Capítulo 18 — A Armação mal feita

Quando chegam à sala de Cecília... Suzana estando curiosa.

— Ramon, porque viemos aqui?

Ramon mostrando-lhe uma pequena câmera esconde em um armário.

— Por causa disso aqui. Tudo que a Cecília fizer o falar aqui a partir de hoje, eu saberei.

— Muito bom.

...***...

Algum tempo depois...

Ramon e Suzana voltando... Lívia fingindo não entender o que ele falou.

— Ramon, o que você quis dizer com aquilo? Que amanhã tudo vai mudar?

— Você verá. Fabrício, vamos ficar em paz. Temos os papéis para assinar hoje. E já está tudo acertado do jeito que eu quero, então só temos a ganhar.

— Sim. Já está tudo certo! Às 14h no cartório, aqui em frente. Podemos nos encontrar aqui e seguir pra lá. — Responde Fabrício mesmo estando com raiva.

— Excelente! Assim que eu gosto. — Ele comemora e continua a dizer: — Vou dar uma saída com a Suzana, mas volto após o almoço.

— Ok.

— No horário combinado estaremos aqui...

Eles saem e Fabrício fala apenas para Lívia ouvir:

— Você não perde por esperar seu canalha!

...***...

Graziela chegando a seu trabalho... Seu chefe e amigo, Anderson, que é apaixonado por ela, a chama:

— Bom dia, Graziela! Pode vir a minha sala, por favor?

— Bom dia, Anderson! Claro. — Quando ela entra... — Só não posso demorar, porque como sabe, fiquei semana passada de licença, tenho algumas coisas pendentes e algumas obras para visitar hoje... Tenho que finalizar tudo, porque amanhã tenho alguns clientes externos.

— Graziela, eu sinto muito, mas terei que lhe demitir.

— Demitir? — Pergunta Graziela sentando-se com susto que leva. — Não é possível que ela tenha conseguido.

— Ela? — Pergunta ele fazendo-se de desentendido.

— Sim. Vou lhe contar.

Depois que Graziela conta tudo e lhe mostra a mensagem recebida por Gisela, ele mostrando-se irritado fala:

— Eu pedi tanto para você não fazer isso... Se eu soubesse que você iria justamente para a Itália, teria dado um jeito de te impedir.

— Eu errei. Desculpe-me.

— Eu aqui fazendo de tudo pra te conquistar e você foi a outro país atrás de um homem que você traiu e que não te quer mais. Sinceramente. Haja paciência!

— Anderson... A mãe dele acabou me convencendo.

Anderson acalmando-se.

— Não dá para entender. Ele está namorando outra mulher ainda por cima.

— Ela não sabia. E eu só descobri quando cheguei lá.

— Pelo menos você fez o certo em contar a verdade pra ele... Estou muito orgulhoso de você. Só que vai pagar caro. Recebi ordens expressas para lhe demitir. E infelizmente, não posso fazer nada, dessa vez.

— Sinto muito.

— Eu não queria fazer isso. Gosto de ter você por perto.

— Está chateado comigo, não é?

— Não. Estou com a situação. Você me surpreendeu com sua atitude. Sei que você não quer nada sério comigo. Mas eu ainda gostaria de tentar. Ficamos apenas uma vez, você não quis mais... E sinto muitas saudades.

— Eu estava muito confusa ainda... Por tudo que já te contei algumas vezes... E foi exatamente por eu ter falado a verdade é que ela fez isso.

— Você fez certíssimo. Não imagina o quanto eu estou feliz em saber. Fiquei triste apenas porque não saiu como esperava...

— Como assim?

— Como você esperava... Que saísse tudo bem. Você não esperava que ela fosse se vingar dessa forma, esperava?

— Não. Mas, eu também estou feliz com o fato de eu ter falado a verdade. Só não sei o que vou fazer exatamente agora. Estou meio desnorteada.

— Eu posso te ajudar. Tenho vários contatos. Mas acredito que você deve falar com esse teu ex, por mais difícil que seja para eu te dar esse conselho. Apesar de ter ciúmes dele.

— Não sabia que ele tinha alguém. Se soubesse, não teria ido. Perdoe-me.

