Capítulo 5

Chegaram ao local onde fariam seu piquenique, Winston estava empolgado, pois nunca havia saído com sua esposa.

Sentaram-se no chão, e ele estava em silêncio. Lembrou-se de como conheceu Joana, só que ela não se lembrava dele porque ele mudou de nome e se passou pelo filho de um barão na academia para que as pessoas não se aproximassem dele por ser o príncipe herdeiro; até usou magia para mudar a cor de seu cabelo para preto e os olhos para azul. Quando conheceu Joana, ficou encantado por aquela garota tão doce, mas que tinha um olhar triste. Não se aproximou de primeira, queria ser seu amigo, mas viu como ela desprezava todos que se aproximavam e não quis ser humilhado. Assim, dedicou-se a conhecê-la em silêncio; era muito bom em combate e com a espada, além de ser habilidoso em camuflagem, e tinha apenas 12 anos. Um dia, conseguiu se infiltrar pelo pátio da mansão dos pais dela, com a intenção de vê-la dormindo, mas surpreendeu-se ao vê-la de joelhos no chão enquanto seu pai a batia com força. Ela reprimia o choro porque o homem dizia que, se chorasse, não pararia de bater até que ele se cansasse.

Winston não se conteve e pegou uma pedra próxima, jogando-a com todas as suas forças na cabeça daquele desalmado, que caiu inconsciente.

_ "Que delicado", disse para si mesmo.

Ele retornou sorrateiramente. Mas sempre voltava e, toda vez que alguém tentava bater em Joana, ele usava sua magia ou atirava pedras, nunca sendo descoberto, só por Joana.

É assim que se tornou amigo dela, sendo seu protetor. Logo, ela percebeu que ele estudava na mesma academia e se tornaram inseparáveis. Mas ele sempre lhe mentiu, nunca disse quem era e nunca revelou sua identidade; já era tarde e não queria perder a amizade.

A irmã de Joana era culpada por sempre castigarem a garota, era uma pestinha birrenta e irritante que queria ser sua amiga, mas ele a odiava porque sabia que a pequena era mentirosa e tirava vantagem da situação, fazendo com que os pais castigassem a garota.

Em breve, os deveres do império chamaram-no e ele teve que deixar a academia para cumprir com seu dever real - seu pai estava doente e não podia continuar no comando, por isso passou o título de Imperador para ele assim que completou 18 anos. Já estava separado de sua Joana por quase três anos, mas não esquecia dela. "Será que ela ainda se lembra de mim, ou já me esqueceu?", pensou, e resolveu reconquistá-la, partindo para a vila onde ela vivia, que não era muito longe do império. Chegando à casa dos condes, foi bem recebido e, ao longo da manhã, tentaram-lhe impingir Jéssica, a irmã mais nova de Joana, que era muito atrevida e não tinha a delicadeza que ele se lembrava em Joana.

Mais tarde, Joana chegou com seu noivo, o que encheu Winston de fúria. Então, pediu para falar em particular com os condes, pedindo que desfizessem o noivado de Joana, pois ele a queria para si; em troca, daria uma boa quantia em dinheiro e os elevaria a duques. Eles aceitaram, maravilhados; no fundo, queriam Jéssica como nora, mas já que era sua "estúpida" filha Joana quem chamou sua atenção, algo de bom deveriam tirar daquilo.

Os dias passaram e os pais de Joana fizeram o prometido, levando até o castelo uma Joana muito furiosa para que ele a tomasse em sua posse e, quando quisesse, se casassem, já que não a queriam mais em casa.

Winston obrigou Joana a se casar com ele, e o que mais o doeu foi ver sua expressão de dor no altar. Talvez tivesse errado, mas não havia mais volta.

_ "Ei, olá, você está aí, está desligado há um tempo."

_ "Ah, o quê? Que?"

_ "Winston, em que pensa? Você tem me ignorado por minutos."

_ "Desculpe, esposa, eu estava lembrando de como te conheci."

_ "Ah, sim, minha criada me contou como foi. Quero que saiba que não quero mais guardar rancor, vamos começar do zero. Quero saber por que me escolheu em vez de outras, por que você é o homem mais importante do império, por que eu, e não outra, se eu nunca te amei e até estava noiva de outro."

_ "É uma longa história, que prefiro não contar."

_ "Vê? Por isso não dá. Eu quero a verdade, estou sendo sincera com você; também quero que você seja comigo, por você, por mim, pelo nosso filho."

_ "Está bem, vou te contar tudo. Espero que não me odeie."

_ "Não o farei, eu não sou mais a mesma."

Com alguma hesitação, ele lhe contou tudo desde o início.

As risadas não demoraram quando ela soube de tudo.

_ "Então você é o meu herói, me salvou dos meus pais tiranos e de uma irmã que me odeia."

_ "Não, mas eu te afastei do... teu amor."

_ "De um amor que não me quis, porque não passou um ano até ele se casar com outra e ainda por cima me convidou."

_ "Então, não há rancor."

_ "Não há. Não sei o que havia comigo antes, mas não quero voltar a ser assim; não é bom para nenhum dos três."

O olhar de seu esposo se mostrava mais caloroso e confiante.

"Posso tocar na sua barriga?"

_ "Claro, aqui está seu bebê."

O Imperador colocou a mão sobre ela, um tanto nervoso ainda não se acostumando à mudança, mas aquilo o deixava louco e envergonhado como antes, quando ainda era um menino.

Ela sorriu. (Oh querido, você não sabe, acabei de comprovar que você é o melhor que me aconteceu, não vou te deixar, e vou eliminar qualquer intrusa que queira chamar sua atenção; não gosto de dividir.)

O Imperador estava dando beijos na barriga levemente saliente dela.

_ "Não faça isso."

_ "Desculpe, te incomoda?"

_ "Não é isso, é que, se continuar, não me culpe pelo que possa acontecer."

Disse isso em um tom malicioso.

(Vou te violar, para você perder essa timidez.)

Um sorriso surgiu no rosto dela.

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