Surpresa

Jordan

Foi quase impossível dormir ontem depois da ligação de Luma, não que antes estivesse fácil até porque eu já estava pensando nela. A segunda de manhã em sua casa me deixou muito confuso. Primeiro ela brava porque eu disse que iria embora, depois preparar meu café e secar meus cabelos. Será que ela é assim com todo mundo, ou será que é só comigo? Não sei o que pensar sobre isso, porque se ela for assim, cuidadosa e carinhosa com todo mundo, significa que não sou importante o que talvez seja bom, porque não quero magoá-la. Mas por que, por alguma razão eu desejo ser o único? Que esse carinho seja direcionado apenas a mim? Por que eu fico querendo que ela cuide de mim quando na verdade sempre me virei sozinho? Me convenço de que é por causa do sexo e da química maravilhosa que temos, ela sabe o que faz, me deixa completamente louco. É impossível estar perto dela sem desejá-la. Depois teve aquela ligação, fiquei maluco quando ela disse que estava com outro cara. Só de imaginar outro fazendo com ela coisas que só eu deveria, sinto que vou perder o controle. Por fim, era brincadeira, de muito mau gosto por sinal. E então, teve o brigadeiro nos seios. Porra! Só de imaginar brigadeiro escorrendo por aqueles seios fartos e poder lambê-los me deixou com um tesão do caralho. Tive que me aliviar batendo uma no banheiro e nem tenho costume de fazer essas coisas. Mais um dos efeitos colaterais causados por Luma Klein. Eu preciso dar o troco e tenho uma ideia para isso.

-Alô. -Paul atende sonolento.

-Você sabe que horas a senhorita Klein viaja?

-Jordan? Isso é sério? São seis horas da manhã, cara.

-Sabe ou não?

-Sarah disse que a levaria até o aeroporto, acho que ela chega em Nova Iorque por volta de nove da manhã. Por quê?

-Apenas uma ideia. Valeu irmão. E levanta, já está na hora de trabalhar.

-Bom dia, pra você também. -Paul desliga.

Decido buscar Luma no aeroporto, o plano é trazê-la ao hotel e satisfazer todos os meus desejos mais primitivos. Mas sei que ela não virá facilmente. Tenho que persuadi-la, que surpreendê-la. Como ainda tenho umas três horas até que chegue, decido colocar meu plano em prática. Depois de comprar um monte dessas frescuras que as mulheres gostam, dirijo até o aeroporto. Na recepção peço uma folha de sulfite e uma caneta, escrevo Luma Klein bem grande para que ela possa ler quando sair da sala de desembarque. Espero impaciente até que a vejo surgir no meio da multidão. Caralho! Ela é o próprio sol, usando um vestido rodado amarelo, o cabelo preso num coque alto, bagunçado. Tenho certeza que estou babando. Não tem um filho da putª que não olhe para ela e eu nem posso culpá-los, ainda mais com aquelas pernas de fora. Ergo o papel para que ela possa enxergar. Quando me vê ela tira os óculos escuros e percebo sua reação de total surpresa. Touché!

- Bom dia, baby.

-O que você faz aqui? -Ela me olha intrigada.

-Achei que pareceria óbvio. -Lhe entrego o buquê de rosas que comprei. -São para você.

-Jordan… São lindas! Obrigada. -Ela cheira uma rosa e sorri para mim. Eu me apaixonaria, se fosse possível.

-Que bom que gostou. Vamos?

-Espera, por quê? -Ela aponta para as flores.

-Achei que assim conseguiria convencê-la a vir para casa comigo.

-Sexo Jordan, é sério? -Ela parece ofendida.

-O quê? Pensei que se apenas pedisse, você não aceitaria. -Sou sincero.

-Então decidiu me comprar com flores?

-Não, também tem chocolate e um urso gigante no carro. -Dou um sorriso sem graça, me desculpando.

-Uau! Você pensou em tudo. -Ela sorri, a raiva se esvaindo.

-Desculpa, não quis que parecesse assim. Juro que só quis ser gentil. -Dessa vez eu minto, porque minha intenção era realmente comprá-la.

-Tudo bem. Eu amei as flores. Obrigada.

Caminhamos até o carro e eu abro a porta para que ela entre.

-Ah meu Deus, este é o ursinho? -Ela me encara com um sorriso incrível.

-Sim, você gostou?

-Se eu gostei? Jordan, é o melhor presente que já ganhei na vida. Meu Deus, ele é maior que eu! Eu não podia amar mais, obrigada. -Ela se inclina e me dá um beijo na bochecha. Vê-la tão feliz fez valer à pena a pequena fortuna que deixei na loja de presentes. E se eu conseguir levá-la para cama, terá valido mais ainda. Entrego a caixa de chocolates para ela, que já abre na mesma hora e começa a comer, colocando um bombom de licor em minha boca.

-Vai me levar até a casa da tia Meg?

-Não, vou levá-la ao hotel onde estou hospedado. Achei que estava claro.

-Estava, por isso perguntei. -Ela dá de ombros. -Sei que você quer me levar pra cama desesperadamente, dada a fortuna que gastou para isso. -Ela me provoca. -Mas será que podemos ir até tia Meg primeiro?

-Por quê? Como você mesma disse, quero levá-la para cama desesperadamente e me desculpa por te fazer sentir uma putª. -Sôo mais irritado do que pretendia.

-Não tinha me sentido como uma até agora… Que ridículo! -Ela solta os chocolates na mesma hora, jogando no porta luvas.

-Não baby, me desculpa. É só que eu nunca fiz isso antes, nunca precisei chamar atenção de alguém. As coisas geralmente funcionam assim: Eu quero, eu tenho! Mas sei que se eu te ligasse pedindo sexo, você não aceitaria. E você me deixou louco ontem, com aquela ligação.

-Sobre isso, me desculpa! Sarah e eu tínhamos bebido, estávamos completamente fora de controle.

-Sabe como foi difícil pensar, mesmo que apenas por um minuto, que tinha outro cara com você?

-E daí? Jordan nós não temos nada. E foi você quem decidiu assim. -Ela cruza os braços, furiosa.

Droga, Luma tem toda razão, não tenho direito de ter ciúmes. Mas foda-se, eu tenho mesmo assim. É sensacional transar com ela e ela é perfeita em cada detalhe, então é claro que eu tenho ciúmes, qualquer um teria.

-Qual o endereço da sua tia? -Pergunto mudando de assunto.

-Vou colocar no GPS, posso?

-Claro. -Entrego meu celular para ela.

-Que moça linda. -Ela diz encarando a tela do celular. -Quem é?

-Minha irmã. Ellie.

-Vocês têm uma genética incrível.

Ela digita o endereço no GPS do celular e coloca no suporte. O trajeto dura cerca de 40 minutos, mas ela dorme nos primeiros dez. Me deixando sozinho com meus pensamentos.

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