédios. ela disse, balançando a receita na minha frente. _E mais camisinhas. As suas acabaram.

Parei por um momento e a encarei, enquanto Callie continuava a andar até o lugar onde eu estacionei o carro.

Como você sabe que minhas camisinhas acabaram, mulher? eu questionei, mas ela apenas me lançou um olhar divertido sobre o ombro, sem parar de andar e me forçando a correr para alcançá-la.

Eu vi quantas você comprou da última vez e usamos a última ontem. ela respondeu, me pegando de surpresa.

Ah, eu tinha realmente criado uma monstrinha sexual.

Ela estava fazendo controle até mesmo das minhas camisinhas!

Ri, divertido, antes de abrir a porta para ela.

Callie entrou no carro e entrei logo em seguida, pronto para dirigir de volta para casa.

Passamos na farmácia juntos e, enquanto ela ia até o balcão de atendimento para pegar os remédios, eu caminhei pelo corredor até a prateleira onde ficavam as camisinhas.

Peguei logo três pacotes e fui até ela em seguida.

Sua médica já lhe explicou como tomar os remédios? O senhor Armand estava perguntando a ela quando me aproximei.

Ah, sim. Um comprimido por dia. Callie respondeu.

O senhor Armand notou minha aproximação e olhou para mim, sua expressão se fechando imediatamente ao me reconhecer.

Senhor Harrison. ele me cumprimentou e seus olhos desceram em seguida para as minhas mãos.

Parei ao lado da Callie e abracei sua cintura, enquanto ela retirava a carteira da bolsa para pagar pelos remédios, antes de se virar para mim com um sorriso.

Esse sorriso deu lugar ao assombro quando eu coloquei as camisinhas sobre o balcão, ao lado do seu remédio.

Olá, senhor Armand. eu o cumprimentei de volta, enquanto ele olhava de mim para a Callie, antes de suspirar e menear a cabeça. _Amor, eu vou pagar pelos remédios.

Tirei a carteira do meu bolso traseiro da calça e soltei a Callie por alguns minutos enquanto pagava a nossa compra.

Faz muito bem em tomar esses remédios, menina. O senhor Armand disse, enquanto me entregava o troco. _Porque se depender desse rapaz aqui, vão ter filhos feito coelhos!

_Ah... eu...

Pode deixar, senhor Armand. eu disse, quando percebi que a Callie não conseguiria terminar sua frase, tamanho o seu constrangimento. _Filhos só depois do casamento.

O senhor Armand apenas me olhou com uma mistura de desconfiança e alívio, antes de olhar novamente para a Callie e se afastar para atender outros clientes.

Guardei a minha carteira novamente e segurei a mão da Callie para sairmos da farmácia.

Quando estávamos lá fora, Callie soltou a mão da minha e me deu um beliscão.

Ai! O que fiz para merecer isso? eu perguntei, mas sabia exatamente o motivo, então segurei para não rir.

Callie estava vermelha de vergonha e me encarava com um olhar acusador.

Você tinha mesmo que ter pegado tantas camisinhas? ela acusou. _Poderia ter ao menos me esperado pagar pelos remédios antes de...

Callie, relaxa. Somos maiores de idade e estamos namorando. eu disse. _Namorados fazem sexo, algo que o senhor Armand nem deve mais saber o que é, por isso me olha daquele jeito todas as vezes que venho renovar o nosso estoque.

Callie me beliscou mais uma vez e eu me fastei para longe de suas mãos, esfregando o meu braço dolorido.

_Tenha respeito! O senhor Armand e a esposa já são idosos, então não devem mais fazer essas coisas. _Fiquei em silêncio por um momento e acho que devo ter feito alguma careta, porque ela me encarou, franzindo o cenho. _O que foi?

Callie, podemos mudar de assunto? eu pedi, abrindo a porta do carro para ela.

_Porquê?

_Porque não é nada agradável para mim, imaginar o senhor Armand e a esposa fazendo sexo, então...

Oh, Jake! Callie reclamou, cobrindo o rosto com as mãos.

Dessa vez eu não me contive e dei uma risada alta enquanto fechava a porta e dava a volta no carro para me colocar atrás do volante.

Você é um grande idiota! ela disse, quando eu dei a partida.

Olhei para ela, de lado, com um sorriso.

Admita que você ama esse idiota. eu pedi, lhe dando uma piscadela.

Sua expressão de brava deu lugar a um sorriso, que ela tentou disfarçar imediatamente, desviando o olhar do meu.

Callie... eu chamei, agora sério, e ela se voltou para mim novamente, brincando com o pingente do seu colar.

Naquele momento eu pensei o quão sortudo eu era, por ter aquela garota comigo.

Callie tinha abandonado o coque, e seus cabelos estavam amarrados em um rabo- de- cavalo, deixando seu pescoço a mostra.

Ela ainda usava aquelas blusas largas com estampas de seus cantores favoritos, mas passara a usar shorts curtos, sem ter vergonha do próprio corpo, como antes.

Como eu poderia um dia sequer pensar em olhar para outras garotas, se eu tinha a mulher perfeita ao meu lado?

Eu sabia que ela estava preocupada com isso, com o dia em que receberíamos a carta da universidade.

Odiava quando ela ficava preocupada com alguma coisa, e nos últimos dias, era isso o que estava acontecendo.

Com mais frequência do que eu gostaria, na verdade.

Mas ela sempre se esquivava do assunto, apesar de eu já saber do que se tratava.

Ela estava com medo de irmos para lugares diferentes, quando chegasse o fim do ano, e isso nos separasse.

Se dependesse de mim, isso jamais aconteceria.

Eu faria o que estivesse ao meu alcance para que isso jamais acontecesse.

Eu te amo. eu disse, olhando fixamente para os seus olhos.

Um enorme sorriso se formou em seus lábios novamente e ela me pareceu ficar um pouco mais relaxada.

Eu também te amo, Jake. ela respondeu. _Agora, podemos ir para casa?

Para a sua ou para a minha? eu perguntei, brincando, apenas para irritá-la novamente.

Callie me encarou, séria, mas o brilho em seus olhos denunciava o seu pensamento.

Para onde tenha uma cama e podemos ter algumas horas sozinhos. ela respondeu. Afinal, temos muitas camisinhas agora...

Callie deu uma piscadinha para mim e...

Porra!

Essa garota sabia como mexer comigo.

Meu coleguinha se animou de imediato, e não contive um gemido que escapou dos meus lábios.

Você é uma diabinha, Calíope Jones! eu disse, baixinho, enquanto dava partida no carro e seguíamos direto para a minha casa.

Meus pais estavam no trabalho e Daniel já tinha voltado para a faculdade.

Teríamos a casa todinha para nós dois, por algumas horas.

E eu aproveitaria cada minuto…

Mais populares

Comments

Bruna

Bruna

que histora

2024-01-10

3

Pequenaaa D

Pequenaaa D

mds🤣🤣🤣🤣🤣🤣

2023-12-21

1

Kellyla Nunes

Kellyla Nunes

Faz muito bem em tomar esse remédio menina, pq se depender desse rapaz vão ter filhos que nem coelho, me acabando de rir do Sr. Armand.

2023-09-29

1

Ver todos

Baixar agora

Gostou dessa história? Baixe o APP para manter seu histórico de leitura
Baixar agora

Benefícios

Novos usuários que baixam o APP podem ler 10 capítulos gratuitamente

Receber
NovelToon
Um passo para um novo mundo!
Para mais, baixe o APP de MangaToon!