Vida nova

Na manhã seguinte ao concurso, eu estava finalizando a minha mudança, junto com a Tessa, ela ficou bem grudada em mim nesses últimos dias, dizia o tempo todo que ia sentir a minha falta, eu também ia sentir falta da minha priminha, meu grudinho, na verdade ia sentir falta até dos gritos da tia Martha, mas ia ser bom começar a minha nova fase.

Eu já tinha ligado pra Camp State e enviado os documentos pra matricula, e pra reserva de um quarto no alojamento, só precisava ir lá assinar os papeis e fazer a mudança. Apesar de tudo eu até que estava empolgada pra começar essa nova fase da minha vida. Sonhei tanto com a universidade e agora estava finalmente acontecendo.

Quando estava prestes a sair a tia Martha entrou esbaforida no meu quarto, ela estava branca como papel.

— O que houve tia?

— O... O... O... — Nessa hora eu realmente fiquei preocupada, ela nem conseguia falar.

— O, o que tia?

— Senhor Olsen... ele ta... ele ta aqui! — É, a Tia Martha tinha perdido o medo do Liam, mas ainda morria de medo do avô dele. Mas de fato era estranho que ele estivesse aqui na nossa casa.

Desci as escadas correndo e fui encontrar com ele. O senhor Olsen estava na sala sentado no sofá comendo bolo, a tia Martha e os bolos dela.

— Senhor Olsen, que surpresa o senhor aqui.

— Samantha, eu vim o mais depressa que pude, tive medo de que já tivesse ido embora. — Ele se levantou e me entregou um pacote. — Ja que devolveu todos os meus presentes, pois te lembravam do Liam, eu resolvi te dar um novo que não tivesse nenhuma relação com ele. Tome.

Eu peguei e abri, era uma chave.

— É um apartamento, bom, é pequeno, é apenas um quarto, sala, cozinha e banheiro, mas é aconchegante, pelo que me disseram, e já está mobiliado. É pra você, está em seu nome. Pra você começar bem a vida em Camp State.

— Eu não posso aceitar, senhor Olsen.

— Pode parar com essa besteira, você vai aceitar, até porque já está em seu nome. E eu quero muito te dar um presente que não vai ser devolvido por causa do imbecil do meu neto.

Eu então o abracei, e agradeci não só pelo presente, mas por tudo, o senhor Olsen acabou se tornando uma pessoa importante pra mim, eu sentiria saudade dele também.

Após o almoço eu fui com o Dilan, a Tessa e a Tia Martha até a estação de trem, de lá eu seguiria pra Camp State, pra minha vida nova. Me despedi deles com lagrimas nos olhos, e promessas de visita-los sempre que pudesse.

Cheguei em Camp State, assinei os papéis da matricula do curso de fisioterapia, meu sonho, e cancelei a reserva do alojamento, em seguida fui até o apartamento que o senhor Olsen havia me presenteado.

Era um stúdio, tinha apenas um espaço que se dividia em quarto, sala e cozinha, ainda tinha uma varandinha e um pequeno banheiro. Não havia área de serviço, mas tinha uma lavanderia perto do prédio e era bem barata, podia lavar as roupas lá. O apartamento era lindo, bem decorado, era excelente pra mim, apesar dos pesares e da falta que eu sentia do Liam, eu estava feliz.

Dias depois eu estava iniciando o curso de fisioterapia, e era perfeito, as aulas eram bem intensas, eu peguei o máximo de matérias possíveis, pois queria terminar o curso o quanto antes.

Eu dividia o meu tempo entre, fazer as aulas, estudar o conteúdo do semestre, cuidar da casa e trabalhar no café perto de onde morava, foi o primeiro emprego que arrumei, pagava razoavelmente bem e me dava tempo suficiente pra estudar.

Além do dinheiro do café eu continuava indo a karaokes e concursos de canto pra tentar ganhar mais algum dinheiro. A faculdade estava sendo bem intensa e eu não tinha muito tempo livre, então não fiz tantos amigos assim, mas com isso eu já estava acostumada, afinal passei 3 anos em Codrinal e só tive o Dilan e o... Liam como amigos.

O Liam, eu evitava ao máximo pensar nele enquanto estava na faculdade, mas mesmo super ocupada, a minha mente sempre dava uma jeito de me levar até ele. Acabei descobrindo que ele estava estudando em Coldsburg, fazia administração, e que tinha conseguido uma vaga no time de futebol, era o novo atacante do time, e estava indo bem. Eu me perguntava como estava o joelho dele, se havia continuado com o tratamento, se ainda pensava em mim, como eu insistia em pensar nele, inferno. O Liam tinha que sair da minha cabeça.

Toda vez que eu ia a Codrinal ficava ansiosa e com medo de acabar encontrando ele por lá, porém, isso nunca acontecia.

Bom, eu e o Dilan continuamos amigos, ele tava indo bem na faculdade de Laurents, fazendo engenharia automotiva, e sempre que dava eu ia pra lá ou ele vinha até Camp State, a nossa amizade não diminuiu nem um pouco nesse tempo, muito pelo contrário, a gente se falava diariamente. Quando nos encontrávamos nunca falávamos sobre o Liam.

Eu cheguei a me perguntar o que teria acontecido se eu tivesse me apaixonado pelo Dilan ao invés do Liam, provavelmente não teria me decepcionado tanto, ou talvez tivesse sim, se a minha mãe estivesse certa, amor não era pra mim.

Mas enfim, apesar dos pesares eu tinha realizado o meu sonho, estava estudando o que mais amava, vivendo a minha vida, feliz e super empolgada, eu estava me dedicando ao máximo pra ser a melhor fisioterapeuta da Urba do Leste, eu era a melhor da turma, fazia vários outros cursos fora da faculdade pra estar ainda mais qualificada pra essa profissão, dediquei a minha vida a isso.

Ao final do curso eu ainda queria fazer mestrado e doutorado, além de trabalhar em uma equipe esportiva de sucesso e me destacar ainda mais. Esse era o objetivo, trabalhar, dar duro, deixar a minha família orgulhosa, e esquecer essa coisa de amor feliz!

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