O Lobo

Chego no colégio, o Kayo chega para me questionar sobre porquê fugi do baile, inventei uma desculpa, bem mais ou menos, mas ele acreditou. Só mais essa semana e férias finalmente, então não estamos tento aulas muito puxadas, o professor de historia mesmo simples liberou a gente para ficar no pátio, enquanto ele fala com o time.

— Ian. – digo e a Andy vira pra mim.  – Conheci mais alguém da sua matilha.

— Meu irmão é bem exibido.

— Irmão? – ela assente. – Ele me salvou dos Nodz.

— Você é maluca de ter saído, com esse perigo nas ruas. – mostro minhas costas, que ainda não estão totalmente curadas.

— Só tem uma coisa que não entendi, por que eles tem olhos azuis se são uma matinha, não deveria ser verdade?

— Uma matilha e diferente que uma alcateia, a alcateia e formada por lobos que podem não se importar  com os outros membros, já uma matilha é como uma família, se importam cuidam e se protegem.

A Mia sentou conosco, o que nos fez mudar de assunto, creio que essa historia me aproximou tanto da Andy, lentamente afastamos ela, então começamos a jogar conversa fora.

— Ai quem é a menina mais velha que tem te mandado mensagens? – A Andy diz.

— Como? – Questiono.

— Então, acho que nunca te contei, mas eu sou lésbica, isso não uma novidade  para ninguém e tal, muitas meninas dão em cima de mim e me mandam mensagens. – A Mia diz. – Porem recebi cartas anônimas, super bonitas, bem delicadas e super bem escritas, algumas são poemas, outras trechos de livros, acho super romântico, pena que não sei quem é.

— Eu acho bem brega. – A Andy diz e apenas desaprovo sua fala coma a cabeça.

— Creio que aja um limite, mas ser um pouco romântico é algo super legal.

Continuamos a jogar conversa fora, quando o Kayo, senta do meu lado e as meninas saem, sorrindo feito duas tontas.

— Soh, eu estava pensando se nós dois, não podemos sair, tipo ir tomar um sorvete, ir ao cinema.

— Pode ser?

— Que tal hoje? – assinto e o mesmo sorri de forma linda, acabo sorrindo também.

...※...

Devo admitir que estou mais nervosa que o normal, com essa saída com o Kayo, afinal sempre que saímos ou temos algum momento algo acontece e estraga. Espero ele no banco do parque, de longe vejo o Ian correndo, com o Rick, parece aquela cena do capitão America, junto com o Sam.

— Oi? – O Kayo chama minha atenção, seu cabelo está um tanto diferente que o habitual, suas roupas também estão super ajeitadinhas. – O que esta olhando? – ele olha ao redor e não vê nada, afinal não tem olhos de lobisomem.

— Nada, só contemplando a paisagem, bonita ne?- digo

— Hampshine é um lugar bem bonito mesmo. – ele me entrega o sorvete.

— Sim, um pouco pacato e entediante as vezes, mas bonito.

Nos vamos conversando, andamos um pouco,  Kayo vai falando que coisas legais que podemos fazer em outros dias, ele parece estar com medo, eu consigo identificar isso por sua postura e semblante.

— Kayo. – atraiu sua atenção e dou um selinho nele, que sem se mexe. – Eu não gosto muito de enrolar.

Ele sorriu tímido e  ficou todo vermelhos, pegou minha mão e entrelaçou nossos dedos, andamos até minha casa ele.

Assim que pisou em casa, a paz que me cercava vai embora, mas uma discussão, por conta dessa coisa de alfa, o Chris quer muito ser o novo alfa, já minha mãe não aparece gostar da ideia, afinal esse não é a melhor pessoas para nos liderar e eu concordo com ela.

Subo pro meu  quarto e encaro a floresta, amanhã e lua cheia minha quinta transformação, a Hailey vive dizendo que tenho que controlar, eu odeio me transformar na toca, eles me prendem e isso de deixa bem irritada.

Me sento na mesa e começo a desenhar, qualquer coisa que venha na minha mente, porém como nas ultimas vezes, não tenho resultado nenhum, jogo o papel amassado longe.

— Já está estressada? – minha mãe entra no quarto.

—  Estou com um bloqueio, ainda tem amanhã, que vou ser amarrada. – me jogo na cama.

— É só não ir pra toca. – Minha mãe diz. – O que eles fazem de prender o lobo é a coisa mais burra do planeta, lobos são animais livres e assim que devem sempre ser.

— A Andy já me falou isso.

— Então siga meu conselho.- minha mãe me faz um leve cafuné

— Mas o Chris vai ficar bravo.

— Quem liga para isso? – ela diz sorrindo.

Minha mãe sempre foi mais liberal, mas também na hora de castigar ela é implacável, mesmo assim não me sinto pressiona, nem mesmo tenho medo de errar com a mamãe no final, sua compreensão é surreal.

...※...

Encaro a floreta e caminho lentamente, dessa vez diferente da primeira, trouxe uma mochila com roupas e comida, pois acordo correndo de fome.

Me sentei e esperei a transformação, escutei em uma barulho e me foquei nele, eram passos calmo, a respiração da pessoa estava tranquila mesmo no meio do nada, de noite, cheio de bichos noturnos.

...Algumas boas horas depois...

Acordo e ainda está escuro, olho minhas mãos e minhas garras ainda estão expostas, ouso um barulho e vejo um vulto rápido, uma animal com certeza, um lobo provavelmente.

Ele não ficou muito e sem que eu pudesse o enxergar direito, o sol lentamente nasce, vou ao ponto que coloquei minhas roupas e escondo minha nudez.

Ao entrar em casa minha mãe, sorri pra mim orgulhosa, o Tyler faz cara feio, o sujo com a terra no meu cabelo, ela me adverte e me sento para comer, o ônibus que leva meu irmãozinho para o colégio buzina e o mesmo corre, para não perder.

— Se lembra de algo? – nego. – Foi mais tranquilo?

— Sem estar acorrentada e tudo mais fácil. – coloco um pão na boca, termino de mastigar. – Tinha um lobo lá, hoje quando eu acordei, não o vi direito, sei que não era um lobo comum, era como nós, ele não tinha medo de mim, nem eu dele.

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Ana Lúcia De Oliveira

Ana Lúcia De Oliveira

quem será?

2024-04-30

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