Sempre consigo o que quero

Jordan

Chego na boate um pouco atrasado, encontro Paul no bar e imediatamente peço um whisky ao barman.

-E aí, irmão? - Nos comprimentamos com um aperto de mão.

-Onde estão as meninas? -Pergunto querendo saber apenas de Luma.

-Na pista de dança, elas não perderam tempo. Ainda nem vieram buscar as bebidas.

Quando olho em direção a pista, nem preciso procurá-la porque meus olhos pousam imediatamente nela, como se houvesse um imã que me atraísse. Ela dança provocantemente, rebolando com o corpo colado na amiga, passa as mãos pelo quadril, sobe para os seios e depois rebola de novo. Porra! Quando me vê, Luma sorri e continua dançando, sem tirar os olhos dos meus, me lembrando a noite no meu quarto, foi há dois dias apenas e eu já estou me contorcendo de vontade de comê-la de novo, de sentir sua pele na minha, de provar seu gosto e fazê-la gozar quantas vezes puder aguentar.

-Dá até tesão. -Paul me encara.

-O que dá tesão?

-Essa tensão entre vocês, dá pra sentir que rola algo muito forte. Eu iria até ela se fosse você, porque já tem uns quatro caras de olho.

Droga, Paul tem razão, antes fossem só quatro, tem uns dez caras comendo ela com os olhos, um deles se levanta e vai em direção a ela, filho da puta! Não cara, você não vai ter esse prazer, porque essa já é minha! Abro caminho por entre a multidão e consigo chegar em Luma antes do outro cara, que volta para seu lugar bravo. Perdeu idi0ta! Tomo o lugar de Sarah e começo dançar atrás da senhorita Klein, segurando seu quadril, sentido ela rebolar em mim. Uso toda a minha concentração para não ficar duro aqui no meio de inúmeras pessoas.

-Você está especialmente gostosa hoje, senhorita Klein. -Me inclino para falar em seu ouvido.

-Ora, obrigada senhor Jones, posso dizer exatamente o mesmo. -Ela se vira, ficando de frente pra mim e passando os braços ao redor do meu pescoço. Dançamos mais uma música juntos e então por alguma razão o dj decide tocar uma música romântica, vários casais se dirigem ao centro da pista e eu já me preparo para voltar ao bar.

-Onde pensa que vai?

-Voltar ao bar. -Achei que era óbvio, mas não, pela forma que ela me olha.

-Dança comigo. Ou você tem medo de se apaixonar por mim? -Luma diz sussurrando em meu ouvido.

-Ah baby, é impossível acontecer. Não que seja você, mas meu coração é feito de puro gelo.

-Então não tem com o que se preocupar.

Ela me abraça e eu faço o mesmo, dançamos juntos lentamente e meu pau está cada vez mais ciente da nossa proximidade. “Ou're giving me a million reasons to let you go” (Ou está me dando um milhão de razões para deixar você ir), Luma canta um trecho em meu ouvido e tenho a sensação de que a letra está me dando um recado.

-Há alguma coisa que você não saiba fazer? -Pergunto a ela, porque ela canta muito bem, uma voz doce e aveludada.

-Eu tenho muitos dotes Jones, mas você não vai conhecê-los. Precisaria de tempo para isso.

Não respondo, porque não sei o que dizer, não tenho a menor intenção de dedicar tempo para conhecer alguém, mesmo que esse alguém seja ela e que no fundo eu saiba que todo o tempo do mundo com Luma, ainda seria pouco…

Quando a música termina ela me dá um beijo no rosto e me agradece pela dança, se dirigindo ao bar. Percebo uma agitação dos caras quando ela passa e para evitar a proximidade de qualquer um deles, a sigo e pouso uma de minhas mãos em sua cintura, como um sinal de posse. Porque sim, ela é minha! Mesmo que seja apenas por hoje.

Sarah sussurra alguma coisa no ouvido de Luma ela nega e parece estar brava com a amiga, depois se vira para mim, me analisando.

-Parece que você vai me dar uma carona. -Ela parece frustrada.

-Não aprecia minha companhia? - Tento soar sarcástico, mas na verdade estou realmente preocupado com a resposta.

Ela bebe sua tequila e pede um whisky, vira o copo rapidamente e estende uma mão para mim.

-Eu realmente aprecio sua companhia, vem comigo.

Acompanho-na até o lado de fora da boate, onde o barulho não é tão insurdecedor e não precisamos gritar para nos entendermos.

-Sarah e Paul foram embora, estou sem carro porque vim de carona com eles. Espero que possa me levar, mas tudo bem se não puder. Eu chamo um táxi.

-Eu levo você, mas vai ter que me convidar para entrar.

-Jordan… -Ela leva a mão na testa, massageando as têmporas. -E aquela história de não ligar no dia seguinte? -Enquanto ela fala vai caminhando até o fundo da boate, onde chegamos num beco escuro e vazio.

-Não pretendo te ligar, pretendo fod&r você. -Sorrio com a ideia, ela se vira e me encara embasbacada.

-Você sabe o que dizer a uma dama. - Ela encosta em uma parede e olha bem no fundo dos meus olhos. -Jordan, não sou assim, não mais. Eu quero um relacionamento, a promessa de algo que dê certo e eu entendo que você não é o cara. Então vamos apenas esquecer isso aqui, tá bem?

Não, ela não pode me descartar assim. Sou eu quem dou o pé na bunda aqui! Não vou aceitar sua decisão, vou tê-la pela última vez, vim até aqui para isso e eu sempre consigo o que quero!

-Ouça baby. -Me aproximo parando o mais próximo que consigo sem tocá-la. -Não me diga para esquecer, não finja que isso aqui não é real. -Faço um gesto no ar com as mãos. -Toda essa tensão, essa eletricidade que atinge a atmosfera todas as vezes que estamos juntos. Eu quero, você quer! Sei pela forma como seu corpo reage diante de mim, sua pele fica suada, posso ouvir sua respiração falhando e sei que o seu coração está acelerado neste exato momento. -Pouso minha mão em seu peito, bem em cima do coração, ela inspira com força, fechando os olhos e quando os abre estão mais claros que nunca, como se fossem faíscas acesas.

-Porra, Jordan. -Suspira. -Me leva para casa, quero você dentro de mim.

E como se fosse uma ordem, seguro sua mão e a conduzo até meu carro. Eu sempre consigo o que quero.

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