capítulo 10 laços de família

Thiago Sandoval, vulgo o alemão matou a sangue frio no chamado tribunal do crime Daniel Gamarro,o irmão mais novo de Douglas Gamarro, o DG e o pai do pequeno José .

A ordem de execução veio no dia em que Daniel foi pagar uma dívida pendente com Thiago que não quis nem ouvir seus argumentos de atraso e já o levou para o tribunal aonde deu a ordem clara e direta para execução..

Com morte de Daniel, ele travou uma richa com seu irmão, Douglas, chefe da favela rival cujo o único objetivo é a destruição de seu inimigo .

É alemão quem coloca ordem na favela de Heliópolis bem como foi ele quem disparou contra os polícias em Paraisópolis na tarde de ontem aonde atingiu Matheus Ribeiro, vulgo o cabo guerra.

Seus ataques rivais são coordenados pois dentro da favela rival ele tem seus homens que andam disfarçados para levar informações, e um desses homens foi quem trouxe a informação de que havia uma nova médica no hospital de Paraisópolis...

Interessado em saber quem seria a mulher, ele começou a pensar em um plano para atrai- la para a outra comunidade, porém não seria fácil pois ela teria como um escudo protetor ninguém menos do que seu inimigo declarado, o DG.

No segundo dia de plantão da jovem médica Fernanda Almeida, a sua primeira visita de rotina foi ao seu amigo da noite passada que havia lhe pedido gentilmente algumas roupas que pudesse vestir.

Quando retornou ao quarto de UTI para seu espanto seu amigo e paciente não estava mais lá..

Matheus havia saído no meio da madrugada sem que ninguém conseguisse nota- lo no mesmo instante em que Fernanda havia deixado o mesmo ali...

A partir do momento em que ele se lembrou que ela era filha de seu parceiro, Matheus , deixou o hospital para que ela não corresse o risco de destruir seu disfarce caso ela o reconhecesse.

Em sua casa, Regina havia falado ao seu esposo que ia dar uma saída e isso fez com que Carlos ficasse mais a vontade para conversar a sós com seu parceiro.

Guerra, quando deixou o hospital logo conseguiu sair da favela e chamou por um táxi que o levou direto ao endereço citado pelo mesmo..

Em poucos minutos ele estava entrando na casa de Carlos Almeida...

Era sempre ruim a sensação de ver um homem tão forte e destemido como Almeida , agora incapacitado até mesmo de ficar de pé, mas para ele nada era mais importante do que ter seu amigo vivo..

- entra guerra...e aí cara como você está ?

- dolorido pra cacete.....

- guerra o que tá pegando cara? O que você estava fazendo com o celular de minha filha ?

- Almeida..Fernanda está bem...muito bem por sinal, acontece que ela trabalha no hospital de Paraisópolis,e por uma mera coincidência ela auxiliou a equipe que tratou de meus ferimentos bem como na cirurgia...

Carlos olhou para ele preocupado..

Ao mesmo tempo sentiu raiva dela , e de sua mulher por ter acobertado uma mentira tão perigosa quanto aquela..

- como que aconteceu esse ataque?

- eu não faço ideia, foi tudo tão rápido que quando me dei conta já estava caído no chão sentindo o sangue brotar em minha camiseta...

- você conseguiu ver o tal de DG?

- não...um de seus olheiros ia me levar até ele quando começou os disparos e todo mundo correu as vielas para dentro, acontece que eu não tive tempo em correr e acabei levando dois tiros...

Olha eu percebi seu desapontamento em relação ao fato de Fernanda não ter lhe dito nada sobre estar trabalhando na favela, mas eu podia jurar que você soubesse..

- pois eh , eu não sei e não quero que ela chegue perto daquele local...

- eu sei capitão, mas é o trabalho dela senhor...além do mais são apenas algumas horas que ela fica lá...

- ela o reconheceu ?

- não...ou se reconheceu nada falou..mas acredito que não...

Carlos então aproximou sua cadeira de rodas de seu amigo e olhando para ele disse..

- guerra, Fernanda eh tudo o que tenho de melhor cara e você sabe como ninguém os riscos que se tem naquele lugar..

- o que você quer que eu faça? Se ela me reconhecer acabará colocando em risco toda a missão e já estou a um passo de me encontrar com o DG..

- fique de olho nela Guerra, e se caso ela se lembrar de você , negue até o último ...

- pode deixar que farei o meu melhor senhor ...e agora e quanto a missão?

-o que sabemos até agora ?

- parece que na semana que vem vai ocorrer um baile na favela para comemorar uma ação comunitária que o tal DG está fazendo pela comunidade...

- que tipo de ação ? Perguntou Almeida..

- então ainda não sei de muitos detalhes mas acho que deve ser por conta da abertura de mais um andar no hospital que ele construiu em prol de aumentar os leitos de UTI.

Esse cara é um mero chefe de tráfico de merda, mas a população o venera tal como um presidente...

- temos que agir logo...

- não Almeida...desta vez temos que ter cautela..vamos agir na calma para que possamos conseguir prende- lo bem como prender o outro também...

- deixo a disposição tudo o que você precisar e já que deu fuga do hospital de lá, é melhor passar no hospital militar para ver suas lesões aí...

- pode deixar...eu irei sim..bom vou embora agora...tenho algumas pendências a resolver..

- obrigada irmão...sei que posso contar com você...

- sempre parceiro, sempre...respondeu guerra...

Arthur guerra levantou se e após sair da casa de seu parceiro, começou a andar pelas ruas ainda um.pouco zonzo por conta de seu ferimento, até que quando percebeu estava na entrada da santa casa...

La, ele cambaleou um pouco até passar para a parte de dentro da emergência e quando viu uma mulher vindo em sua direção, ainda conseguiu dizer.

- moço, moço precisa de ajuda??

Prestes a desmaiar ele olhou para ela e disse..

-me...ajuda...por favor..

E logo veio a escuridão novamente...

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