[Cap: Droga extasiante]

Minhas pernas começam a tremer e minha respiração oscilar. O meu coração acelera de forma com que eu consiga até mesmo ouvir bater em minhas orelhas, e minha garganta fica seca.

Quando estou prestes a cair pelas minhas pernas se tornarem gelatinas, um dos três capangas me pega em seu colo e me carrega, antes mesmo de eu chegar a tocar o chão.

—Muito bem, ela tá prontinha para trabalhar!—Minha irmã fala enquanto pega o frasquinho que continha o líquido e o guarda no bolso, a única coisa que posso fazer e tentar me libertar dos braços do homem, mas não consigo, quanto mais tanto, mais fico ofegante aos braços dele.

—Ela não pode dormir com você cara, então nem pense em nada hahha, a leve para o quarto que combinamos, e depois venha ao meu encontro, você e seus companheiros, irei pagar vocês.

—Sim senhora!—Fala os três homens em uníssono animados.

Minha irmã me dá uma última olhada com seu sorriso malicioso, e então se vira para ir embora.

—Bom, irei voltar a festa e distrair a todos, levem-na agora.

Sem nem mesmo olhar para trás, ela some depôs de virar a esquina do corredor em direção a festa, e os capangas me olham com pena.

—Senhorita... Nós precisamos desse dinheiro... Somos pobres e temos família para sustentar...—Fala o que está me carregando aflito.

Eu sorrio e apenas fecho meus olhos, bem forte, implorando a Deus para este ser apenas um pesadelo da qual vou acordar a qualquer momento.

Ao chegar no maldito quarto, abrem a porta e me empurram para dentro, o fechando logo em seguida. Caio de joelhos no chão, o quarto inteiro está escuro, e só posso escutar o som de respirações rápidas e pesadas.

—Quem está aí?!—Ouço uma voz grave e com dificuldades em falar, depois percebo quem é—Me responda agora! Droga! Saia já deste quarto!

—Pietro...—Falo colocando as mãos na boca nervosa.

—Você... Quem é você?

Eu me forço a ficar em pé, me segurando pelas paredes do quarto e andando lentamente, com medo de cair a qualquer momento.—Pietro... Me escute... Sou eu, a Ana...

—Ana?—Enquanto ele fala, eu consigo me guiar pelo som de sua voz.—Sim, Ana Letícia, sua cunhada, lembra?

Sinto bater em algo duro em minha canela, e ao apalpar percebo que é a cama, aproveito e subo em cima dela com cuidado para não cair.

—O que você tá fazendo aqui?—Sua voz saí fraca e surpresa. Sento na cama e a apalpo, percebendo que ele está sentado também ofegante.

—Saia daqui!

—E-Eu... Até sairia...—"Se eu tivesse forças para isso...".

Numa tentativa de me expulsar do quarto, Pietro liga o abajur ao lado da cama e ilumina um pouco o quarto, então agarra minha mão boa com força, e sinto estralar algo que dói nela.

—Agf.... Vocês...! Não estão com pena das minhas mãos hoje...—Falo com dor, porém, ele de repente fica calado, quieto, sem falar ou se mover um só centímetro, ainda segurando minha mão com firmeza.

—Pietro... Me solta... Está doendo...—Seu aperto cada vez mais forte, com o quarto se tornando quente. Sinto ainda mais agonia e dificuldades para falar.—Piet...!— Pietro me impede de continuar falando, num só movimento me deita na cama e fica por cima de mim, pegando meus dois pulsos das mãos e as colocando em cima da minha cabeça, me prendendo.

—Pietro!—Falo nervosa, tentando me soltar.

—Você... Fez isso de propósito?—Ofegante.

—O-o que?!—Olho para ele pasma, incrédula por sua acusação sem fundamentos, mas não consigo falar mais nada, apenas inspiro e expiro o ar em meu pulmão.

—Não está falando nada... Então... Devo ter isso como sua resposta...

"O-O que vai acontecer agora? Mal tenho forças para me defender... Nem de... Empurrar ele...".

Antes que possa sequer processar um plano, seus lábios encontram o meu com força, invadindo minha boca com sua língua teimosa e me tomando para ele.