Minha filha, o que aconteceu? Por que demorou tanto para chegar?
- Eu... fui estuprada, mãe.
- Como assim? Você não estava trabalhando?
- Foi no trabalho. O filho do patrão.
- Não acredito! Como ele foi capaz de uma barbárie dessas? Vou matá-lo!
- O pai dele obrigou-me a prestar queixa. Eu não queria.
- Você ia deixar ele sair dessa impune?
- Não quero voltar a vê-lo. Quero ir para bem longe daqui.
- Minha filha, esse monstro acabou com você, e não pode deixar ele livre.
- Mãe, eu vou embora daqui amanhã cedo. Não sei ainda para onde, mas não posso mais trabalhar com o senhor Wagner ou voltar para a empresa.
- Não! Você não vai fugir. Não foi você quem errou.
- Mas eu não posso voltar lá. Meu sangue está manchando o tapete da sala.
- Se ele não for preso, eu vou matá-lo com as minhas mãos. Esse canalha não vai ficar impune!
- Mãe, chega! Eu quero dormir para esquecer isso.
Aline vestiu uma bermuda e camiseta e deitou-se no sofá da sala. Sua mãe preparou um chá de camomila e deu para ela tomar.
Na manhã seguinte, enquanto Aline ainda dormia, sua mãe saiu de fininho e foi até a casa do patrão. Tocou o interfone e esperou responderem.
- Sou a mãe da Aline. Gostaria de falar com o senhor Wagner.
A entrada foi liberada e Alice entrou.
- Bom dia! O patrão está esperando a senhora no escritório, por favor me siga. - Falou a governanta.
- O dia não tem nada de bom... - Resmungou Alice.
- Senhora, por favor, acalme-se. Sua filha não vai ser menosprezada. Já fiz com que houvesse uma queixa contra meu filho. Ele não vai fugir da responsabilidade.
- Minha filha quer fugir. Ontem dei um chá com um sonífero para ela dormir. Ela estava muito nervosa.
- Não permita que ela fuja. Vou cuidar dela como se fosse minha própria filha.
- Assim espero.
- Vou pedir para o motorista levar a senhora em casa. Cuide da Aline até que eu tenha resolvido tudo. Não deixe que ela fuja da cidade.
- Vou fazer o possível para manter Aline em casa.
Ela voltou para casa conversando com o motorista. Perguntou sobre o relacionamento entre pai e filho, além do relacionamento de Aline com a família.
Em casa, Aline ainda dormia. Sua mãe tinha dado uma dose cavalar de sonífero. Queria ter certeza de que ela não acordaria tão cedo.
- Minha menina. O que fizeram com você? Você não está sozinha no mundo. Eu estou aqui com você.
- Mãe... - Resmungou Aline dormindo.
- Estou aqui, minha filha. Continue dormindo e descanse bastante.
Alice preparou o almoço para elas. Uma salada com arroz e batata frita.
Quando finalmente Aline acordou, já era o meio da tarde. Sua mãe trouxe um prato de comida e suco.
- Obrigada, mãe. Nunca dormi tanto. Tinha algo errado naquele chá...
- Não tinha nada, filha. Você que estava exausta. Foi uma noite terrível.
- Não quero lembrar disso, mãe. Será que tem algum remédio para esquecer?
- Não sei, filha. Quer que eu vá à farmácia perguntar?
- Não, mãe. Fica aqui comigo. Preciso de colo.
- Estou aqui com você. Deita aqui e descansa.
- Já descansei bastante. Quero aproveitar a sua companhia. Amanhã vou embora.
- Filha, para de falar besteira. Para onde você vai? Vai abandonar sua faculdade por causa de um homem? Ele vai ser preso e vai ser julgado por tudo que fez.
- Não quero estar presente no julgamento dele.
- Minha filha, você precisa fazer um tratamento rigoroso para se livrar desse trauma.
- Não tenho condições financeiras de arcar com um tratamento desses.
- E quem disse que você vai pagar?
- Se não serei eu, quem vai pagar?
- Alguém vai pagar. E esse alguém não é você.
- Mãe, fala logo...
- Senhor Wagner vai pagar o seu tratamento.
- Não posso aceitar. Ele já estava bancando a faculdade.
- Minha filha, por favor, não seja cabeça dura. Deixe as pessoas ajudarem.
- Mãe, isso parece até uma coisa planejada. Não quero isso. Daqui a pouco vão dizer que estava no escritório esperando por ele e fiz de propósito para garantir a segurança da minha família.
- Nunca!
- Mãe, as pessoas são muito mesquinhas. Vão fofocar a meu respeito.
- Para de viver pensando nos outros e no que vão falar sobre isso. Levanta a cabeça. Você não fez nada errado.
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Atualizado até capítulo 80
Comments
Ana Lúcia De Oliveira
Ela tem razão,as pessoas são mesquinha
2024-11-04
0
Olivia Costa Rossi
Que pesadelo
2024-09-30
0
Fatima Vieira
sempre foi assim a pessoa q foi estrupada é culpada,julgam q foi ela q provocou.E muito barra
2024-07-22
4