capítulo 05- recepção nada calorosa

Quando entrei em meu carro e digitei no Waze o endereço de meu local de trabalho, senti um calafrio percorrer meu corpo.

Sabe , nunca fui rica, mas graças a deus , nunca soube também o que ué é passar dificuldades de e saneamento básico, fome, frio ...

Meu pai como capitão da rota ganhava um salário médio em potencial que acoplado ao da minha mãe como psicóloga da polícia nos elevava a um patamar de total estabilidade financeira..

Conforme meu carro avançava mas ruas estreitas da zona sul, eu podia perceber que infelizmente a desigualdade social era um problema de extrema gravidade que parecia nunca ter fim.

Logo de cara ao me aproximar de um farol que havia fechado, enquanto esperava o sinal abrir eu fui surpreendida por um.menino de seus máximos 12 anos que trajava bermuda e chinelos de dedo amarrado com um.arame. Ele segurava uma pequena caixa de papelão aonde continha balas e doces e perguntou...

- bom dia tia...quer comprar uma bala? Faço uma.por três e duas por cinco

Baixei o vidro do carro e olhei para aquele pobre garoto...Meu coração começou a se espremer...mal sabia eu que ali seria apenas o começo para o meu conhecimento sobre a vida na comunidade e como aquelas pessoas apesar de passarem por situações difíceis ainda exibiam.sorriso em seus rostos..

- ola garoto...qual seu nome?

- José..

-quantos anos você tem ?

- tenho 12 tia... A senhora pode me ajudar ou não ?

- posso sim querido..olha , vou encostar meu carro ali e espero você lá , ok?

- hum humm...

O farol então abriu e Fernanda manobrou o carro e o parou sobre a calçada.

O menino foi até aonde ela estava e disse..

- Quanto de bala vai querer tia ?

- você mora aqui ?

- sim...

- mora com seus pais ?

Eis então que ela começaria a descobrir as situações extremas que aquele menino vivia.

Um olhar triste recaiu sobre os olhos do garoto..

- ei me desculpe se disse algo indevido...

- não tia tudo bem...na verdade moro com minha mãe e meus três irmãos mais novos em.um.comodo ali perto do mercadinho...

- hum..você tem três irmãos ?

- sim

- e em que ano está na escola ?

-eu..eu não estudo não tia...tive de sair da escola para ajudar minha mãe depois que levaram meu pai ...

- como assim José ? Levaram seu pai ?

- eh, meu pai comprou droga ali do outro lado da outra favela e como não tinha dinheiro para pagar , um cara veio em casa a mando do alemão e levou me um pai para o tribunal para ser julgado e pagar sua dívida

- oh meu deus eu sinto muito ...

Ele devia muito ?

- acho que sim pois nunca mais ele voltou para casa.

Ali, Fernanda sentiu as lágrimas subirem em.seu rosto...O menino então em.sua maior sabedoria disse..

- tudo bem tia..aprendemos a seguir em frente...mas posso fazer uma pergunta ?

- claro querido

-o que uma moça branca e bonita como a senhora faz aqui ?

- eu vou trabalhar no hospital..me pensando nisso acho que podemos nos ajudar..

O menino então deixou um.timido sorriso se abrir em seu rosto judiado pela vida..

- podemos sim...o que precisa?

- olha se você me indicar o caminho do hospital, eu compro tudo isso que você tem e ainda te pago um.delicioso café da.manha ...que tal ??

O menino então parecia explodir em felicidade...

- tia mas vai dar muito dinheiro...deve dar um.cem.reais aqui.

Fernanda nunca se sentiu tão comovida com uma.situacao tal como aquela que disse..

- olha faz assim, como tenho um tempo ainda por que não me leva até sua casa ? Assim.posso conhecer sua mãe e seus irmaoszinhos..

- tudo bem..mas posso falar uma coisa ?

- claro...

- eh melhor esconder seu carro, pois se o DG o ver por aqui ele não vai gostar...

- quem é DG?

- é o presidente da nossa comunidade...

Ela então abriu um sorriso por conta da inocência do garoto..

- você sabe de algum esconderijo secreto ?

- sei sim.

Ali atrás do lixão tem um pátio vazio...as pessoas deixam os carros lá...e ninguém mexe..

- tá bom então vamos lá..

O menino então a levou até o local indicado e ali Fernanda deixou o carro bem como ao descer de seu veículo pegou sua bolsa, seu jaleco e seus livros..

- a senhora é médica ?

- sou sim...

- que bom...nosso hospital é quase sem.medico...

- eh mesmo ?

- hum humm...

- pois agora espero poder contribuir...

