Nostalgia

Luma

-Luma, chegamos.

Acordo com Jordan me chamando, não acredito que dormi durante a viagem, mas estou cansada e com uma ressaca horrível. Até agora não acredito que ele está aqui e que comprou todas essas coisas para mim. Olho o urso de pelúcia marrom enorme no banco de trás do carro, tão fofo e me sinto culpada.

-Desculpe, não quis ser mal agradecida. Vou deixar minhas coisas na casa da Meg e depois passo o restante da tarde com você. Tudo bem?

-Você não me deve nada, sabe disso não é?

-Sim Jordan. Eu não vou transar com você por causa dos seus presentes, se é o que está dizendo. -Ele quis mesmo dizer isso? Que idiota.

-Como você complica as coisas. Só quis deixar claro que não foi minha intenção. -Não sei se ele foi muito convincente, mas decido acreditar.

Desço do carro e Jordan me ajuda com as malas, me deixando carregar apenas o mega urso e o buquê de flores, toco a campainha ao lado da porta e não precisamos esperar muito até tia Meg abrir.

-Ah, minha pequena Luma!

Coloco o ursinho e as flores na entrada e a abraço, quantas saudades titia. As lágrimas escapam imediatamente. Tia Meg é como uma segunda mãe, ela cuidou tão bem de Sarah e eu, nos ensinou tanto.

-Tia Meg, eu estava com tanta saudade. -Me solto de seu abraço e acaricio seus cabelos brancos.

-E esse rapaz bonito, seu namorado?

-Sou Jordan Jones. É um prazer senhora! -Jordan estende a mão para ela, mas Meg o puxa para um abraço que ele retribui completamente sem jeito.

-Jordan e eu somos amigos, tia. Ele viajou pra cá a trabalho e fez a gentileza de me trazer até sua casa.

-Bem, você está perdendo tempo se são só amigos, meu rapaz. Porque Ethan está louco para vê-la. -Tia Meg pisca pra Jordan. -Vamos entrar crianças.

Ethan é o único filho de Meg, deve ser mais velho que eu uns quatro anos, o que me lembra que nem sequer a idade de Jordan eu sei, me preocupo com isso depois. Quero matar a saudade de Ethan, nós éramos muito amigos na época em que morei aqui, mas eu quase não o via, já que ele morava com uns amigos perto da faculdade.

-Como Ethan está?

-Acho que você pode perguntar a ele. -Meg responde e na mesma hora Ethan sai de um dos quartos e entra na sala, vindo direto à mim e me girando no ar.

-Luluzinha! -Ele me abraça forte e me gira mais uma vez me fazendo dar um gritinho. E então Jordan entra com minha última mala.

-Está bem, sei que não vive sem mim, mas pode me colocar no chão agora. -Digo me soltando de seus braços. Não sem antes perceber a carranca de Jordan.

-Ethan, esse é Jordan. Meu amigo. -Apresento-os.

-Oi, Ethan.

-Oi, Jordan.

Céus, que competição de testosterona. Deixo os dois na sala e vou a procura de Meg na cozinha, onde a encontro preparando um almoço delicioso.

-Onde posso deixar minhas coisas?

-Pode deixar no seu antigo quarto, querida. Seu amigo vai ficar para o almoço? Ele é um partidão. -Tia Meg sorri e se abana com uma das mãos.

-Se comporta, dona Meg. -Dou risada e volto para a sala. Ethan já não está mais aqui.

-Jordan, pode me ajudar a levar as malas lá pra cima?

-Só porque sou cavalheiro. -Ele me fuzila com os olhos. O que foi que eu fiz?

Subimos as escadas até o andar de cima, meu quarto é o primeiro a esquerda. Abro a porta e sou invadida por uma onde de nostalgia. É como se eu pudesse enxergar todos os meus livros e cadernos espalhados, meus quadros e posteres em cada parede. Eu amei viver aqui.

-Quem é aquele cara? -Jordan entra e tranca a porta.

-Achei que tivesse te apresentado. -Sorrio com sarcasmo.

-Está enganada se acha que vou deixar você dormir sobre o mesmo teto que outro homem. -Ele soa ameaçador.

-Eu não vou dormir com ele Jordan. Vou dormir na casa dele, é bem diferente.

-Não Luma, você vai voltar para o hotel comigo. É óbvio que esse cara quer o que tem no meio das suas pernas.

-Óbvio para quem, Jordan? -De onde ele tirou isso?

-Óbvio para mim. Também é óbvio para a senhora lá embaixo, por isso ela me alertou.

-Você é completamente maluco. Eu não vou com você para o hotel e não vou mudar de ideia. Quer saber, agora até a tarde que eu passaria com você está cancelada.

-Porra nenhuma! Se você não vai voltar comigo, então eu virei para cá! -Ao invés de gritar, ele quase sussura, o que é muito mais assustador.

-Que merda, Jordan! Eu não sou sua! Não sou a porra de uma marcadoria. E sei cuidar de mim. Se eu quiser dormir com Ethan, sua presença aqui não vai fazer diferença. Até porque você vai embora depois de amanhã e eu ficarei até sábado. Esqueceu desse pequeno detalhe. -Cuspo cada palavra carregada de raiva. Ele não tem esse direito, ele mesmo quem decidiu assim. Meu erro foi ter ficado com ele mais de uma vez, meu erro é ceder quando ele aparece, porque por algum motivo não consigo ficar longe dele.

-Então eu fico, fico até você ir embora. Fico pra sempre se precisar, mas esse filho da mãe não vai ter você. -Ele se aproxima e segura minha nuca me forçando a encará-lo e lá está a tensão, a eletricidade que ele citou outrora, nos consumindo, fazendo todo o ambiente esquentar, levando esse calor até as prtes mais íntimas do meu corpo e também do meu coração.

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