O mal é consumado

Depois que Francesca saiu Giuseppe abre uma nova garrafa de seu whisky favorito, coloca no copo e dá um longo gole, vai até a janela e olha a paisagem, o céu nublado, a chuva fina e fria. Por dentro ele se sente cada vez mais forte e poderoso, a única coisa que o impedia de concretizar seu maior desejo agora era Francesca, ela parecía uma guarda costas de Giovanna, o tempo todo atrás dela. Mas foi só investigar e descobrir que ela tinha uma tia em Roma, forjar uma ligação e pronto, lá se foi Francesca correndo se despedir da tia moribunda.

Agora Giovanna está lá em cima, frágil e desprotegida a mercê de Giuseppe. Imagina-la assim tão vulnerável deixa Giuseppe muito excitado, mas ele quer esperar até seu soldado que foi atrás de Francesca confirmar que ela realmente entrou no ônibus. Ele bem que lhe ofereceu passagens de avião mas Francesca tinha medo de voar, preferia ir de ônibus. Para Giuseppe melhor ainda pois irá demorar mais. Quanto mais tempo tiver melhor será para ele que terá Giovanna só para ele.

Giuseppe senta-se no escritório, enquanto toma seu whisky observa Giovanna em seu quarto, a garota está deitada, ainda de pijama. Ele recebe uma ligação, seu soldado lhe diz que Francesca já partiu no ônibus para Roma. Ele agradece, um sorriso maligno surge em seu rosto, ele vira o resto do whisky do copo, e sobe ao quarto de Giovanna.

Giuseppe bate na porta que está trancada, Giovanna estava deitada mas não dormia, ela pergunta quem é. Quando ouve a voz do pai Giovanna diz que já vai descer, que ele a espere na sala. Giuseppe ordena que ela abra a porta, Giovanna se nega a abrir. Faz-se um silêncio do lado de fora, Giovanna respira aliviada achando que Giuseppe se foi, ela então pega uma roupa em seu closet e começa a tirar seu pijama, quando de repente ela ouve um barulho na fechadura e a porta se abre.

Quando vê Giuseppe na porta ela tenta correr para o closet mas num pulo ele a pega pelo braço e a abraça contra seu corpo tentando beija-la. O cheiro de whisky deixa Giovanna enjoada, ela não acredita no que está acontecendo, quando Giuseppe se apodera de seus lábios Giovanna o morde com força. Ele a solta ela fica paralisada, puxa o lençol da cama para cobrir sua nudez, Giuseppe põe a mão no lábio onde ela mordeu e olha.

Ela mordeu tão forte que sangra, ele olha com fúria pra ela e lhe dá uma bofetada com as costas da mão. Giovanna cai no chão agarrando com força o lençol contra seu corpo, o anel com o brasão da família Salvatore que está no dedo de Giuseppe deixa um corte no rosto de Giovanna. Ela sente seu corpo ser levantado com violência, enquanto se debate Giuseppe agarra seu cabelo com uma mão e com a outra ele dá vários tapas em Giovanna.

Ela grita alto mas nenhum dos empregados se atreve a intervir, todos conhecem a crueldade do patrão, sabem como ele tortura e mata todos aqueles que atravessam seu caminho. A única que teria coragem para enfrenta-lo seria Francesca, mas ela não está ali para socorre-la. O desespero e a dor de Giovanna aumentam a cada investida de Giuseppe, seu corpo treme, seu rosto sangra e arde pelo corte do anel e os tapas de Giuseppe.

Giovanna resiste o quanto pode, mas sua luta é em vão, Giuseppe consegue finalmente aquilo que tanto almejava, sem o mínimo remorso ou escrúpulos ele rouba a virgindade de Giovanna. Quando sente seu corpo sendo violado dessa forma Giovanna não resiste e desmaia. Ele se satisfaz mesmo vendo que Giovanna está desmaiada, depois ele se levanta e a deixa ali como se ela fosse apenas mais uma das mulheres que ele já usou dessa forma.