- vai sim tia

Enquanto eles passavam por uma viela atrás do lixão, tamanho não foi o susto dela ao ouvir uma voz rouca e grossa surgir por detrás dela...

- bom dia José...quem é essa ilustre mulher que está com você ?

Fernanda num susto logo virou se para trás e ali os olhares se bateram..

O menino então adiantou se nas apresentações...

- bom dia senhor presidente...ela é minha amiga senhor...ela é doutora..

Fernanda então olhou para o negro alto de olhos esverdeados a sua frente e disse..

- você deve ser o famoso DG

.muito prazer senhor presidente...sou Fernanda...vou trabalhar no hospital daqui e seu amiguinho estava me fazendo a gentileza de me indicar o caminho...

DG a mediu de cima a baixo..Não era de costume se deparar com mulheres brancas de olhos claros por ali e te- la ali aonde quase 90% das mulheres eram negras poderiam trazer sérias consequências...

- prazer doutora ...como meu amiguinho já deve ter lhe dito, sou DG, o presidente...

- sim ele me disse...olha pode ficar tranquilo que não tratei problemas para seu povo...só vou fazer meu trabalho e ir embora..

DG então olhou para o pequeno garoto e disse..

- pode ir José...eu a levarei até lá..

O menino então olhou para ela e disse..

- vou embora tia...obrigada pela companhia..

Fernanda então na mesma hora pegou de sua bolsa trezentos reais e colocou sobre a mão do pequeno menino que parecia chocado por nunca ter visto tanto dinheiro em toda sua vida..

- ei espera José...toma..

Ela enrolou o dinheiro e pôs na mão do menino...

O garoto quando viu arregalou o olhar e disse..

- meu deus tia...eu não tenho tanta bala para tudo isso...mas leve tudo que tenho...

- não...use as balas para fazer mais dinheiro.. leve esse para sua mãe comprar comida...

DG estava parado de braços cruzados apenas observando..Ele nunca tinha visto nenhuma atitude feito aquela e ali ele já criou uma.empatia por aquela jovem ..

José então como agradecimento correu até ela e a abraçou..

- obrigada tia..que deus que lhe pague por tudo isso..

- vai para casa e se cuide amigão..nos vemos por aí

DG então aproximou se do menino e disse...

- faça o que ela disse...vai para casa ..José..

- tá bom. Senhor presidente...tchau tia ...

Fernanda acenou para o pequeno menino até que ele sumiu por entre as vielas ali ..

Logo ela voltou se para o homem a sua frente e disse..

- o hospital é muito longe daqui ?

- não muito..nem preciso dizer que uma mulher como você nunca deve ter pisado em um lugar como o nosso não eh mesmo ?

- olha eu nunca tinha vindo não..

- e por que está aqui agora ?

- por que assim como disse ao pequeno garoto, acabei de me formar como médica e me mandaram estagiar no hospital daqui..

caminhando lado a lado dela, eis então que ao parar de frente ao enorme hospital, DG olhou para ela e disse.

- olha tenho duas coisas a te falar...

A primeira é que faça apenas o que veio fazer e não terá problemas e a segunda é que tenha cuidado..

Nosso povo aqui é de boa mas as vezes sempre aparece tranqueiras de outra favela que vem me causar problemas então procure se cuidar e ir embora está bem

- pode deixar senhor DG

Ele então abriu um.sorriso a ela e disse..

- seja bem vinda a nossa comunidade doutora ...

- obrigada

Ela respirou fundo olhou para o enor.e hospital a sua frente e por fim entrou..rumo ao primeiro dia mais intenso de toda a sua vida...

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Rejane Azambuja

Rejane Azambuja

🤫 zona de conflito diário...

