Onze

Daniel

_Ruivinha, esses são o Cole e sua namorada Lana. _ Eu apresentei os dois, assim que nos encontramos em frente ao prédio dos dormitórios.

_É um prazer conhecer vocês dois. _ Alissa disse, educada.

_É um prazer conhecer a garota que fez esse carinha aqui tomar jeito. _Cole disse, brincalhão, e eu lhe dê um soco de leve no braço.

_Não seja um idiota, Cole. _ avisei. _ Para onde vamos?

_Conseguimos algumas bebidas, então vamos apenas no sentar em um canto escondido dos seguranças noturnos do Campus e beber. _ Lana sugeriu.

_Gostei da ideia. _ Alissa concordou, seguindo a garota e deixando nós dois para trás.

_Gostei da sua namorada. _ Cole disse, enquanto seguíamos as duas um pouco mais a distância.

_Tire o olho, ela já tem dono. _ avisei, olhando para ele de relance.

Não que eu estivesse desconfiado nem nada parecido.

Cole amava sua garota, assim como eu amava a minha.

_Porque não a trouxe até aqui antes? _ ele continuou, me ignorando. _As duas teriam se dado muito bem e teríamos aproveitado vários passeios como esse.

Dei de ombros.

_Não sei, cara. _ respondi, porque realmente não tinha uma resposta.

Nos feriados e férias, eu simplesmente voltava para casa e passava praticamente todos os meus dias com ela. Nunca pensei em trazê-la para conhecer o Campus, onde eu passaria a maior parte do ano.

Mas isso não importava mais.

Aquele era o meu último ano, minha última semana longe da minha garota.

Então, eu voltaria para casa e procuraria um emprego.

Já estava pensando até mesmo em me mudar da casa dos meus pais, para iniciar uma vida independente e ter minha privacidade.

Queria ter um cantinho que pudesse chamar de meu e levar a minha garota sempre que eu quisesse, sem ter que me preocupar com as broncas da mamãe.

Como se ela e o papai não soubessem o que é fazer sexo! Pensei, revirando os olhos e tratei de afastar as imagens dos meus pais fazendo sexo imediatamente, da minha cabeça.

Que nojento!

_Mas não é tarde para isso. Não é porque vamos terminar a faculdade, que não nos veremos novamente.

_Verdade. _ Cole respondeu e no minuto seguinte alcançamos as duas.

Nos sentamos embaixo de uma árvore rodeada de arbustos, onde havia alguns banquinhos em que poderíamos nos sentar.

Para minha surpresa, Alissa optou por se sentar na grama, ao lado de Lana, que já retirava as bebidas da mochila que trouxera consigo, além de alguns copos.

Cole se sentou ao lado da namorada, e eu me coloquei atrás da minha, envolvendo seu corpo com as minhas pernas e puxando-a para mais perto de mim.

Conversamos bastante, rimos de algumas coisas engraçadas que aconteceram conosco, enquanto bebíamos as nossas bebidas.

A noite estava perfeita, até que Lana fez uma pergunta para a Alissa, que nem mesmo eu tive coragem de fazer ainda.

_Pra qual faculdade você vai? _ Lana perguntou e eu fiquei tenso no mesmo instante.

_Eu recebi a minha carta, mas não abri ainda. _ Alissa respondeu.

Imaginei o quanto meu irmão também estaria tenso naquele momento, temendo ter que se separar da Callie.

Claro, os dois ainda se veriam nas férias e se falariam pelo telefone, mas Alissa e eu sabíamos que não era a mesma coisa.

Por várias vezes eu tinha pensado em largar tudo de lado e voltar para casa, para perto da minha ruivinha, mas ela sempre conseguia tirar isso da minha cabeça, dizendo que eu presaria terminar os estudos se quisesse arranjar um bom emprego.

Ok, eu sei que ninguém esperava isso de mim, mas estava me formando em engenharia civil.

Acho que isso estava no nosso sangue, sei lá.

