capítulo 06 Realidade brasileira

Ao chegar nas dependências do hospital, eu pude enxergar com meus próprios olhos que não era nada do jeito que eu imaginava ou via em "Grey's Anatomy," e séries hospitalares..

Os corredores estavam abarrotados de pessoas espremidas em cadeiras e cantos...Diversas macas com pacientes fechavam o espaço só corredor..

Eu olhei um pouco assustada afinal de contas tudo estava sendo novo para mim.. A única referência que tinha era para procurar pela doutora Paula, mas eu estava dentro de um complexo de cinco andares, e como eu a encontraria era um.grande mistério...

Confesso que ainda estava a pensar na vida do pequeno José e em como se cada cidadão ajudasse com um pouco , a vida de famílias feito a dele teriam condições um pouquinho melhor para se viver..

Ainda vagando em.meus pensamentos fui resgatada pela voz firme de uma mulher de meia idade que surgiu detrás de mim e disse..

-ola menina...você é nova aqui não eh ?

Assim que me virei, vi uma senhora negra de cabelos curtos e olhos grandes. Ela me encarava dos meus pés até a minha cabeça...

- sim...senhora...estou tentando procurar pela doutora Paula...será que a senhora poderia me ajudar ?

- sem dúvidas, eu sou a doutora Paula e pelo que vejo aqui em meu relatório você deve ser Fernanda Almeida, não eh?

- isso mesmo ...muito prazer...

- olha menina, para as coisas funcionarem aqui todos nós que já estamos acostumados a lidar com o dia a dia que não eh fácil, seguimos uma frase de impacto ...não se deixe envolver ..aja sempre com a razão e não o coração...

Confesso que ouvir aquela senhora com uma vasta experiência me dar conselhos tão valiosos, fez meu corpo inteiro arrepiar se...

- pode deixar...

- você não mora aqui...de onde é menina ?

- sou de Higienópolis...

-hummm...

Pela expressão dela,percebi que algo a deixou incomodada..

- a senhora conhece lá ?

- se eu conheço ? Por que não haveria de não conhecer? Por que sou negra e moro em uma favela e você é branca e mora em um bairro nobre da cidade ?

- oh meu deus não...me desculpe se a senhora entendeu assim, não foi isso que quis dizer...

O olhar sagaz de Paula fez eu estremecer de medo, mas logo ela desatou a rir..

- por que está rindo?

- viu ? Aprenda a não agir com o coração menina...seja bem.vinda

Vou levar você para conhecer todos os setores do hospital..

Mesmo ainda sem entender ao certo o que tinha sido aquilo, senti me um pouco aliviada na medida que percebi que de alguma forma , essa doutora apenas me testou...

- bom, antes de tudo a levarei a sala dos médicos aonde poderá guardar seus pertences ...

- está bem

Paula foi andando a frente e por onde passava , médicos e enfermeiros que a viam paravam para cumprimenta-la, o que fez eu entender que além de médica talvez ela tivesse algum cargo mais importante ali..

Eu andei quase que o dia todo para conhecer todos os departamentos daquele importante hospital...Fui ao centro cirúrgico, bem como a parte de.obstetricia, desci ao pronto socorro e até mesmo fui ao IML que ficava no subsolo..

Conforme as horas foram se avançando, para o fim de tarde , estava junto de uma outra enfermeira chamada Maria que por sinal era muito legal. Estávamos na entrada do pronto socorro quando eis que de repente o que para mim foi algo desesperador, para ela parecia algo normal em sua rotina diária.

Era por volta das seis da tarde e estávamos no que chamamos de "coffee break", e eu tinha aproveitado para ir a frente do hospital tomar um ar quando do nada diversos sons de estampidos começaram a surgir fazendo com que todos que estavam.ali feito eu logo se agaichassem e ao perceber a estranha atitude , senti que alguém também havia me me agaichado..

- oh meu deus o que está acontecendo ???

- vamos sair do campo de tiro...vem.vamos entrar logo...disse um que enfermeiros que depois iria descobrir que se chamava miguel.

Já dentro das dependências do hospital, Miguel me explicou que aquilo foi mais uma richa de traficantes rivais daqui de Paraisópolis com o pessoal de Heliópolis..

Meu deus até então eu sabia que isso existia pois sempre escutava as conversas de meu pai com minha mãe mas não imaginava que fosse tão tenso quanto estava sendo...

Poucos minutos depois , Vitória, a recepcionista que ficava na emergência do hospital, veio nos comunicar que uma ambulância estava trazendo um homem que tinha sido ferido a bala e parecia ser grave...

Só de ouvir ela falar senti as batidas de meu coração acelerar...

Miguel por sua vez , parecia normal, tranquilo.. ele olhou para minha cara e disse..

- preparada para seu primeiro trauma ?

- sempre...respondi Animada sem imaginar o que estaria por ver

- ótimo , então chegou a hora do show...

A ambulância acabou de estacionar...

***Esta obra está sob contrato com a NovelToon, e a pirataria, como a reimpressão sem permissão, é estritamente proibida.***

***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***