2023-06-25

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Capítulos
1 capítulo 01- Fernanda Narrando
2 capítulo 02- O dia da ação desastrosa
3 capítulo 03- As favelas
4 capítulo 04- época atual
5 capítulo 05- recepção nada calorosa
6 capítulo 06 Realidade brasileira
7 capítulo 7- o primeiro a gente nunca esquece
8 capítulo 8 o mistério
9 capítulo 09 Alencar, fui abatido
10 capítulo 10 laços de família
11 capítulo 11 voltando para casa
12 capítulo 12- o despertar
13 capítulo 13 colocando as cartas na mesa
14 capítulo 14 conhecendo até então, um cara legal
15 capítulo 15 a nova missão
16 capítulo 16 seja bem vinda a sua humilde residencia
17 capítulo 17 a minha nova realidade
18 capítulo 18 noite turbulenta
19 capítulo 19 a primeira noite
20 capítulo 20 indo atrás dos seus interesses
21 capítulo 21 você aqui ?
22 capítulo 22 a saída despercebida
23 capítulo 23 consolo de um fim de dia difícil
24 capítulo 24 planejando uma vingança sem limites
25 capítulo 25 a verdadeira história de Arthur e DG
26 capítulo 26..Vinho, comida e conversa..
27 capítulo 27- massacre no comunicado de boas ações
28 capítulo 28 o cenário do terror
29 capítulo 29 altos e baixos
30 capítulo 30 saindo do confinamento
31 capítulo 31- E agora ? inimigos a vista...
32 capítulo 32 reencontros inesperados
33 capítulo 33 a informação valiosa
34 capítulo 34 cai fora meu irmão ela é a minha mulher...
35 capítulo 35 a volta para casa
36 capítulo 36- se for uma encenação, corta!
37 capítulo 37 a tempestade
38 capítulo 38 vamos dar um passeio
39 capítulo 39 um amanhecer diferente
40 capítulo 40- o início de seu pesadelo
41 capítulo 41- socorro, alguém me ajuda...
42 capítulo 42- fugindo do inimigo
43 capítulo 43 aonde você se meteu Fernanda??
44 capítulo 44 aonde estou?
45 capítulo 45 em busca de respostas
46 capítulo 46- lembranças de infância
47 capítulo 47 fernandaaaaaaaaaa
48 capítulo 48. aguente firme
49 capítulo 49 reencontros
50 capítulo 50. bem vindo de volta guerra
51 capítulo 51 notícias correm
52 capítulo 52- segunda, o dia que recebi a pior notícia de minha vida
53 capítulo 53 terça , O dia em que decidi que teria de me abrir com ele
54 capítulo 54. quarta, mais um dia ou seria menos um?
55 capítulo 55 quinta, o presságio de dias ruins...
56 capítulo 56 sexta parte um- chegado o momento...hora de agir
57 capítulo 57 sexta parte dois ... sumiço sorrateiro
58 capítulo 58. tic tac o tempo vai passando.guerra lá embaixo e Nanda não chegando
59 capítulo 59 enfim sós...
60 capítulo 60 como atrair seus inimigos, crie uma boa emboscada
61 capítulo 61- Almeida me ajuda
62 capítulo 62 revendo os coleguinhas
63 capítulo 63 buscando informações
64 capítulo 64 a emboscada que saiu pela culatra
65 capítulo 65 caiu a casa, perdeu playboy
66 capítulo 66 e agora o que vamos fazer?
67 capítulo 67 decretando seu próprio fim
68 capítulo 68 hanna
69 capítulo 69 chegou a hora
70 capítulo 70 papai...
71 capítulo 71 desfecho inesperado
72 capítulo 72 aqui se faz, aqui se paga...
73 capítulo 73 enfim sós
74 capítulo 75 a noite da entrega total
75 capítulo 76 enquanto isso no hospital...
76 capítulo 77 um amanhecer turbulento
77 capítulo 78 Rodrigo Sandoval
78 capítulo 79 uma nova favela
79 capítulo 80 o início do julgamento... a liberdade comprada
80 capítulo 81 a entrega da mercadoria
81 capítulo 82 se preparando para o natal
82 capítulo 83 a ficha criminal e o triste fim de um deles
83 capítulo 84 as vésperas do retorno do capitão
84 capítulo 85. a triste revelação
85 capítulo 86 a chegada inesperada do papai
86 capítulo 87 um novo amanhecer
87 capítulo 88 mamãe tinha razao
88 capítulo 89 a despedida dos amigos
89 capítulo 90 trocando revelações
90 capítulo 91. a confissão
91 capítulo 92 tudo preparado para a chegada do natal
92 capítulo 93 depois do baque vem o chororo
93 capítulo 94 reflexões de um cara solitario
94 capítulo 95 o constrangimento da noite passada...
95 capítulo 96 a um passo da véspera de natal
96 capítulo 97 o reencontro feliz
97 capítulo 98 enfim chegou o natal...parte um.
98 capítulo 99 uma tarde de compras feliz
99 capítulo 100 então é natal...
100 capítulo 101 a noite mágica para uma comunidade
101 capítulo 102 e a vida continua
102 capítulo 103. feliz ano novo ...
103 capítulo 104 uma nova perspectiva
104 capítulo 105 uma nova chance
105 capítulo 106 a transferência
106 capítulo 107 seu triste fim...
107 capítulo 108- capítulo final
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Atualizado até capítulo 107

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capítulo 01- Fernanda Narrando
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capítulo 57 sexta parte dois ... sumiço sorrateiro
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