Meu avô foi um engenheiro muito bom.

Meu pai era um arquiteto.

Tinha até mesmo recebido uma proposta de estágio, mas eu não respondi aos e-mails, porque eu queria esperar para saber para onde Alissa iria.

Se eu tivesse que ir para o outro lado do país, eu iria, só para permanecer ao lado da minha ruivinha até ela se formar.

_ Tomara que venha para cá, assim poderemos nos ver mais vezes. _ Lana disse, empolgada. _ Esse vai ser o meu último ano aqui, mas poderemos sair juntas.

Alissa apenas assentiu, mas senti seu olhar sobre mim.

Não tínhamos conversado sobre esse lance da faculdade.

Já tivemos que passar por todo esse desafio se namoro a distância uma vez, enquanto eu terminava os meus estudos longe de casa.

Agora seria a vez dela e eu não poderia palpitar em nada.

_ Bem, está ficando tarde. Vamos? _ Chamei Alissa, que se levantou rapidamente, limpando a sujeita da roupa.

_ Eu vou ficar no quarto da Lana essa noite para deixar vocês dois a vontade. _ Cole avisou, levantando-se também e ajudando Lana a fazer o mesmo. _ Não quero correr o risco de interromper alguma coisa novamente...

Mais uma vez eu lhe deu um soco de leve no braço, fazendo Cole rir.

Mas, por dentro, eu estava grato.

Eu queria passar mais aquele tempo ao lado da minha garota, já que ela tinha atravessado a cidade para ficar comigo.

No dia seguinte ela iria embora para se preparar para a semana de provas.

Só mais uma semana e estaríamos juntos novamente.

Então poderíamos abrir aquela maldita carta de aceitação e começar a fazer os nossos planos.

Nos despedimos de Cole e Lana em frente ao prédio de dormitórios do Campus e seguimos para o meu quarto, em silêncio.

_ Eu não trouxe uma roupa para dormir. _ Alissa avisou, de costas para mim.

Me aproximei dela por trás, envolvendo seu corpo com os meus braços e depositando um pequeno beijo em seu pescoço.

_ Você pode dormir nua... _ sugeri, de brincadeira. _ Juro que não vou me importar.

Alissa me deu um beliscão antes de se virar nos meus braços e enlaçar o meu pescoço.

_ Não seja um safado, Daniel Harrison! _ ela disse, fingindo estar brava, mas um sorriso dançava em seus lábios. _ Não fazia parte dos meus planos passar a noite aqui...

_ Então, qual era o seu plano, princesa? Chegar aqui, apenas me usar e ir embora? _ eu ri, divertido, ajeitando o seu cabelo.

Alissa se colocou na porta dos pés e me deu um beijo rápido antes de responder.

_ Esse era o meu plano B. _ ela disse. _ Meu plano A era chegar aqui e te esfolar vivo se estivesse se engraçando com outra garota.

_ Eu jamais faria isso. Pode confiar em mim. _ eu disse, colando minha testa na dela.

_ Eu sei, Daniel. _ ela respondeu. _ Agora, pode se apressar e me emprestar logo um short e uma camisa?

Eu ri, quando ela mudou de assunto assim, rapidamente.

Ela sempre fazia isso quando nossa conversa ficava um pouco sentimental demais.

Eu tinha realmente encontrado a minha alma gêmea, se é que toda essa baboseira existia mesmo.

Caso não existisse, poderia continuar usando a expressão“ tampa da minha panela”.

_ Tudo bem, princesa. _ respondi, caminhando até a cômoda e retirando uma camisa e shorts de ginástica para que ela pudesse se vestir.

Não seria a mesma coisa do que tê-la nua em minha cama durante toda a noite, mas seu cheiro ficaria nas minhas roupas.

E ei sempre poderia enveredar as minhas mãos por baixo do tecido da camisa larga, durante a noite.

Quem sabe, eu poderia convencê-la a repetir o que fizemos mais cedo, antes que ela fosse embora?

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