— Então, se ele não tivesse e te perdoasse você ficaria com ele? — Ela abaixa a cabeça... E ele continua. — Esquece o que falei. Não temos nenhum relacionamento. Não posso te cobrar nada Graziela. Deixe isso pra lá.

— Por isso que dizem que o amor pode estar mais perto do que imaginamos.

— Sim. Eu sempre soube disso. — Diz ele que vai até a ela e a abraça.

Ela sorri e afastando-se daquele abraço.

— Anderson, o foco agora não somos nós e sim, meu emprego. Eu perdi e fim. Tenho que ir embora. — Diz ela indo em direção a porta.

— Espere. — Ele chegando mais próximo. — Será que ainda tenho chance?

— Olhe como são as coisas... Há males que vêm para o bem... Agora não temos um relacionamento de chefe e subordinada e podemos conversar melhor.

— Até agora você consegue ter bom humor?

— É a realidade. Temos que enfrentar. Quer que eu chore?

— Não. Até porque se você chorar, eu estarei ao seu lado para secar todas as lágrimas. — Ele a beija... E ela corresponde.

...***...

No apartamento de Cecília... Ela e Vicente tomando café...

— Não foi essa a programação que estava em minha mente. Mas estou muito feliz com você aqui.

— Nem na minha. Mas lhe garanto que a minha felicidade é grande também em estar ao seu lado Cecília.

A campainha toca e Vicente inconformado.

— Ô campainha que não para, hein Cecília?

— É porque acabei de chegar... E todos estão pensando que estou muito triste. Não sabem que foi a melhor viagem da minha vida. — Ela o beija rapidamente e vai atender... Quando abre a porta, depara-se com seus pais.

— Oi pai, mãe... Entrem...

O pai de Cecília a beijando-a em sua face.

— Viemos saber se está tudo bem, filha?

— Sim, pai... Só estou ansiosa para assinar esse divórcio logo. Fabrício disse que em três dias sai.

— E vai ser lá mesmo?

— Sim. O cartório fica em frente. O Fabrício cuidará de todos os procedimentos após as assinaturas. Ele tem outro amigo que também o ajudará.

— Ah, sim.

Joana cumprimentando Vicente.

— Bom dia, Vicente.

— Bom dia, meus sogros.

Cecília e a mãe riem... O pai fica sério olhando os três e Joana pergunta:

— Você quer que a gente vá com você?

— Não precisa mãe. O Vicente vai comigo. Estávamos tomando café, vocês querem tomar?

— Já tomamos minha filha. Eu quero lhe falar que se aquele desgraçado chegar perto de você, avise-me imediatamente.

— Pai, ele veio aqui ontem.

— O que?

— Sim. Inventou que queria conversar, discutimos. Ainda bem que o Vicente estava aqui

— Obrigado Vicente, por defender minha filha.

Vicente indo para perto de Cecília e abraçando-a.

— Enquanto eu estiver perto dela, nada de mal vai acontecer. Fique tranquilo, senhor Renato.

— Obrigado. Bom, vamos deixar vocês acabarem o café. Qualquer coisa ligue filha.

— Pode deixar pai.

Ela os beija e eles vão embora.

...***...

Cecília ficando parada e pensativa perto da porta. Vicente olhando para ela, pergunta:

— O que houve meu amor?

— Bem que poderíamos ter nos conhecido antes. Teria sido tudo diferente.

Eles abraçando-a novamente.

— Será que sem decepções estaríamos preparados?

— É, acho que você tem razão. Se hoje podemos fazer de forma diferente é porque precisávamos passar por decepções e aprender.

— Exatamente, meu amor. — Ele a beija carinhosamente e Cecília retribui de forma mais apaixonada ainda.

— Ei mocinha, você está demais hoje.

— A ansiedade me faz isso.

— Se for assim, quero você ansiosa todo dia então.

Eles sorriem se beijam ainda mais e Cecília não aguentando puxando Vicente para o quarto e ele olhando-a com carinho.

— Ei... O que você quer bonita?

— Lá, você vai saber.

— Então me deixe fazer uma coisinha.

— O que?

