Lembrança de carnaval

E os dias seguiram… e enfim feriado de carnaval acabou e todos voltaram a sua rotina normal.  Marina estava distraída na sala de aula aguardando o professor dar início às atividades do dia quando Lana chegou.

_Marina, ô Marina? Acorda! Chamou o Lana mais uma vez Marina que estava distraída.

_  Você chegou? Perguntou olhando para a amiga.

Por acaso você acha que está vendo um fantasma?  Disse rindo Lana fazendo gesto de fantasma. Boo!

_  Eu estava  distraída. Fala desaminada.

_ Estou vendo. E aí como  que foi a sua sexta de carnaval?  E no feriado deu para descansar ou aproveitou para se divertir. Marina suspirou antes de responder.

_ Eu só sai na sexta à noite, os outros dia fiquei trancada no meu quarto, minha irmã arrumou um peguete estranho que estava me devorando com  os olhos, credo… Só tive paz no sábado à tarde que ele não estava lá em casa.

_ Essa sua irmã, sua família em geral só te arrumam problema.

_ Não me importo com os caras que ela sai, mas detesto quando eles ficam olhando para mim.

_ Imagino. E o traste do Theo?

_ Não quero saber dele, joguei tudo que lembra ele fora, e bloqueei o numero do telefone, quero distância de homem como ele.

Pelo visto não se divertiu em nenhum dia. Diz Lana vendo um sorriso surgir no rosto de Marina. Acho que estou enganada, não estou?

_ Desse vez você está.

_ Pode me contar tudo, tintim por tintim.

_ No intervalo, o professor já chegou.

_ Eu vou ter que ficar curiosa por quase duas horas? Fala colocando as mãos na cintura.

_ Sim, assim como eu que estou curiosa vendo essa aliança no seu dedo. Diz arrancando um sorriso de Lana.

Ahhh, você viu? Diz estendendo o mão para Marina ver. Eu estou noiva , Júlio me pediu em casamento. Fala com Marina. _ Gente eu vou casar! Grita para a sala inteira escutar com um sorriso de felicidade.

_ Senhorita Lana, sei que está feliz mas está na hora da nossa aula começar. Fala o professor.

Desculpa professor, desculpa. Fala se sentando ao lado de Marina. E nós vamos morar junto a partir de agora. Fala baixinho.

_ Que bom, vocês se amam.

_ Sim, vamos dividir as contas, vamos morar no meu apartamento e quando eu me formar e tivermos condição financeira, vamos marcar a data do casamento. Diz encerrando a conversa quando o professor olhou novamente para ela.

A manhã estava passando rapidamente, e na hora do intervalo Lana saiu arrastando Marina para a lanchonete da faculdade.

_ Agora me conta o que te fez  ficar com aquele sorriso.

_ Vou te contar tudo que aconteceu… Marina contou a Lana como conheceu o mascarado na boate e o que aconteceu na praia.

_ O que? Grita Lana fazendo alguns alunos olharem para as duas.

_ Fala baixo, você quer que todos fiquem sabendo o que aconteceu?

Não vou gritar. Diz baixinho. Mas estou surpresa com o  que acabou de me contar, como queria que eu ficasse depois de contar que  transou com um desconhecido na praia. Você é tão certinha, só tinha transado o traste do seu ex.

_ Eu sei, não sei explicar... foi tudo natural entre a gente, nós tínhamos bebido mas não foi por causa do efeito do álcool que ficamos junto, ou porque ele estava na boate por um motivo parecido com o  meu. Nós fomos nos envolvendo e quando percebi, eu tinha beijado ele, e as coisas foram acontecendo,  e por fim nós transamos ali mesmo.

_Estou chocada...  E foi bom? Perguntou Lana curiosa.

_ Muito, nunca havia sentido o prazer que senti nos braços dele, mesmo um pouco bêbada, a sensação foi incrível, foi muito diferente do sexo que fazia com o Theo, ele se entregou da mesma forma que eu, querendo me fazer sentir o mesmo prazer que ele.

Uau, estou ficando com calor. Diz Lana. E como ele se chama, onde mora, tem quantos anos e ele é bonito? Vocês vão se ver outras vezes? As perguntas de Lana fizeram Marina ficar séria.

_ Não tem como eu responder às suas perguntas.

_Como não?

_ Nós estávamos usando máscaras e eu não vi o seu rosto, combinamos de não nos ver sem as mascaras e não usar nossos nomes verdadeiros.

_ Não estou acreditando no que você está dizendo.

_ Também não acredito que fiz isso, não sei o seu nome, não tenho o seu contato e quando tive a oportunidade de olhar para o seu rosto, conversar com ele e quem sabe ter a oportunidade de conhecê-lo, eu fugi.

_ Eu não acredito que isso aconteceu Marina… por que fugiu?

_ Eu não sei... quando eu quis voltar à praia para encontrá-lo ele já tinha ido embora, me xinguei tanto.

_ E o que você vai fazer para encontrá-lo?

_ Nada, eu só tenho a máscara que ele estava usando naquela noite, não faço ideia de como ele é, como se chama...

_ Ele não tem tatuagem, algo que possa identificá-lo se o ver na rua?

_ Não, a única marca que tem no corpo e uma mancha de nascença perto da costela do lado direito, fora isso eu não me lembro de mais nada dele que possa me fazer reconhece-lo.

_ Já pensou que ele pode ser o amor da sua vida e você deixou ele escapar?

_ Não, você esta exagerando, o amor não acontece dessa forma...  ele ficará  apenas na minha memória como uma noite maravilhosa de carnaval e nada mais,  e ele deve pensar da mesma forma. Diz Marina convencida de que seria fácil guardar aquela noite apenas na lembrança.

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