Giuseppe deixa Giovanna trancada no quarto e leva a chave com ele. Vai até seu quarto e toma um banho, se arruma e sai. Tem alguns devedores que ele precisa cobrar e agora que seu maior desejo foi consumado ele se sente mais feroz e implacável do que nunca. Seu apelido entre seus inimigos era "o monstro" e ele gostava desse apelido, gostava quando olhavam pra ele com medo, gostava de ver o estrago que sua força podia fazer. Especialmente essa noite ele sentia seu instinto animal mais aguçado e coitado de quem estivesse em sua lista.

A noite caiu e só de madrugada após horas do ocorrido é que Giovanna volta a si, ela abre os olhos com dificuldade, estão inchados, seu rosto todo está, seu corpo dói, ela fica ali olhando o teto, o rosto de sua mãe vem em sua mente, lágrimas quentes escorrem dos seus olhos, ela chora e grita, não por socorro, já é tarde demais pra isso, seu choro é de tristeza e dor.

Devido a má alimentação desde a morte da mãe, Giovanna está fraca e depois de tudo que aconteceu seu corpo está ainda mais debilitado. Ela chora tanto que acaba pegando no sono, quando abre os olhos o dia já está amanhecendo, a chuva passou e um sol fraco entra pela janela.

Giovanna tenta se levantar devagar, ela sente uma fisgada em sua intimidade, leva a mão ali e percebe o quanto está suja e sangrando, ela pensa num banho mas não consegue se mover. Mais algumas horas se passam e ela ouve um barulho na fechadura, vozes que ela não consegue distinguir. O medo toma conta de Giovanna, ela teme que seja Giuseppe novamente, teme que ele faça tudo aquilo de novo, ela não suportaria.

De repente a porta se abre e para total alívio de Giovanna, o rosto que ela vê entre as lágrimas é de Francesca. Ela abaixa e pega Giovanna com dificuldade, coloca ela na cama, Francesca fica horrorizada com o estado da garota, seu rosto está inchado e machucado, há marcas de mordidas por todo seu corpo, o meio de suas pernas está coberto de sangue seco da noite anterior e para horror de Francesca sujo também da imundície de Giuseppe.

Francesca vai rápido ao closet de Giovanna e pega algumas roupas dela, pega sua caixinha de jóias com o terço de Emma e coloca tudo numa pequena mala.

Francesca sai do quarto por alguns instantes e volta com dois homens, ela tranquiliza Giovanna, diz que são amigos e que vão leva-las para um lugar seguro bem longe de Giuseppe. Francesca enrola um lençol limpo no corpo de Giovanna e um dos homens com facilidade a pega no colo, o outro pega a mala e descem, não há sinal de Giuseppe.

Francesca havia entrado no ônibus a caminho de Roma mas na primeira parada algumas horas depois um dos seguranças da casa ligou pra ela é contou o que Giuseppe estava fazendo a Giovanna.

Giuseppe nem sonhava mas antes de morrer o Sr Salvatore havia deixado em poder de Emma uma linda casa de campo, uma quantia enorme no banco num cofre que somente Emma tinha acesso. Ele conhecia bem o filho que tinha, e sabendo dos riscos que corria como um chefe da máfia tinha medo de que na sua falta Emma e a criança ficassem desamparados. Há algum tempo Emma havia confiado esse segredo a Francesca, pois sabia que podia confiar nela. Emma descobriu que estava com leucemia devido sua má alimentação e os maus tratos por parte de Giuseppe, ela contou tudo para a governanta que se tornou sua melhor amiga.

Com a morte de Emma Francesca ficou com o segredo do cofre, as chaves e a localização da casa. Ela estava com mau pressentimento quando saiu mas não podia deixar de ver sua única parente viva. Foi então que um dos seguranças que era informante de Francesca a avisou da armação de Giuseppe para ficar sozinho com Giovanna. Então Francesca pegou outro ônibus de volta dali mesmo onde estava, tinha esperança de chegar antes de acontecer o pior. Infelizmente não conseguiu impedir, mas Giuseppe não faria mais nenhum mal a Giovanna.

Antes de sair Francesca usou a chave mestra para entrar no escritório de Giuseppe e pegar seu computador. Emma também contou para Francesca sobre as câmeras no quarto de Giovanna e um dos rapazes com sua experiência de campo, rapidamente localizou as câmeras e levou.