Vicente pega Cecília em seu colo e a leva.

— Vicente, me solta. — Diz ela sorrindo-lhe.

— Por quê?

— Ninguém nunca fez isso.

— Estou maravilhado em saber que sou primeiro em muitos detalhes.

Eles chegam até a cama e Vicente a ama ainda mais... Cecília se entrega a esse amor sem pensar em mais nada.

...***...

Algumas horas se passam e Cecília e Vicente chegam ao escritório... Todos cumprimentam os dois...

Fabrício diz à Cecília:

— Vamos esperar ele chegar e seguir para o cartório.

— Perfeito Fabrício.

Ramon chegando com Suzana na mesma hora.

— Ora, ora... Podemos ir e começar a assinar os papéis, senhora Cecília?

Cecília e Vicente virando-se, Suzana cumprimenta Vicente que está com a mão na cintura de Cecília.

— Boa tarde... Vicente...

Os dois olhando para ela com raiva, Vicente responde:

— Não lhe desejo nada de bom, Suzana.

Cecília com bastante de raiva dos dois.

— Como você tem coragem de estar aqui sabendo que íamos estar?

Ramon rindo e também abraçando Suzana para provocar.

— Ela está trabalhando aqui e eu pedi que ela fosse comigo nesse momento. Estamos namorando, por quê? Está com ciúmes, Cecília?

— Ramon, se um dia eu senti ciúmes de você, pode ter certeza que eu estava totalmente cega. Você não vale nem o prato que come.

Giovana abrindo sua boca na hora.

— Podia ter ficado sem essa.

Ramon olhando-a com raiva.

— Cale a boca Giovana!

Alexandre levantando, fazendo menção de atacar Ramon para defender sua noiva.

— Cale a boca, você. Ninguém fala assim com a Giovana...

Rubens impedindo-o.

— Acalme-se meu amigo. Esquece esse cara.

Ramon olha para os dois com desdém, vira-se para Cecília e pergunta:

— Você e esse aí já estão namorando, não é mesmo?

— Sim. Vicente é meu namorado! E o primeiro homem que entra de fato em minha vida.

Mirela também para implicar.

— Pow... Toma outra!

Ramon com muita raiva.

— Fabrício, vamos logo para esse cartório... Cecília, você e eu para assinar esses papéis.

Cecília abraçando Vicente.

— Eu vou sim... com o meu namorado. Vamos Vicente.

— Vamos Cecília.

Fabrício também fala:

— Precisamos de mais duas testemunhas, Cecília...

Ela olhando para Rubens e Alexandre.

— Rapazes, vamos conosco, por favor.

Eles se levantam e concordam em ir...

Ramon pergunta a Cecília:

— Pra que isso? Você pode levar uma ou duas mulheres também.

— Eu quero me sentir o mais segura possível. E nada melhor do que pessoas e homens de verdade que gostam de mim estejam por perto.

— Que seja Cecília!

Cecília segue com Vicente para fora e atrás vem Fabrício, Rubens e Alexandre.

Quando chegam ao cartório.

— Toda a papelada é assinada por Cecília e Ramon.

Logo após, Ramon rindo achando que venceu a guerra.

— Pronto! Cecília, agora o escritório é meu e você volte lá apenas para buscar suas coisas. Mais um detalhe... Você ficará apenas com a casa.

Cecília fingindo indignação.

— O que? O que você quer dizer com isso?

— Olhe todos os papéis que você assinou... Em um deles você está abrindo mão do escritório e ficando apenas com a casa.

— Sério? Porque você fez isso comigo, Ramon.

— Porque comigo tem que ser do jeito que eu quero... Senão, não há conversa.

Cecília finge procurar os papéis e não encontrando.

— Aqui não tem nada... Olhe nos seus. Será que não está com a sua assinatura?

Ramon fica em dúvida e procura em seus papéis, até que acha a autorização, só que contrária, onde ele abre mão do escritório... Ele fica assustado e com muito ódio. Nesse momento Fabrício pega todos os papéis e os guarda para dar entrada.

Cecília levantando e olhando-o com desprezo.

— Ramon... Você está fora do meu escritório.

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